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Unoeste aborda aplicação da cannabis nos cuidados paliativos

Dra. Amira Correa Mari explica como os canabinoides podem aliviar dor, ansiedade, insônia e outros sintomas em pacientes em estágio avançado de doenças


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Foto: Karen Cunha Unoeste aborda aplicação da cannabis nos cuidados paliativos
Palestra integra ações educativas da Unoeste voltadas à formação humanizada e atualizada em saúde

A cannabis medicinal tem se mostrado uma aliada importante nos cuidados paliativos, oferecendo alívio para dores crônicas, insônia, ansiedade, distúrbios motores e até perda de apetite em pacientes com doenças avançadas. Foi o que destacou a médica geriatra Dra. Amira Correa Mari, em palestra realizada na Unoeste Guarujá.

Com certificação em cannabis medicinal pela USP, Dra. Amira apresentou evidências científicas sobre o uso terapêutico dos canabinoides, como o CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol), além de resgatar o histórico milenar da planta e desmistificar preconceitos associados a ela.

“A gente busca, dentro da abordagem dos cuidados paliativos, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares. E os canabinoides são uma ferramenta importante nesse processo, quando usados com responsabilidade e prescrição adequada”, afirma.

O que são cuidados paliativos?

Os cuidados paliativos consistem em um conjunto de ações voltadas a pessoas com doenças graves, progressivas e que ameaçam a continuidade da vida. O foco não está na cura, mas no alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual. 

“Muitas vezes o paciente chega até nós sem mais opções terapêuticas, e ainda com muito preconceito. A cannabis medicinal pode ser uma alternativa viável, mas precisa ser tratada com seriedade e respaldo técnico”, explica a médica.

Histórico do uso medicinal da cannabis

Durante a palestra, Amira destacou que a cannabis é utilizada como planta medicinal há mais de cinco mil anos, com registros em regiões como China, Índia, África e Egito. 

“Ela já foi usada para tratar reumatismos, dores, inflamações e até problemas oculares como o glaucoma. Infelizmente, sua criminalização no século XX foi motivada por razões políticas e econômicas, e não científicas”, afirma, citando a influência do racismo e da xenofobia na proibição da planta nos Estados Unidos e, posteriormente, no Brasil.

Como os canabinoides atuam no organismo

Segundo a especialista, substâncias como o CBD e o THC atuam no sistema endocanabinoide, presente no corpo humano e responsável por funções como controle da dor, apetite, sono e humor. O THC, por exemplo, tem alto potencial analgésico e pode ajudar no controle da dor intensa. Já o CBD é eficaz no tratamento da ansiedade, inflamações e distúrbios do sono.

Além deles, há outros canabinoides com potencial terapêutico, como o CBG e o CBN. O primeiro é estudado por seus efeitos anti-inflamatórios, especialmente úteis para atletas. O segundo tem propriedades sedativas, sendo indicado em casos de insônia ou agitação.

Formas de uso 

Dra. Amira explicou que os produtos à base de cannabis medicinal podem ser administrados por via oral, sublingual, tópica, vaporizada ou retal. Os efeitos variam conforme a forma de uso. Por exemplo, a via sublingual oferece ação mais rápida do que a ingestão oral, que demora mais para fazer efeito, mas possui duração prolongada.

Os óleos utilizados no tratamento também se dividem em três tipos: isolado (com um único canabinoide, geralmente CBD), broad-spectrum (sem THC, mas com outros compostos da planta) e full-spectrum (com todos os fitocanabinoides, inclusive THC). “O óleo full-spectrum tende a ser mais eficaz, graças ao chamado efeito entourage, quando os compostos atuam em sinergia”, conta a médica.

Uso responsável e prescrição segura

A especialista ainda alertou para os riscos do uso indiscriminado e reforçou que a prescrição de cannabis medicinal deve ser feita com base em critérios clínicos, levando em conta a condição do paciente, o histórico de saúde e a padronização dos produtos.

“Não estamos falando de uso recreativo. Estamos falando de saúde, de ciência e de qualidade de vida. É fundamental combater o preconceito e garantir acesso a tratamentos seguros e eficazes”, completa.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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