Participação positiva do público marca Semana de Comunicação

Durante cinco dias, os alunos de Publicidade e Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente (Facopp/Unoeste) puderam ouvir e aprender com as experiências e desafios de diferentes profissionais que se apresentaram na 19ª Semana de Comunicação. Os destaques ficaram por conta justamente da presença e da participação do público nos debates que ocorreram após as palestras.
 
Segundo a professora da Facopp e coordenadora da Semana de Comunicação, Silvia Fraga, foram mais de 200 inscritos. “Um número importante, 10 % maior do que o ano passado, e que mostra um interesse muito bom por parte dos alunos em aprender com o conhecimento que foi transmitido aqui”.
 
A participação do público não se restringiu apenas à presença no auditório Azaleia, local das palestras. “Os debates que se abriram todos os dias após as palestras foram muito bons, com um nível alto e retorno melhor ainda para todos. Os palestrantes contribuíram muito para isso, trazendo casos recentes e abrindo discussões em várias frentes no Jornalismo e na Publicidade”, explicou a coordenadora do curso de Jornalismo Carolina Costa Mancuzo.
 
Larissa Trindade, coordenadora do curso de Publicidade, concordou e ressaltou ainda que “com os estudantes ampliando o debate após as palestras, dá para dizer que o que foi apresentado chamou a atenção do público e também que estes estudantes estão cada vez mais interessados no futuro”.
 
A participação do público não se restringiu às palestras. Os workshops previstos de redação, kirigami e jornalismo esportivo também atraíram alunos, preocupados em se aperfeiçoar ou em conhecer um pouco mais profissão. Na sexta-feira (16), por exemplo, a coordenadora de webjornalismo do site Globoesporte.com de Presidente Prudente e região, Gabriela Araújo, 25, ministrou o workshop de Jornalismo Esportivo e abordou com muito bom humor qualidades e defeitos de textos jornalísticos esportivos, como o uso de clichês, redundâncias, a construção do lead esportivo, contato com a imprensa, patrocinadores e o uso de fotos apropriadas. “Temos sempre que tomar cuidado com o que falamos e escrevemos”, afirmou ela após apresentar vídeos de coberturas esportivas e em seguida distribuir textos para os participantes para que elaborassem títulos e leads esportivos.
 
“Achei muito interessante, a maneira com que ela explicou tudo e como transmitiu suas experiências na montagem de matérias esportivas”, ressaltou satisfeito, o estudante do terceiro termo de comunicação da Unoeste, Carlos Alexandre Volpi Junior, 20.
 
Encerramento – O publicitário e pesquisador Fabio Mariano foi o responsável por encerrar o evento na sexta-feira (16). Durante aproximadamente uma hora, o palestrante falou sobre tendências e estudos do mercado publicitário. Formado em Publicidade e Propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), atualmente, ele é professor da ESPM e diretor executivo da InSearch. Realiza estudos sobre classes populares, modos de habitar, subculturas e consumo, religião e espaço urbano e é especialista em comportamento do consumidor.

Ele apresentou cases de campanhas nacionais justamente pela ótica da pesquisa publicitária, fator que antecede o momento da criação. "Pesquisas podem ser curiosas e divertidas", disse referindo-se à pesquisa de insight feita para a fabricante de óculos Chillie Beans. "A diferença é realmente essa: nós vamos atrás de conhecimento. Não dá para entrar na história de brincadeira". Outro ponto tratado por ele, tendo como apoio campanhas já realizadas, foi a realização da pesquisa etnográfica, em que as principais características são a imersão, a convivência e a busca por significados. "É quando a gente entra na vida do consumidor".

Como exemplo, ele apresentou a campanha Lar Doce Lar, também da InSearch, que resultou na revista ‘Minha Casa’, da Editora Abril. A preocupação era "Será que o público se preocupa em decorar as casas?". Para isso o grupo esteve e conheceu diversas casas onde as marcas influenciavam no comportamento das pessoas e concluiu que as de classe alta não gostam de itens de decoração que expõem marcas, enquanto nas casas de pessoas de classe baixa é nítida a presença de itens que remetam a marcas. "As empresas precisam conhecer as casas. Não conseguimos tocar a alma do consumidor muitas vezes porque não o entendemos".

Fábio finalizou a palestra destacando a importância da prática do trabalho de campo para os alunos da faculdade. "É preciso que eles reflitam e conheçam realidades diversas". E ainda reforçou o convite para que os estudantes se interessem pela área da pesquisa, já que a maioria dos recém-formados busca a área da criação deixando lacunas imensas no mercado.

Rafael Dias, 19, é aluno do 1º termo do curso de Publicidade e acredita que a palestra agregou muito conhecimento e serviu como modelo. "Pretendo ser tão bem sucedido quanto ele". O professor de pesquisa de mercado da Facopp, Anderon Cirilo, disse que além de grande amigo, Fábio é um excelente profissional e destacou também que receber um profissional como o pesquisador contribui para apresentar as técnicas discutidas em sala de aula agora com maior abrangência e também para mostrar aos alunos um campo amplo, porém pouco seguido. "Fábio nos mostra que dá para trabalhar de forma criativa dentro da pesquisa."
 
Palestras – A Semana de Comunicação 2014 na Facopp começou no dia 12 de maio, com a palestra do jornalista Rildo Herrera. Na terça-feira (13), foi dia do publicitário Erickson Monteiro. Na quarta-feira (14), a Semana de Comunicação abriu espaço para a pesquisa em Comunicação. O foco central foi o uso da fotografia como objeto de pesquisa com o palestrante Paulo César Boni, da Universidade Estadual de Londrina. O penúltimo dia (15) foi dedicado ao fotojornalismo, com o fotojornalista Fernando Donasci, do jornal carioca O Globo.

Por Evandro Batista e Gabriel Mota, estagiários em Assessoria de Imprensa Facopp.