Orientação sobre gravidez precoce exige linguagem apropriada
Medicina da Unoeste realiza atividade na qual avalia a possibilidade de cartilha para abordagem do tema

Cuidados com a gravidez na adolescência estão inseridos no Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP), da Secretaria de Estado da Educação. O trabalho é realizado com o suporte de material para professores na cartilha denominada “Dignidade Íntima: Gravidez na Adolescência”, contendo os temas a serem abordados com os alunos. Agora, a extensão do curso de Medicina da Unoeste avalia a possibilidade de produzir outra cartilha, de orientação sobre a aplicação da temática com linguagem para o público adolescente.
Conforme a coordenadora de ações extensivas gerais, professora Cidinha Martines, essa ideia surgiu e está em discussão a partir do convite da direção da Escola Estadual Filomena Scatena Christofano, de Alfredo Marcondes (SP), de contribuição da universidade para orientar os seus alunos sobre a importância de evitar a gravidez na adolescência, métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis. A atividade realizada na nesta sexta-feira (29), com previsão de que tenha continuidade para ampliar o número de alunos alcançados, foi trabalhada como piloto para a nova cartilha.
A vice-diretora Helena Braiani entendeu que o resultado foi bom. “Essa parceria promoveu a discussão e ao mesmo tempo sensibilizou os alunos quanto aos riscos e prevenção da gravidez na adolescência e a respeito do uso de métodos contraceptivos para a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis”, disse a vice-diretora sobre a atividade. As orientações foram feitas por estudantes de Medicina, acompanhados da coordenadora de extensão, professora Luciana Calvo. Eles são orientados nas ligas de sexualidade e de ginecologia.
Problema no Brasil e no mundo
De acordo com Luciana, na Liga de Sexualidade o conteúdo é trabalhado pelo preceptor médico ginecologista Dr. João Marcelo Martins Coluna e na Liga de Ginecologia pelo preceptor médico ginecologista-obstetra Dr. Fernando Antonio Mourão Valejo. Em Alfredo Marcondes, foram atendidos 138 alunos do 9º ano do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio, sendo 84 meninas e 54 meninos; portanto, com o percentual de 64,2 de público feminino. Ainda em termos percentuais, foram 26,4 do total de 521 alunos da escola.
Além dos temas, a cartilha do governo para o projeto que envolve o Programa Escolha da Família e o Grêmio Estudantil Paulista apresenta dados que remetem à preocupação e à gravidade do problema no Brasil e no mundo. No período de 2011 a 2016 foram 3,1 milhões de adolescentes brasileiras, da faixa de 10 a 14 anos de idade, que se tornaram mães. No país, de cada mil adolescentes 68,4 são mães; ou seja 22,4 a mais que no mundo cujo índice é de 46. No estado de São Paulo é travada uma batalha desde 2005, culminando até 2020 com uma redução de 48%.
Em 2005, se tornaram mães 104.984 adolescentes. Em 2020, foram 54.214. As ações para a queda dos números têm mobilizado as esferas governamentais e a iniciativa privada, como as desenvolvidas pela Unoeste junto à rede de prevenção e apoio para adolescentes em situação de gravidez, que são: família, escola, Conselho Tutelar, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste