Estudante diz que intercâmbio acelera crescimento pessoal
Letícia retorna de Portugal feliz com seu amadurecimento e a visão reforçada sobre qualidade do ensino na Unoeste

Após o intercâmbio na Universidade de Évora, a estudante de Zootecnia da Unoeste Letícia Zamberlan Pistillo acredita ter adquirido um grau de desenvolvimento pessoal maior do que o construído durante os seus 22 anos de vida. Voltou de Portugal com a certeza de que intercâmbio representa portas abertas para o mundo, por permitir lidar com diferentes culturas e conhecimentos, os quais proporcionam crescimentos pessoal e acadêmico.
Com aulas em cinco disciplinas, sendo quatro nas graduações em zootecnia, agronomia e medicina veterinária, e uma no mestrado em Zootecnia, foi possível um bom aproveitamento do tempo e do conteúdo, com boas notas. Fez as seguintes disciplinas: Temáticas Atuais e Perspectivas no Mercado de Carnes, Produção Integrada de Animais, Viticultura, Aquacultura e Animais de Companhia Desporto e Lazer.
Como o polo das ciências agrárias fica a 10 km da cidade de Évora, o transporte de ônibus é oferecido pela universidade, sendo que os demais deslocamentos, incluindo os de visitas técnicas, são por conta de cada aluno. Por exemplo: em aula prática sobre aquacultura em Badajoz, na Espanha, Letícia foi com grupo de colegas de turmas e dividiram os gatos com combustível e pedágios.
“A maioria das coisas que estava vendo lá, já tinha visto aqui. Ah, mas tem quem pensa o que eu também pensava, que na Europa é tudo muito melhor. Tem sim um bom ensino, mas a Unoeste não perde em nada. Na verdade, ganha. Lá o curso tem duração de três anos, com prioridade para carga teórica. Aqui são quatro anos, com mais carga prática que lá. São realidades diferentes, mas nossa instituição tem muito valor”, diz.
Letícia conta que tem professores, com os quais teve aulas, que fizeram mestrado e doutorado no Brasil. Nas aulas de graduação em zootecnia, era a única estrangeira; na agronomia tinham outras duas brasileiras e uma italiana; e na veterinária mais uma brasileira. No mestrado tinha uma turma de italianos. Dentro e fora da universidade teve o privilégio de conviver com pessoas de diferentes países.
No início sentiu o fato de os portugueses serem um tanto fechados, mas entendeu, em pouco tempo, a diferença cultural. Mas ainda assim esteve mais enturmada com os estrangeiros na ajuda de uns aos outros, na cooperação para estudar e no companheirismo de saírem juntos. Foram as mais diferentes situações às quais foi se ajustando e, com isso, ganhando mais maturidade.

Estudante da Unoeste com bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni), Letícia procede de Votuporanga, no interior paulista. Cidade a 270 km de Presidente Prudente, fácil de ir e vir. “Mas a Europa é muito longe, numa distância que assusta a gente. Qualquer emergência, não tinha ninguém para me socorrer. Estava morando com pessoas diferentes e privada de coisas simples, como arroz e feijão”, pontua.
“Porém, aprendi muito com as diferenças culturais, dentro e fora das salas de aulas. Vivi o choque de visões diferentes sobre produção animal. Os estudantes de lá, em sua maioria, nem comem carne. Não querem que os bovinos sofram, então não comem carne. Não querem causar impacto ambiental. Eu defendo a produção com consciência. Eles acham que não tem que produzir carne”, conta.
Mas, ao mesmo tempo, que tem divergência de pensamento em alguns aspectos como da carne, Letícia tem enorme admiração pela consciência ambiental do povo europeu e cita que muito antes da discussão ser feita no Brasil, por lá foi abolido o uso de canudinho plástico para tomar suco ou refrigerante. Outra condição que chamou a atenção da estudante brasileira é o grau de politização dos portugueses.
“Inclusive, eles sabem muito sobre a política brasileira; assim como também são muitos dispostos a vivenciar experiências em esportes, trabalhos voluntários e afins. Fazem ‘10 mil’ coisas. Foi o que pude presenciar na hora do almoço de uma das atividades práticas, quando o professor solicitou para que cada um dissesse quais eram os hobbies. Depois que cada um disse tantas coisas, me limitei a dizer que gosto de ler”, revela.
Conforme Letícia, o que os portugueses e, possivelmente, os europeus têm pouca noção sobre o Brasil quanto à extensão geográfica, ao ponto de se assustarem com a informação de que o rebanho bovino brasileiro é de 217 milhões de cabeças. “Ficam surpresos, até porque eles produzem em baixa escala”. Mas, em compensação, os portugueses têm o domínio de uma das línguas mais faladas no mundo: o inglês.
O aprendizado da língua inglesa ocorre durante todo ensino básico, que no Brasil seria o fundamental e o médio. No ensino superior, em grande parte dos estudos é utilizado o inglês, especialmente nos artigos e documentários. “Senti falta da fluência. Eu já sabia que era necessário falar essa língua, mas foi lá que eu entendi o porquê. Agora, vou me empenhar em aprender”, comenta.
Na estada em Portugal, sendo cinco meses em Aveiro e um mês em Lisboa, Letícia andou muito a pé e utilizou ônibus e metrô. Foi uma dificuldade que encarou tranquilamente até por conta da qualidade do transporte público, embora acostumada com a facilidade da mobilidade de andar de motocicleta no Brasil. Nas férias em Lisboa prestou serviço voluntário em um canil.
Durante o intercâmbio, outro ganho foi o de ampliar o interesse no seguimento da avicultura, cuja paixão surgiu nos estudos na Unoeste. Além do gosto, tem a questão de mercado já que o Brasil é um grande produtor e está vivendo o auge da tecnologia. Letícia tem interesse de estágio nessa área e de até trabalhar um período, mas acredita na possibilidade de seguir carreira acadêmica, com aulas e pesquisa.
Com bolsa do programa de mobilidade internacional do banco Santander, na modalidade Ibero-Americana, nos feriados e nas férias, além de Lisboa, a estudante aproveitou o intercâmbio para conhecer algumas cidades portuguesas, entre as quais: Porto, Portimão, Quarteira, Águeda e Albergaria-a-Velha. Também foi à França para conhecer a capital Paris.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste