Sistemas nutricionais influem na maciez da carne de borrega

Estudo científico na área da ovinocultura encontra resultados de interesse para os criadores, capaz de orientá-los sobre o melhor sistema de produção de borregas visando obter carne macia. A pesquisa com borregas (ovelhas com menos de 1 ano) foi para avaliar a qualidade da carne com relação à maciez e saber se a nutrição poderia alterar o gene, ou seja: as características herdadas geneticamente.

O resultado obtido foi o de que diferentes sistemas nutricionais influenciam na maciez da carne de borregas sem alterar a expressão gênica, de tal forma que essa conclusão virou o título da dissertação com dados da pesquisa da zootecnista Isabella Guartiéri da Silva, aprovada em sessão de defesa pública realizada esta semana pelo Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Animal, na Unoeste.

A produção científica teve a orientação da Dra. Marilice Zundt Astolphi que há mais de 12 anos conduz pesquisas neste segmento da pecuária. Neste estudo, a exemplo de outros, contou com a colaboração da pesquisadora Dra. Inês Cristina Giometti Ceda que também fez parte da banca de avaliação, juntamente com o Dr. Edson Luís de Azambuja Ribeiro.

Qualidade do trabalho – O pesquisador referência no assunto e vinculado à Universidade Estadual de Londrina (UEL) elogiou a qualidade do trabalho que foi aprovado e deu à Isabella o título de mestre em Ciência Animal; dedicada estudante com carreira acadêmica construída na Unoeste em Presidente Prudente, inclusive por ser moradora de Tarabai, cidade a pouco mais de 30km de distância.

Foto: Cedida

“A Isabella fez iniciação científica comigo quando da graduação no curso de Zootecnia. Tive o prazer de orientá-la no mestrado e espero que estejamos juntas no doutorado. A Isabella tem ótimo perfil para pesquisa, por ser dedicada, comprometida e educada”, pontua a Dra. Marilice que está empenhada em contribuir para conseguir a publicação de artigo, extraído da dissertação, em revista científica de alto impacto.

A pesquisa foi desenvolvida no Centro Zootécnico, no campus II da Unoeste. A parte de campo teve duração de quatro meses, em 2018. A parte laboratorial ocorreu em 2019/2020, inserida no conjunto de pesquisas que envolveu alunos do mestrado e do doutorado, de iniciação científica e pesquisadores, incluindo a Dra. Caliê Castilho na área de reprodução animal. 

Orientação ao criador – Como a proposta era saber sobre a influência dos sistemas nutricionais na maciez da carne de borrega, foram avaliados 30 animais mestiças Dorper em três condições: somente a pasto; no pasto com suplementação; e confinamento. A carne mais macia foi a do confinamento, sistema que também proporcionou maior ganho de peso. Porém, sem expressiva diferença na criação a pasto com suplementação.

A criação somente a pasto apresentou grande contaminação de borregos por endoparasitas (verminoses). Diante de tais situações, a Dra. Marilice disse que o conselho ao criador é o da criação a pasto com suplementação, por questão de custo. O confinamento é mais caro; além do que o animal bem nutrido (suplementado) se porta melhor que o criado apenas a pasto.

A constatação de que a nutrição não alterou o gene da maciez foi alcançada mediante aplicação de metodologia que Isabella e a Dra. Marilice desenvolveram juntamente com a Dra. Inês, ao escolherem três genes que conseguiram se expressar no músculo e que indicam o resultado da maciez. A parte da genética molecular foi trabalhada pela Dra. Inês; conforme informação da orientadora do estudo.