Saúde mental ganha destaque no Projeto Biblioterapia
Projeto uniu arte, leitura e acolhimento em oficinas com Caps Infantil e Adulto, reforçando a humanização do cuidado e a integração da comunidade com a Unoeste Guarujá
A Unoeste Guarujá realizou, nos dias 11 e 14, a primeira edição local do Projeto Biblioterapia, iniciativa que une literatura, arte e saúde mental em atividades terapêuticas com usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do município. A ação marcou o início de um piloto que deve se consolidar no próximo semestre, unificando práticas entre os campi da instituição.
Idealizado originalmente no campus de Jaú pela bibliotecária Maria Letícia Silva Vila Real junto a coordenadora do curso de Psicologia, Dra. Camélia Santina Murgo, o projeto foi estendido ao litoral pela coordenadora do curso de Psicologia na Unoeste Guarujá, Dra. Aline Cacozzi.
Ela explica que a proposta nasceu alinhada às diretrizes da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que incentiva o cuidado humanizado e a ampliação dos espaços terapêuticos para além dos serviços de saúde.
“Nosso objetivo é aproximar a comunidade da universidade, criando vivências que valorizem o cuidado em liberdade e a humanização. Nesta edição fizemos um piloto com os Caps e no próximo semestre vamos dar continuidade com a integração entre os campi”, afirma Dra. Aline.
Oficinas
A semana contou com dois encontros distintos. Na terça-feira (11), o Caps Infantil participou da oficina de leitura, conduzida pela bibliotecária Sofia da Cunha Gonçalves. No encontro, as crianças foram convidadas a refletir sobre valores, escrever pequenos preceitos e transformar ideias em expressão literária.
“O lançamento do projeto foi um grande sucesso. É emocionante ver como a universidade impacta a comunidade por meio da extensão. O Biblioterapia abre espaço para a sensibilidade e, ao mesmo tempo, para a autonomia”, afirma Sofia.
Na sexta-feira (14), a proposta foi voltada aos adultos, que participaram de uma oficina de pintura, criada em parceria com o programa Unoeste + Cultura. A atividade buscou estimular liberdade criativa e acolhimento.
Para Josué Pantaleão da Silva, coordenador do programa, a arte atua como ferramenta terapêutica poderosa.
“Desenvolvemos a ideia de ‘arte organizada’, para que cada pessoa pudesse colocar sua intenção na obra. É um momento de alegria, expressão e terapia”.
Pertencimento
Para muitas crianças do Caps Infantil, o projeto representou a primeira vez dentro de uma universidade. A experiência, segundo a técnica e estagiária do Caps, Maria Luiza Taniolo, tem impacto direto na ampliação de horizontes.
“Trabalhamos com crianças em grande vulnerabilidade econômica. Muitas nunca imaginaram estar em uma universidade. A visita abre portas simbólicas e reais. A proposta reforça o propósito do Caps, que não é manter as pessoas dentro do serviço, mas reinseri-las na sociedade. Foi um dia muito especial para todos nós”, relata.
Os participantes também expressaram o quanto gostaram da atividade. Zyon, de 10 anos, deixou clara a empolgação.
“Eu gostei muito de participar da oficina. Aqui é muito bonito e excelente. Espero que mais pessoas tenham a oportunidade de conhecer a universidade e fazer atividades assim”.
Entre os adultos, o impacto também foi evidente, Kauan de Oliveira, que esteve pela primeira vez em uma biblioteca universitária, saiu com um sonho ainda mais vivo.
“Eu amei a experiência. Nunca tinha vindo a uma universidade antes. Meu sonho é fazer Educação Física, e agora quero muito estudar aqui”.
Já Ivan Barbosa destacou o quanto foi tocado pelo encontro com a leitura. “Achei tudo perfeito. A Sofia despertou em mim um incentivo novo para ler. Gostei da forma como ela cuida dos livros e nos incentiva a prestar atenção neles. Vou levar isso para a vida”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste