Anemia Falciforme é tema de webinar para alunos de Medicina
Evento contou com participação da Dra. Clarissa Ribeiro Reily Rocha e teve como público-alvo acadêmicos de Presidente Prudente, Jaú e Guarujá

Na manhã desta sexta-feira (28) alunos da Faculdade de Medicina da Unoeste, dos campi Presidente Prudente, Jaú e Guarujá, participaram do Webinar Seminários Integrados Unifesp/Unoeste. Com o tema “CRISPR/Cas9: Princípios e Aplicações”, a palestra online foi conduzida pela Dra. Clarissa Ribeiro Reily Rocha, da Unifesp, que estava em São Paulo. Em Presidente Prudente, o trabalho foi conduzido pela Dra. Édima de Souza Mattos, coordenadora do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (Nats) da Unoeste.
O bate-papo ocorreu no Ambulatório Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, e nele foi apresentada a utilização da técnica como ferramenta de edição gênica do genótipo homozigoto (HbSS) de pacientes portadores de Anemia Falciforme. A coordenadora do Nats explicou que este é o segundo momento da parceria desenvolvida no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e que é realizada entre as duas instituições – Unifesp e Unoeste. “São dois momentos de desenvolvimento da técnica CRISPR/Cas9, que traduzindo de uma maneira mais clara, é a genética de transmutação de células. Hoje, com a colaboração da Dra. Clarissa que tem experiência em reparo de DNA e atua com biotecnologia, realizamos o webinar para explicar a técnica. No momento anterior foi feito todo um embasamento do que é a doença de Anemia Falciforme”.
Dra. Édima explica que a região de Prudente possuí atualmente, entre cadastrados e assistidos, cerca de 180 pacientes com Anemia Falciforme, doença que acomete principalmente a população negra. “A Anemia falciforme é uma doença genética que mata. Sendo tratada, a pessoa pode chegar aos 60 anos, mas para quem não tem uma linha de cuidados o tempo é bem menor. Estamos numa região que possui a quarta posição em índices de pessoas negras e o propósito de todo esse trabalho é utilizar a técnica na qual os alunos foram apresentados e fazer uma transformação. Ou seja, transformar a doença apenas em traço, que é algo que toda a população brasileira têm devido a miscigenação”.
Ainda de acordo com a docente, momentos como esse aproximam os acadêmicos que serão os futuros médicos à realidade da profissão. Dessa maneira, este tipo de evento contribui para que amplifiquem seus conhecimentos, bem como a percepção do todo no atendimento à saúde da população. “Posso dizer com segurança que esse momento é a oportunidade de terem conhecimento do equipamento de edição genética e da técnica para pensar no futuro”.
Sobre o envolvimento na ação, a coordenadora do Nats enfatiza: “O nosso papel é continuar com as pesquisas ampliando o olhar sobre estudo clínico dentro do trabalho profissional. O médico que se fixa somente na doença e não pensa na intertextualidade, não pensa na saúde baseada em evidências, ele para no tempo. Então, esse profissional precisa ser pesquisador e olhar o paciente de maneira holística, a exemplo da Anemia Falciforme, num país miscigenado como o nosso, o que é ser branco? E o que define isso? Esses momentos são feitos para despertar em nossos alunos questionamentos sobre os temas”, finaliza.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste