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Pesquisa sobre inclusão envolve mãe e filho com superdotação

Foco do estudo de doutoramento está no preparo docente para trabalhar com crianças com dupla excepcionalidade


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Foto: Cedida Pesquisa sobre inclusão envolve mãe e filho com superdotação
Mãe e filho ao participar da Copernicus Math, na Universidade Columbia, em Nova York

Fato raro e possivelmente inédito no país em relação à dupla excepcionalidade de ambos, mãe produz pesquisa envolvendo seu filho com superdotação, que em menos de dois anos, conquistou 142 medalhas em olimpíadas cientificas no Brasil e exterior. 

A professora Josiane Luzia Mendonça dos Santos está desenvolvendo o estudo "Educação Inclusiva, Cultura Maker e Educação Ambiental: Processos Formativos para Crianças com Dupla Excepcionalidade na Perspectiva da Arte e da Cultura".

Seu doutorado, iniciado na Unesp em Presidente Prudente, prossegue na Unoeste, por acompanhar a sua orientadora Dra. Elisa Tomoe Moriya Schlünzen, que se aposentou na universidade pública e continua sua carreira de professora pesquisadora no particular.

A situação-problema do estudo está relacionada à falta de preparo dos professores para lidar com a dupla excepcionalidade, conforme a orientadora que também é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE).

A dupla excepcionalidade é uma condição em que a criança apresenta Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) juntamente com alguma deficiência, transtorno do neurodesenvolvimento ou dificuldade de aprendizagem.

Preparação de professores

A Dra. Elisa diz que, mais especificamente, o projeto busca responder sobre o que fazer para preparar os docentes que já possuem a graduação ‘normal’ para trabalharem efetivamente a educação inclusiva de crianças com dupla excepcionalidade.

“A formação inicial é insuficiente e a continuada precisa ser prática, contextualizada e integradora de abordagens como cultura maker, educação ambiental, arte e cultura para atender às necessidades dessas crianças de forma significativa”, pontua.

Conforme a orientadora, o envolvimento de mãe e filho tem relevância acadêmica, pessoal e social. A autora é mãe de uma criança com dupla excepcionalidade, com autismo e AH/SD, e também apresenta dupla excepcionalidade, em menor grau.

São condições que proporcionam vivência concreta e sensível dos desafios enfrentados tanto no papel de educadora quanto de mãe, de acordo com a orientadora - que aponta ainda outros fatores significativos.

“Base experiencial autêntica para investigar a formação de professores e propor soluções viáveis; e exemplo de superação e pesquisa com envolvimento emocional e compromisso social, algo que confere maior profundidade e legitimidade à proposta”.

Contribuição nacional

Cita também que é uma contribuição para pesquisas ainda incipientes no Brasil sobre a coexistência de condições como AH/SD e autismo; e sua interface com políticas públicas e práticas escolares.

“Acredito que a experiência pessoal alimenta e fundamenta a pesquisa, tornando-a mais potente e conectada à realidade” comenta, para testemunhar a relevância de relações afetivas, observadas em seus 37 anos como pesquisadora.

“Observo que as pesquisas que mais tiveram sucesso são aquelas em que havia envolvimento afetivo, principalmente quando uma mãe e um pai buscam soluções de forma totalizadora para o desenvolvimento e melhorias para os seus filhos”, conclui a orientadora.

O filho de Josiane é Miguel Rosa dos Santos, diagnosticado com autismo aos 7 anos de idade; e AH/SD aos 8 anos. Hoje, tem 10. A família mudou-se de Mirante do Paranapanema para Prudente, por causa do Miguel.

O pai Ricardo Rosa dos Santos é policial militar. A primogênita Maria Yasmin é recém formada médica. O filho José Ricardo cursa Direito na Unoeste. O casal teve o Joaquim, que nasceu prematuro e viveu dois anos e meio.

Foto: Cedida Josiane e Miguel em evento nacional: premiação no Caça Asteróides, em Brasília
Josiane e Miguel em evento nacional: premiação no Caça Asteróides, em Brasília

Estímulo para competir

A vinda para Prudente possibilitou aproveitar a liberação da Unesp para Miguel assistir aulas na graduação e pós-graduação em Física, como ouvinte. Boa parte do seu tempo é dedicado para estudar física quântica, nanotecnologia e engenharia.

 Aos 7 anos, Miguel ganhou prêmio do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), como uma das dez crianças brasileiras prodígios em ciência, engenheira e tecnologia. Ganhou mentoria do ITA, na qual foi estimulado a participar de olimpíadas, aos 8 anos.

Começou e não parou - sempre acompanhado pela mãe, que sabe estabilizá-lo quando fica desregulado. Mais recentemente, Miguel esteve em Singapura e nos Estados Unidos, na Universidade Columbia, ganhando medalhas e menção honrosa.

No último domingo (2), esteve no programa Domingão com Huck, na Rede Globo de Televisão. Participou do quadro Pequenos Gênios. Teve um momento de desregulação, foi estabilizado e seguiu até o final. Miguel estuda no Sesi Furquim. 

Josiane é formada em Letras e Pedagogia. Seu título de mestra é em Letras. Possui algumas especializações. No doutorado em Educação, pretende contribuir com a educação inclusiva de crianças com dupla excepcionalidade.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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