HU abre Ambulatório de Psoríase
Doença de pele que atinge 190 milhões em todo o mundo gera preconceito na sociedade; estresse é uma das principais causas

A psoríase é uma doença dermatológica que atinge aproximadamente 190 milhões de pessoas em todo o mundo, o que significa 1% a 3% da população mundial. Na forma de lesões vermelhas e escamativas ou secas e esbranquiçadas, a psoríase afeta principalmente a pele, mais especificamente regiões que sofrem muito atrito, como joelho, cotovelo ou nádegas. No entanto, pode se manifestar também nas unhas e couro cabeludo, e, em casos raros, nas articulações do corpo (juntas), causando bastante dor e incômodo nas áreas afetadas.
Com o objetivo de esclarecer a população sobre a doença e proporcionar um atendimento especializado para esses casos, o HU (Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo) iniciou, há poucas semanas, o Ambulatório de Psoríase, no Centro Médico 1 do hospital. O serviço atende pacientes de todas as idades mediante encaminhamento de um médico clínico de Pronto-Socorro ou de UBS (Unidade Básica de Saúde), ou ainda por agendamento via Secretaria de Saúde.
A responsável pelo Ambulatório de Psoríase, a dermatologista Luciena Ortigosa, diz que o intuito é minimizar o impacto social sofrido pelos portadores e contribuir para a redução do preconceito que envolve a doença, ampliando a auto-estima dos pacientes e divulgando o tratamento como forma eficaz de controle.
De acordo com ela, a psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, não contagiosa, desencadeada por fatores genéticos e ambientais, sendo o estresse um dos principais causadores. “É uma doença muito ligada ao estado emocional do paciente, com fases intercaladas de melhora e outras de piora. Os tratamentos disponíveis hoje permitem um bom controle da psoríase, diminuindo as lesões e proporcionando uma boa qualidade de vida aos portadores. Os períodos de remissão da doença podem durar dias, meses, anos e até mesmo a vida toda, sem qualquer incômodo, mas isso depende muito do tratamento utilizado e das condições psicológicas do paciente”, diz a médica.
Ela ainda explica que as lesões variam de pequenas e finas a grandes e espessas, podendo, em casos mais graves, tomar todo o corpo. “As lesões leves atingem porcentagens menores do corpo, como joelhos, cotovelos e couro cabeludo, e geralmente são tratadas com pomadas e cremes. Já as mais graves podem exigir até mesmo a internação do paciente, com uso de medicação endovenosa e acompanhamento psicológico”, comenta.
Luciena, que participou do último congresso de psoríase ocorrido na Alemanha, ressalta que o medicamento biológico endovenoso ainda é novidade e pouco acessível, mas com resultados de melhora comprovados em pacientes no estágio grave da doença.
Preconceito – Estatísticas da SBD revelam que em até 90% dos casos a psoríase pode envolver as unhas, correspondendo a um grande estigma da doença, pois interfere nas relações sociais e atividades de trabalho. Umas das principais características da doença é o descolamento da unha (onicólise). Para minimizar, é preciso que o paciente evite traumatismos, mantenha as unhas curtas, secas e limpas, diminuindo as chances de descolamento.
“Além dos prejuízos físicos, o portador de psoríase ainda sofre preconceito da sociedade, fato que ocorre em quase todas as doenças dermatológicas, por ser a pele um tecido muito exposto. As pessoas em geral ficam olhando, têm medo de pegar na mão, de encostar, por puro preconceito e desconhecimento da doença. É preciso se informar, buscar centros de tratamento e fazer o controle, já que esta é uma doença absolutamente não-contagiosa e com perspectivas de melhora”, finaliza a dermatologista.
A importância da psoríase e sua grande ocorrência na população fizeram com que a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) instituísse o dia 29 de outubro como o Dia Nacional da Psoríase, com o lema “Na Luta Contra o Preconceito”. A data foi comemorada no último domingo pela primeira vez em várias cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Fortaleza, com estandes de informação e atendimento, e teve a participação de dermatologistas voluntários.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste