Com apoio docente, competições externas mobilizam alunos
Alunos de Direito entraram em disputa promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já os de Agronomia foram finalistas em Desafio de Inovação

Uma forma dos estudantes entenderem as demandas reais do mercado de trabalho enquanto ainda estão na graduação é participar de concursos e desafios de grandes empresas, cooperativas e órgãos públicos. Nos cursos da Unoeste, os exemplos são muitos – e demonstram o incentivo da instituição e do corpo docente aos alunos aproveitarem essas oportunidades de aprendizado.
Uma dessas competições é o STF Moot, promovida pelo Supremo Tribunal Federal, que simula um julgamento do Supremo. Os estudantes do curso de Direito precisavam analisar o caso fictício de um homem que contratou uma empresa brasileira para ajudá-lo a realizar suicídio assistido na Suíça. Como a prática é proibida no Brasil, a empresa foi fechada antes de cumprir o contrato. Hipoteticamente, o caso chegou ao STF por meio de um recurso que questiona a constitucionalidade dessa proibição e que tramita sob o regime de repercussão geral.
A ideia de entrar na disputa – que está na primeira edição – surgiu a partir de um convite do aluno do curso de Direito, Pedro Torri, ao professor Rogério José da Silva. “Estou no terceiro ano do curso e assim que vi a oportunidade de participar, conversei com o professor, que acolheu muito bem a ideia. Em seguida, formamos a equipe”, explica Pedro.
Além de Pedro, integram o “time” Gabriela Travessoni Trevizan, Ingrid Hayla dos Santos Nunes, João Vitor Pereira Zuntini Pinto, Junior Cesar Santiago e Marcelo Vendramini Menegasso. Os mentores foram o professor Rogério e o coordenador do curso, Sergio Ricardo Ronchi. O grupo foi montado em três dias.
“Já havia tido a difícil missão de formar uma equipe para o Júri Simulado [atividade acadêmica do 1º termo] e, por ter realizado algumas dinâmicas com as turmas ao longo do semestre, sabia das qualidades e disponibilidade de alguns desses alunos e, mesmo sendo ingressantes no curso, aceitaram prontamente o desafio. A esses alunos do 1º termo se juntou um outro, o Júnior Santiago, que está mais avançado no curso, e tinha outras tantas competências acadêmicas e ainda é servidor concursado no Ministério Público”, conta Rogério.
Equipe formada, foi hora de começar o trabalho. Foi preciso desenvolver dois memoriais escritos, que representavam as manifestações das partes com interesses conflitantes. “Por afinidade, os estudantes escolheram a parte que mais lhes interessou e formaram dois subgrupos, com três membros, para elaborarem seus memoriais. Ao final, coube a mim, que os orientava, revisar os textos antes de enviá-los para a avaliação da banca da competição”, explica o docente.
O professor explica que apesar de algumas circunstâncias pessoais – que levaram a realização de muitos encontros apenas no ambiente virtual - e a falta de um tempo maior para elaboração, todos se empenharam e conseguiram entregar bons memoriais.
A integrante Ingrid Hayla dos Santos Nunes, do 1º termo, que fez parte dos “recorrentes”, considerou a experiência como incrível.
“Estudamos bastante, interpretamos o processo com atenção e nos dedicamos muito. Participar dessa atividade me ajudou a desenvolver habilidades práticas que são essenciais na área do Direito, como a argumentação jurídica, o trabalho em equipe, a interpretação de casos reais e a construção de peças processuais. Além disso, me deu mais segurança para atuar em situações desafiadoras no futuro”, conta Ingrid.
Marcelo Vendramini Menegasso, também do 1º termo, explica que integrou a “parte recorrida”. Essa parcela do grupo representou um Estado da União na parte final do processo que envolvia a possibilidade de empresas brasileiras auxiliarem o suicídio assistido, levando brasileiros para outros países onde o ato é legal. Um trabalho extenso, mas recompensador.
“Foi uma ótima experiência! Competições assim ajudam os alunos a entender mais do mundo jurídico e seu funcionamento na prática, além de exercitar a parte argumentativa dos participantes”, diz.
Agora, a expectativa é pelo resultado – só duas equipes vão para a fase final. “Estou muito empolgada para acompanhar o resultado. O desafio de abordar um tema tão atual e complexo como o suicídio assistido, com suas profundas implicações constitucionais, só aumentou meu interesse pelo Direito Constitucional e reforçou o quanto aprender na prática faz toda a diferença. Estou extremamente realizada por ter feito parte desse projeto logo no início da minha jornada acadêmica”, explica Gabriela Trevisan, do 1º termo.
Para Pedro Torri – que deu o primeiro passo dessa iniciativa e ficou responsável pela pesquisa de jurisprudências, elaboração de tese jurídica e adequação do memorial às normas do edital -, a experiência de todos os envolvidos foi enriquecedora. “Pudemos aprofundar temas essenciais para nossa formação jurídica. Além disso, a participação no concurso serviu de motivação para buscarmos novos desafios. Já estamos planejando novidades para o próximo semestre”.
O professor Rogério da Silva destaca que a participação em competições acadêmicas é uma chance de buscar novos aprendizados de forma coletiva, o que colabora para também perceberem pontos em que já se destacam e o que precisa ser mais bem desenvolvido ao longo de suas trajetórias acadêmicas.
“Independentemente dos resultados, é certo que o curso ganha muito com a participação de seus estudantes, pois o empenho de pequenos grupos motiva outros tantos a também se empenharem para outras competições, congressos, publicações em revistas e eventos”, afirma.
Competições em várias áreas
Em junho, teve participação premiada em concursos também. A startup prudentina Global Eco Agro, que faz parte da Incubadora Tecnológica de Presidente Prudente (Intepp) e é formada por alunos de mestrado e doutorado da Unoeste, foi a campeã da Categoria 1 do 3º Desafio de Inovação HolambraTech, promovido pela Cooperativa Holambra.
Mas outras equipes também foram finalistas neste projeto. Uma delas formada por Letícia Mendes de Souza, Gilmar Santos Martins Júnior e Eduarda Ferreira da Silva, unidos por meio do Grupo de Estudos do Algodão (GEA), do curso de Agronomia. A decisão de participar veio depois da visita do responsável pelo Hub de Inovação Telescope Holambra, Dr. Wellington Gustavo Bendinelli.
“O projeto desenvolvido pelo grupo tem base no trabalho do Gilmar Martins, que faz parte da pós-graduação. O projeto de mestrado dele tem relação com um sistema de produção agrícola irrigado, com rotação de cultura de amendoim e algodão, que visa aumentar a produtividade, melhora a qualidade dos grãos de amendoim e da fibra do algodão”, explica a aluna Eduarda, do 3º termo de Agronomia.
Para ela, a experiência de trabalhar em conjunto e fazer a apresentação foi muito importante. “A gente fez networking, pôde ouvir projetos de outros lugares do Brasil. Foi um momento muito especial. A gente não ganhou, mas já foi uma vitória ter passado por três fases. A minha intenção é participar do próximo desafio de inovação”.
A gerente da Incubadora Tecnológica de Presidente Prudente e coordenadora do Núcleo de Empreendedorismo (Nemp), Fernanda Bagli, que também é especialista em gestão de pessoas e projetos, pontua que são muitos ganhos com essas participações. “Acreditamos que incentivar a participação em desafios é essencial para o amadurecimento dos projetos e o fortalecimento do ecossistema de empreendedorismo”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste