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Tecnologias reforçam o protagonismo do aluno no aprendizado

Pesquisador entende que interfaces interativas e realidade virtual contribuem para consolidar a Sala de Aula Invertida 


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Foto: Homéro Ferreira Tecnologias reforçam o protagonismo do aluno no aprendizado
Dr. Alexandre Cardoso: conferencista da abertura do Enapi

A busca por mudanças na forma tradicional de ensinar tem na metodologia ativa de aprendizagem Sala de Aula Invertida, uma fórmula para o aluno deixar a postura passiva de ouvinte e assumir o papel de protagonista do seu aprendizado. Para o pesquisador Dr. Alexandre Cardoso, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Minas Gerais, esse caminho começa a se consolidar com o uso mais intenso das tecnologias, como são os casos das interfaces interativas e realidade virtual associadas com as inteligências artificial e humana. 

Entendimento manifestado na abertura do 28º Encontro Anual de Pesquisa e Iniciação Científica (Enapi), na noite de terça-feira (17) no auditório Azaleia, no campus 2 da Unoeste, em Presidente Prudente, com público presencial e on-line através de transmissão ao vivo para os campi de Jaú e Guarujá e inscritos de 122 instituições de ensino superior de 18 estados brasileiros. O Enapi é um dos eventos do Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe 2023), iniciado na segunda-feira (16) e que segue até sexta-feira (20).

"Além da relevância do tema do Enepe que trata do impacto da inteligência artificial na formação e na sociedade, o Enapi mais uma vez surpreendeu por incorporar outras tecnologias, como interfaces interativas e realidade virtual, que – quando combinadas com as inteligências artificial e humana – tornam a formação mais significativa e interessante", diz o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Unoeste, Dr. Adilson Eduardo Guelfi; corroborando com o conferencista que abordou o tema “Interfaces e inteligências: disruptura e atualidades”.

Convergência é a palavra 

O Dr. Alexandre fez uma abordagem objetiva com foco em interfaces, inteligência e inovação, considerando a convergência como palavra que marca posição, em especial, quando o assunto é educação. Discorreu sobre tipos de interfaces para conexão cérebro-máquina, incluindo a realidade virtual que, conforme afirmou, não existe sem imersão, imaginação e interação; não existe sem 3D, a sigla de tridimensional que se refere ao que possui três dimensões geométricas: altura, profundidade e largura.

Durante a exposição oral do conteúdo, o pesquisador apresentou experimentos desenvolvidos no Grupo de Pesquisas em Realidade Virtual e Aumentada (GRVA); mantido junto a Faculdade de Engenharia Elétrica da UFU. Alunos que estavam na plateia foram convidados para sessão de demonstração de projetos em realidade virtual, como foi o caso de fazer a manutenção remota, por óculos 3D com controle bluetooth em subestação de concessionária de distribuição de energia elétrica.

Prevalece o humano 

A palestra e as dinâmicas foram muito interessantes, culminando com o momento o talk-show, conduzido pelo professor Dr. Robson Augusto Siscoutto, amigo do Dr. Alexandre há mais de 20 anos, que fez perguntas e abriu para a participação do público. Dentre os assuntos questionados surgiu nas respostas o assunto metodologia ativa “Sala de Aula Invertida” e a defesa do pensamento que nos anos iniciais do ensino básico não pode haver mudança por conta das tecnologias, por considerar que o tátil e o físico são fundamentais para despertar a criatividade.

As mudanças devem estar no ensino superior para cair em cartas no ensino básico que tem de quatro a cinco anos esvaziados, sem preparar o aluno para a vida. Com essa visão, o conferencista disse que eram bons os tempos dos laboratórios de química, física e biologia. Disse que defende de forma reacionária não perder o lúdico do brincar e nem as oportunidades em experimentos. Sobre quem tem medo da inteligência artificial “vencer” a inteligência humana, citou a Revolução Industrial, quando surgiu a máquina com mais capacidade de força do que o ser humano. Substituiu, mas não venceu. Tornou as produções mais fáceis, ágeis, econômicas e rentáveis.   

Foto: Homéro Ferreira Mesa-redonda: Dr. Daniel e professoras mestres Janiele e Mariangela
Mesa-redonda: Dr. Daniel e professoras mestres Janiele e Mariangela

Iniciativas inovadoras 

“A inteligência artificial é para a gente uma colaboradora e devemos tirar dela o que for possível para ajudar em nossas tarefas”, disse para citar a condição de fazer revisão sistemática (estudo sobre outros estudos) de publicações científicas. “Então, se o que aí está é para usar e ganhar tempo, não tem jeito de andar para trás”, comentou. Ao final, foi aplaudido e elogiado pela importante contribuição dada ao Enepe 2023. O Dr. Alexandre deixou o convite para que os doutores Siscoutto, Adilson e Creste visitem a Universidade Federal de Uberlândia.

Dr. Siscoutto falou ainda das iniciativas inovadoras da Unoeste com as criações de ambientes interativos, citando a Sala Betha que tem o que há de mais moderno em tecnologia: mesas interativas, realidade aumentada, holografia, peças impressas em 3D, celulares, tabletes e projetores de alta definição; e a Arena Lab, um ambiente altamente tecnológico e interativo que por gamificação (metodologia ativa), possibilita aos alunos tomarem decisões ágeis em atividades e jogos de conhecimento. Tem também o Laboratório de Simulações (LhabSim) com robôs utilizados em aulas práticas nos cursos da saúde e que simulam situações reais comuns em hospitais.

Mesa-redonda integrada 

Dentre outras atividades, na manhã desta quarta-feira (18), no mesmo auditório, foi realizada a mesa-redonda integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão, com o tema do Enepe 2023, "Inteligência humana e artificial: impacto na formação e sociedade". O primeiro momento foi de exposição de conteúdo pelo Dr. Daniel Arana, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Dr. José Artur Teixeira Gonçalves, da Escola Técnica (Etec) Professor Adolpho Arruda Mello, de Prudente, e a professora mestre Mariangela Barbosa Fazano, da Unoeste.

A mediação foi da também professora mestre Janiele de Souza Santos Uchelli, da Unoeste. O Dr. Daniel apresentou dados interessantes como os de estudo com dois grupos que assistiram vídeos produzidos por humanos e pela inteligência artificial, sendo que 90% não apresentaram nenhuma negatividade e 10% expressaram desconfiança em relação a inteligência artificial. Sobre os benefícios para a educação, disse que são muitos, apesar dos questionamentos; e alertou que o professor não pode deixar o aluno aprender sozinho no ChatGPT, e, sim, assumir sua posição de orientador. 

Potencial para a educação

Como coordenador de curso, ele falou dos desafios e oportunidades de uso da inteligência artificial, com a qual desenvolve algumas atividades que vão da produção de ofício, passando por abastecimento do site e redes sociais, até a proposição de problemas em sala de aula. Contou que pesquisa pelo aplicativo Consensus encontrou em 10 artigos científicos 45% de respostas sim sobre a inteligência artificial ser útil para a educação e 55% possivelmente; e como potencial para a educação 56% sim, 33% possivelmente e 11% não. 

Com participação remota, a abordagem do Dr. Artur esteve relacionada à preocupação com a inteligência emocional, citando os ensinamentos de Chade-Meng Tan, na publicação Search Inside Yourself (buscar dentro de você), sobre o método para melhorar a atenção plena e a inteligência emocional na vida e no trabalho; e de Daniel Goleman, autor do best-seller Inteligência Emocional, cujo modelo é sustentado em quatro domínios: autoconhecimento, autogestão, consciência social e gerenciamento de relações.

Estudos na Unoeste 

Transitando entre inteligência humana e artificial, a professora Mariângela abordou o tema Cultura da Paz. Citou as metas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), estabelecidas em 1989, e da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1990; para chegar aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), de 2015, citando alguns e dentre eles os que tratam da educação, redução das desigualdades e paz e justiça; para dizer que a educação é meio de conscientização da cultura da paz.

Na apresentação de dois estudos desenvolvidos na Unoeste, mostrou projetos relevantes que colocam em prática a cultura da paz. Um deles é Sistema Orion, ferramenta desenvolvida pela Faculdade de Informática de Presidente Prudente (Fipp) que permite à Polícia Militar registrar ocorrências sociais, compartilhadas remotamente, no instante em que são registradas, com órgãos de justiça e organizações de amparo social. A propagação do Orion foi feita em projeto do curso de Publicidade e Marketing. O outro está em andamento pelo curso de bacharelado em Design.

Luta pela igualdade 

Com a aplicação da metodologia ativa Aprendizagem Baseada em Projeto, com o envolvimento das disciplinas de Projeto Editorial, Design Instrucional, Projeto Audiovisual e Projeto Integrador III, o projeto em andamento tem o tema Cultura da Paz, atende o Núcleo de Educação e Direitos Humanos da Unoeste (NEDHU), tendo como público alvo a comunidade da universidade. O trabalho é realizado por cinco equipes: a de construção do site e tema geral; igualdade de gênero e empoderamento feminino; diálogo e resolução pacífica de conflitos; desenvolvimento ambiental sustentável; e direitos humanos e justiça social.

Encerradas as exposições, em momento talk-show, a mediadora professora Janiele associou inteligência artificial, inteligência emocional e cultura da paz, para abrir às perguntas e uma delas foi sobre possível desigualdade tecnológica entre estudantes. O Dr. Daniel disse que a desigualdade existe, que tem origem na social e que é um grave problema para trabalhar. Para o Dr. Artur, a falta de acesso à tecnologia pode intensificar as desigualdades já existentes. Ambos deixaram o entendimento que é uma luta a ser feita, em busca da igualdade e da necessidade da inteligência artificial na educação. A professora Mariangela falou em necessidade de políticas públicas, no mesmo sentido de promoção da igualdade.

Comunicações orais 

No Enape 2023 são quatro dias de apresentações de trabalhos em comunicações orais, iniciadas na segunda-feira (16) e que prosseguem até quinta-feira (19) em três períodos: manhã, tarde e noite. Dentre os 2.474 inscritos, 1.104 são trabalhos científicos produzidos em 112 instituições de 18 estados brasileiros, incluindo os campi da Unoeste em Presidente Prudente, Jaú e Guarujá. São trabalhos, incluindo os de iniciação científica, em todas as áreas do conhecimento. As apresentações ocorrem presencial e remotamente.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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