Comepp destacou-se por participação de renomados médicos
22ª edição do Congresso Médico, organizado pela Faculdade de Medicina, teve mais de 400 participantes



Em atividades que se estenderam por vários períodos do dia no campus I da Unoeste, o Congresso Médico Estudantil de Presidente Prudente (Comepp) de 2014 recebeu renomados palestrantes. O evento ocorreu de quinta-feira (21) a sábado (23), em realização da Faculdade de Medicina, por meio do diretório acadêmico, e que resultou na presença de 418 alunos. Nesta 22ª edição, o tema apresentado em palestras, minicursos, mesa-redonda e caso clínico foi “Medicina para um Novo Tempo”, e ainda houve exposição de trabalhos científicos acadêmicos.
Doutor em clínica cirúrgica e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação Craniofacial (Sobrapar) e da Associação Brasileira de Cirurgia Crânio-maxilo-facial, o médico Cassio Eduardo Raposo do Amaral abordou as deformidades craniofaciais em crianças. Ele aponta que podem ser congênitas – ou seja, de nascença – ou adquiridas após acidente ou trauma, sendo que além de rosto, muitas síndromes e doenças acometem, por exemplo, mãos, pés, coração e ausência de algum órgão.
Segundo Amaral, a maior parte dos casos atendidos no hospital onde trabalha, o Sobrapar de Campinas (SP), é congênita, acompanhada pelo cirurgião plástico e profissionais como ortodontista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, otorrinolaringologista, neurocirurgião, neurologista e pediatra. “Crianças que nascem com algum tipo de deformidade passam por um tratamento longo, pois envolve múltiplas questões; já quando sofre um acidente ou trauma, cada caso é específico”, declara. Os pacientes têm apresentado resultados satisfatórios, “mas cada síndrome tem sua complexidade e os casos mais complexos demandam uma discussão maior e que eventualmente podem gerar outros problemas”.
O cirurgião plástico Dr. Jalma Jurado, de Jundiaí (SP), falou sobre um assunto muito polêmico: a readequação da anatomia genital, a popular cirurgia de mudança de sexo. Ele é o médico na América Latina com maior número de procedimentos desse tipo já feitos, aproximadamente 1,2 mil, em homens e mulheres. “A humanidade é diversa, respeitemos os desiguais! Não podemos ter preconceito, porque só cria obstáculos”, decreta Jurado, que menciona que em clínicas particulares leva-se dois anos desde a procura até a intervenção (ao custo estimado de R$ 30 mil), e de cinco a dez anos na saúde pública.
Para se submeter à operação é preciso provar em laudos, conforme o cirurgião, que o cérebro é igual ao do sexo pretendido e que no sangue circulam hormônios também deste sexo, além de vestir-se com roupas do gênero oposto há pelo menos três anos. Após os trâmites legais, no hospital o procedimento cirúrgico é realizado em três horas e meia e “é muito necessário que a pessoa seja amparada em todas as etapas que vai passar posteriormente, como adaptação social e econômica, mudança do registro civil e até como se proceder na relação sexual”, expressa Dr. Jurado.
Como é o mercado de trabalho para o recém-formado? Quem respondeu aos universitários foi o médico José Luiz Gomes do Amaral, professor da Unifesp e doutor em cirurgia vascular, cardíaca, torácica e anestesiologia. Entre os pontos que tratou, diz que o médico tem que estar preparado para trabalhar em vários locais, seja onde se formou, na cidade natal ou em qualquer outro lugar, pois precisa viver para o mundo globalizado, uma vez que estima que o Brasil ficará pequeno para o médico e “daqui a 20 anos ele terá a América do Sul como o mercado profissional preferencial”.
E para quem pensa em cursar Medicina, Gomes fala que o principal, para ter certeza da escolha, é analisar se a pessoa tem desejo de ajudar o próximo e saber que deverá estudar sempre, uma vez que a profissão se resume na aplicação clínica do conhecimento científico, que se renova com muita rapidez. “Você precisa ter cautela em abraçar novas ideias, questioná-las e colocá-las à prova o tempo todo, faz parte do modus vivendi [modo de viver] do médico! As doenças prevalentes há 15 anos não são as mesmas de hoje”, declara o docente, formado há 38 anos.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste