Unoeste reforça compromisso com a proteção das mulheres
Instituição adere ao pacto “Ninguém se Cala”, de combate à violência de gênero; assinatura foi realizada em cerimônia na noite desta terça-feira (20), no Teatro César Cava

Em um movimento que reafirma seu papel social e educativo, a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) aderiu oficialmente ao Pacto “Ninguém Se Cala”, uma iniciativa do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) que tem como objetivo a prevenção e o enfrentamento da violência de gênero em ambientes diversos, com ênfase especial a instituições de ensino.
A assinatura do termo de adesão ocorreu durante um evento institucional no campus 1 da Unoeste, em Presidente Prudente, com transmissão simultânea para os campi de Jaú e Guarujá, e contou com a presença de autoridades, promotores de justiça, procuradores do trabalho, membros da gestão universitária, docentes, discentes e lideranças da sociedade civil.
Compromisso universitário com a transformação social
Ao integrar o Pacto “Ninguém Se Cala”, a Unoeste passa a atuar de forma ainda mais ativa na promoção de um ambiente educacional acolhedor, seguro e equitativo. A instituição compromete-se com o desenvolvimento de políticas de prevenção, canais de denúncia eficazes, protocolos de acolhimento às vítimas e ações educativas permanentes sobre os direitos das mulheres, equidade de gênero e cidadania.
“A Unoeste, ao aderir ao Pacto, demonstra seu compromisso com a segurança e o bem-estar de suas alunas, professoras e colaboradoras. As instituições de ensino têm um papel fundamental na transformação cultural e social, promovendo o respeito, o acolhimento e a igualdade como pilares de uma sociedade mais justa”, afirmou a promotora de Justiça Vanessa Zorzan, coordenadora do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NAVV) do MP-SP.
Para ela, uma universidade do interior do Estado aderir a esse pacto é uma ação muito significativa. “A Unoeste demonstra sua preocupação com uma temática que está viva e presente na sociedade. Os altos índices de violência contra mulheres exigem ações concretas, e a universidade se propõe a difundir conhecimento, mostrar caminhos para romper o ciclo de violência e reforçar os canais de apoio. Não se trata apenas da área jurídica; é uma pauta transversal, que precisa envolver todos os cursos e profissionais”, acrescentou Vanessa.
Segundo a procuradora do Trabalho Vanessa Martini, vice-coordenadora da COORDIGUALDADE do MPT, os dados são alarmantes e exigem resposta imediata. “O pacto surgiu diante de estatísticas alarmantes. O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres e o primeiro em assassinatos de pessoas LGBTQIA+. A cada três minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. Esses números exigem reação. Não é apenas a vítima que precisa denunciar, mas toda a sociedade tem que estar engajada, não se calar e agir para evitar que casos de violência se transformem em feminicídios”.
A procuradora ainda pontua que as instituições de ensino são parceiras fundamentais nesse processo. “Elas formam pessoas não apenas para o mercado, mas para a vida em sociedade. Acreditamos que essa formação deve incluir cidadania, respeito, equidade e enfrentamento da violência de gênero. Com a adesão da Unoeste, fortalecemos uma rede de proteção necessária para lidar com um problema tão complexo como esse. Precisamos de educação, prevenção e compromisso institucional para mudar essa realidade”, concluiu.
A universidade como espaço de apoio, voz e empoderamento
A gestora de Recursos Humanos da Unoeste, Fátima Cristina Luiz Leonardo, destacou que a decisão de aderir ao pacto foi imediata diante da gravidade da causa. “Recebemos o convite do Ministério Público com alegria e responsabilidade. É um pacto voluntário, e a Unoeste entendeu que é hora de se posicionar com firmeza. Queremos dar voz às mulheres, acolher, proteger e garantir que todas se sintam seguras para estudar, trabalhar e frequentar nossos espaços com dignidade”.
Segundo Fátima, a universidade já possui estrutura e disposição para implementar medidas efetivas, e agora terá o respaldo institucional do pacto para ampliar ainda mais essas ações. “As mulheres não precisam mais se calar, se esconder, ou se afastar dos seus sonhos. Estamos juntos, enquanto universidade e sociedade, para garantir que elas tenham voz e proteção”.
Papel institucional
O pró-reitor Acadêmico, Dr. José Eduardo Creste reforçou que a Unoeste, com mais de 14 mil estudantes, tem papel estratégico na formação de novos profissionais conscientes e cidadãos engajados. “A universidade deve estar nos grandes projetos nacionais que promovem desenvolvimento e justiça. O Pacto Ninguém Se Cala é um desses projetos. Estamos honrados em fazer parte”.
Já o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi destacou que a adesão ao pacto é mais do que um gesto: é uma mudança institucional com impacto direto na sociedade. “Estamos falando de prevenção, acolhimento e transformação cultural. A Unoeste mostra, com essa ação, que é possível construir ambientes igualitários e verdadeiramente humanos”.
Com a adesão, a Unoeste compromete-se a:
- Realizar campanhas permanentes de conscientização sobre violência de gênero;
- Capacitar professores, gestores e colaboradores para identificar e combater situações de assédio e violência;
- Divulgar amplamente canais de denúncia, como a Ouvidoria da Mulher e os meios do MPT e MPSP;
- Criar protocolos de acolhimento institucional para vítimas;
- Fomentar projetos de extensão e pesquisa sobre temas de direitos humanos e igualdade de gênero.
Pacto Ninguém Se Cala
Criado em 2023, o Pacto “Ninguém Se Cala” é um compromisso voluntário proposto pelo Ministério Público com apoio de instituições como universidades, prefeituras, casas de eventos e empresas privadas. O objetivo é garantir que ambientes frequentados por mulheres sejam seguros, promovendo uma rede de proteção ativa e eficiente.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste