Projeto em Narandiba é visto como resgate da escola pública
Oferta universitária em extensão vinculada à pós-graduação promove os objetivos do milênio e o direito à cidade

Projeto de extensão vinculado à pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional é ofertado à Escola Estadual de Ensino Integral Takako Suzuki e recebido pela direção como resgate da escola pública.
A proposta tem alcance comunitário mediante os Objetivos de Desenvolvimento Social (ODS), preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU), e o Direito à Cidade, conceito do filósofo e sociólogo francês Henri Lefbvre (1901-1991).
A extensão é aplicada como princípio fundamental na promoção do desenvolvimento social, econômico e ambiental; priorizando a interação social, a sustentabilidade e o fortalecimento do vínculo comunitário.
Sobre o conceito do Direito à Cidade, o projeto abraça a dimensão de que a cidade está para todos como espaço de liberdade, inclusão e participação social; inserindo o povo na gestão dos espaços e na formulação de políticas públicas.
A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2024) é que Narandiba tenha 5.908 habitantes. A escola, que é a única pública do estado na cidade, atende 156 alunos com 23 professores e dez funcionários.
Projeto inovador
O projeto inovador é da arquiteta urbanista Yeda Ruiz Maria, egressa da Unoeste, da turma de 2010. É mestre pelo Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional (PPGMadre), onde faz o doutoramento.
Ela explica que a iniciativa envolve a integração entre ensino, pesquisa e extensão, unindo esforços dos cursos das Ciências Agrárias, Pedagogia, Mestrado e Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.
O seu doutorado é realizado com bolsa da Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação. O projeto acontece em algumas etapas, iniciadas com o desenvolvimento do “Cantinho da Unoeste”.
Como uma das ações principais do projeto, o cantinho está instalado nas dependências da escola, como espaço educativo, interativo e instagramável que aproxima a comunidade escolar dos ODSs.
Ambiente e protagonismo
“O ´Cantinho da Unoeste` foi pensado para expressar, de forma visual e acessível, a identidade institucional da Unoeste, promovendo a conscientização ambiental e o protagonismo estudantil”, explica Yeda.
“O espaço convida os alunos à reflexão sobre temas como preservação ambiental, responsabilidade social e desenvolvimento regional sustentável, de maneira lúdica, atrativa e alinhada à proposta pedagógica da escola”, pontua.
“Essa parceria representa importante passo para a construção de uma educação transformadora, pautada na interdisciplinaridade, no diálogo entre saberes e na valorização das relações entre universidade, escola e comunidade”, afirma.
O cantinho foi instalado com recursos da Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext), junto ao pró-reitor Dr. Adilson Eduardo Guelfi; com a aprovação da Pró-reitoria Administrativa, pelo pró-reitor Guilherme de Oliveira Lima Carapeba.
Graduação e pós
Em sua pesquisa para elaboração da tese, Yeda é orientada pelo professor doutor Lucas Prado Osco, no programa coordenado pela Dra. Maíra Rodrigues Uliana. Pelo mesmo programa têm duas alunas envolvidas no projeto.
Stephanie Funari Amaral Gusmão de Faria também faz doutorado e Sandra Aparecida dos Santos Souza cursa mestrado. Pela graduação, Felipe Baltazar da Rocha faz Agronomia semipresencial EAD e Jéssica Cristina Silva do Vale, Zootecnia semipresencial EAD.
O ”Cantinho Unoeste” foi instalado na terça-feira (1º) desta semana e também estiveram presentes pela Unoeste o professor Josué Pantaleão, da Pedagogia presencial e EAD; e a responsável pelo setor de piscicultura Rosimeire de Souza Santos.
Referência em agroecologia
Pela Proext, a logística foi desenvolvida por Richard Nazaré. Pela Agronomia e Zootecnia, a proposta é fazer a transição de cuidados usando homeopatia para tornar a horta escolar referência em agroecologia.
Também estão incluídas na proposta a organização para a construção de composteiras com resíduos orgânicos gerados da alimentação escolar; e atividades educativas sobre sustentabilidade e saúde do solo.
Para o diretor da escola, professor Enio Magro – que já foi vereador, prefeito e dirigente regional de ensino – juntamente com a vice-diretora Ivani Aparecida de Souza Pereira, o projeto de extensão é muito valioso.
Primeiro, conforme diz, por mostrar aos alunos que a escola é significativa para eles; e que existe essa conexão da escola pública com a universidade, com tudo que a Unoeste oferece de contribuição para o desempenho escolar dos alunos.
“A escola traz possibilidades e perspectivas aos alunos que estão sendo motivados até para fazer as provas externas; muito importantes. Os resultados da escola dependem da motivação e de vislumbrar o futuro que está sendo apresentado com a parceria”, pontua.
O professor Enio conta que a escola está em processo de recuperação. Na primeira Prova Paulista obteve 32% de acertos. Na segunda, 49%. “Isso já se deve a motivação dos alunos”, comenta.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste