Unoarte propõe uma reinvenção da arte durante a pandemia

Buscando apresentar aos participantes que é necessário romper as divisões entre as artes digitais e tradicionais, a 9ª edição da Semana de Artes da Unoeste (Unoarte) tem sua primeira versão totalmente on-line devido as recomendações de distanciamento social. Com três dias de atividades transmitidas pelo Google Meet, o evento foi composto por dois webnários e o Encontro de Egressos. O tema central do evento foi “Art Challenge” e discutiu aspectos de como se reinventar e de como é possível se recriar nesses tempos de pandemia.

Na primeira noite o webnário foi conduzido pelas palestrantes Miriam Hosokawa e Maura Âmbar que falaram, respectivamente, sobre “Os caminhos da voz” e “Um olhar sobre a expressão artística e o posicionamento social”. Maura pontua que o alcance da arte é exponencial. “Sua natureza provocativa não permite que o espectador saia indiferente diante dela. Amor ou ódio, alegria, encanto ou desgosto. A arte expõe o tecido social e promove a reflexão. Não passa ileso quem se relaciona com ela”, enfatiza.

Para Miriam, a arte é uma mistura e a sua vida é recheada de momentos proporcionados pela música. “Canto desde pequena, minha vida é ligada ao canto e à música. Hoje sei que escolhi a profissão certa. Trabalho com música e acredito que seja importante que os alunos saibam quais são as perspectivas que a voz nos traz e as possibilidades de trabalho, ainda mais durante a pandemia” diz. 

Danielly Dias Sandy e Nani Barbosa conduziram a segunda noite da Unoarte onde abordaram os temas “O que é ser artista e o imediatismo na arte” e “Voz, canto e escuta: processos criativos na música”. Segundo Danielly, falar sobre o tema é de fato um desafio inspirador. “Vivemos em um mundo imediatista, mas a arte é um processo e precisamos compreender isso. Devemos nos dar conta do tempo que a arte e nós precisamos para nos desenvolvermos juntos”, destaca.

Nani Barbosa diz que seu interesse por processos criativos na música se confundem com os estudos ao longo de sua vida. “Desde o primeiro contato com o fazer musical, senti que esta era a minha casa, o meu lugar de expressão no mundo, que me ajudava a me compreender e me relacionar com o mundo. Esse interesse foi alimentado pela paixão pela música, pelo universo sonoro, pelo mundo de conhecimento e pela expressão no estudo de repertório e em apresentações musicais solo e coletivas”, relata.

Para a professora e coordenadora dos cursos de Artes Visuais e Música, Fernanda Sutkus de Oliveira Mello, a arte proporciona uma troca de energia. “A arte é um trabalho de conexão com a alma, com o mundo e com aqueles que estão a sua volta. Ela estabelece uma troca de expressões, de sentimentos e de sensações. Isso faz com que ela se torne ainda mais importante, sendo capaz de mudar a sociedade e transformar o mundo” ressalta.

Ela comenta que a edição deste ano foi planejada com muito cuidado e sensibilidade. “Estamos vivendo esse momento delicado de distanciamento social por conta da pandemia. Buscamos pensar em um formato que oportunizasse a participação de todos e com a presença de profissionais incríveis a fim de possibilitar uma boa troca de experiências’.

A programação da Unoarte será finalizada hoje (15), com o Encontro de Egressos dos cursos de Artes Visuais e Música, a transmissão também será pelo Google Meet a partir das 19hs.