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Negligenciadas, as leishmanioses avançam no oeste paulista

Alerta é feito durante simpósio com a participação de pesquisadores de referência nacional sobre o assunto


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Foto: Homéro Ferreira Negligenciadas, as leishmanioses avançam no oeste paulista
Doutores Euribel e Lourdes conduziram o simpósio com participantes de sete estados brasileiros

 

Várias evidências mostram que as leishmanioses estão se alastrando e a cada ano são novos municípios apresentando casos da doença em humanos. Assunto amplamente debatido em simpósio científico com foco no estado de São Paulo e enfoque especial no oeste paulista; a região de Presidente Prudente. Para o médico infectologista Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, esse avanço requer atenção à saúde pública para combater, prevenir e evitar que o problema fuja do controle.

 O “4º Simpósio das Leishmanioses do Oeste Paulista: uma abordagem clínica e epidemiológica”, ocorreu durante a tarde de quinta-feira (18), com as participações de representantes de 27 cidades de sete estados brasileiros; sendo a maioria agentes de saúde, médicos veterinário e biólogos. Realização da Unoeste, através do Mestrado em Ciências da Saúde, da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) em Prudente e da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Reponsabilidade de todos

Iniciado em 2017, o evento foi suspenso em 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus e retomado este ano remotamente e com a previsão de que em 2022 seja híbrido, com as palestras presenciais e a oportunidade de inscrições pelo Brasil afora e até no exterior, possibilitando a participação on-line. Em cada edição o simpósio traz novas contribuições ao combate das leishmanioses que estão no grupo de doenças negligenciadas, tais como chagas, sífilis, esquistossomose e dengue.

A pouca atenção para estas doenças não é apenas realidade do Brasil, conforme o Dr. Euribel; de tal forma que a classificação como negligenciadas é da Organização Mundial de Saúde (OMS). A falta de atenção ocorre tanto por parte da população que não cuida dos seus quintais, possibilitando a criação de vetores, quanto da classe médica e dos governos nos três níveis: municipal, estadual e nacional. São muitos os problemas e as soluções não podem ser isoladas.

Conexão das vigilâncias 

O Dr. Elivelton Silva Fonseca, da Universidade Federal de Uberlândia (MG) e que atua em geografia da saúde e análise espacial de doenças tropicais negligenciadas, defende a conexão das vigilâncias em saúde: epidemiológica, ambiental e sanitária, para trabalharem de forma integrada.  O Dr. Armando de Oliveira Schubach, da Fundação Osvaldo Cruz (RJ), deixou o entendimento de que os profissionais da saúde envolvidos na atenção médica precisam estar mais atentos sobre feridas.

A observação decorre do fato de que a leishmaniose tegumentar é muito negligenciada dentre as doenças negligenciadas, da atenção básica aos centros de referência. Falou de pessoas que têm feridas tratadas, mas que não saram; sem que o médico da atenção básica suspeite que seja leishmaniose; e quando ocorre o encaminhamento para o centro de referência, a ferida está muito grande. As feridas podem ser no corpo e nas regiões mucosas: nariz e boca.

Prática muito perigosa 

Sobre a leishmaniose visceral, a Dra. Adriana Falco de Brito, pesquisadora vinculada à Unoeste, chamou a atenção sobre tratamento feito fora do padrão do Ministério de Saúde; com medicamentos baratos “fora da bula”, mas que não se têm eficácia comprovada. Uma prática que está sendo difundida no oeste paulista e que é muito perigosa por dar a falsa sensação de que o animal não está doente. A Dra. Eunice Aparecida Bianchi Galati discorreu sobre a expansão da leishmaniose visceral.

A pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da USP deu ênfase aos vários tipos de vetores que podem estar envolvidos na transmissão no estado de São Paulo. Como parte da organização e apresentadora do simpósio, juntamente com o Dr. Euribel, a Dra. Lourdes Zampieri, diretora técnica do Núcleo de Ciências Biomédicas do Instituto Adolfo Lutz em Presidente Prudente, disse que a expansão aumentou no oeste paulista e também o número de cidades prioritárias.

Uso da educomunicação 

São cidades de maior risco e agora foi incluída Nova Guataporanga nesse rol que tinha Panorama, Presidente Epitácio, Junqueirópolis e Dracena. Ações de sucesso no combate à propagação de doenças foram apresentadas por Juliano de Carvalho Biffe, de Panorama; e Reinaldo Ferreira da Silva, de Epitácio. O pesquisador Dr. Edilson Ferreira Flores, do campus das Unesp em Prudente, apresentou uma análise geoespacial no estudo da leishmaniose.

A Dra. Lúcia de Fátima Henriques Ferreira, pesquisadora científica da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen-SP), falou sobre o uso da comunicação como forma de educação para ajudar no combate as leishmanioses: o EColeish, que tem apresentado bons resultados. O Dr. José Eduardo Tolezano, do Centro de Parasitologia do Instituto Adolfo Lutz em São Paulo, foi quem fez a primeira conferência do simpósio e falou sobre novos tempos e novos desafios em relação a doença no estado de São Paulo.

Controle com coleira 

Em sua fala, a que talvez mais chamou a atenção dos participantes foi experimento com uso de coleira com deltametrina para ajudar no controle da leishmaniose em cães na cidade de Votuporanga, na região de São José do Rio Preto. No entendimento de Tolezano o uso apenas da coleira não é recomendado, mas sim como medida complementar das políticas públicas. Em Campinas, uso da coleira trocada a cada seis meses foi apresentado redução a cada ciclo, de até 50%.

Além da disponibilização de link do serviço de comunicação por vídeo Google Meet exclusivo para os inscritos, o simpósio foi transmitido em tempo real pelo YouTube, conduzido do estúdio no Núcleo de Educação a Distância (Nead) da Unoeste e cujo conteúdo permanece disponível para quem se interessar, sendo que em menos de 24 horas alcançou mais de 450 acessos. Durante a transmissão da Live Unoeste foram várias manifestações no chat, elogiosas ao evento e aos conferencistas, incluindo ainda o envio de perguntas.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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