Câncer de pele pode surgir antes dos 30
Casos precoces da doença têm sido registrados em todo o Brasil; pessoas a partir dos 20 anos que não se protegem estão na mira desse mal

Considerado o mal do verão, o câncer de pele é uma doença de caráter cumulativo, que se desenvolve a partir da exposição freqüente e desprotegida ao sol. Por ser um problema que surge ao longo dos anos, sua incidência é maior em pessoas na faixa etária dos 60 aos 70 anos de idade. No entanto, em algumas regiões do Brasil, incluindo o Oeste Paulista, há registros de câncer de pele em idade precoce, em indivíduos a partir dos 20 anos.
Segundo a dermatologista responsável pelo Serviço de Dermatologia do HU (Hospital Universitário “Dr. Domingos Leonardo Cerávolo”), Marilda de Abreu, isso ocorre porque alguns tipos de pele estão mais propensos a desenvolverem a doença, principalmente se não receberem a proteção adequada:
“Pessoas muito brancas correm o risco de ter esse câncer mais cedo, pois esse tipo de pele possui as características favoráveis à doença, pela pequena produção de melanina, substância que dá cor à pele e a protege dos efeitos danosos da irradiação solar ultravioleta. Se os olhos e os cabelos também forem claros, devem se proteger ainda mais, principalmente na infância e juventude”, comenta a dermatologista.
De acordo com a médica, a exposição solar excessiva, no trabalho ou para fins de bronzeamento, é a principal causa do câncer de pele. Os resultados imediatos dessa prática são as queimaduras agudas, que causam muita dor, mas que, com o tempo, aumentam as chances de melanoma, “o terrível câncer negro”, tido como o mais grave de todos.
“A incidência do melanoma aumenta com as queimaduras na pele ao longo dos verões. Outros cânceres, carcinomas basocelular e espinocelular, se devem à ação cumulativa do sol. O uso do filtro solar traz efeitos benéficos para o futuro. Quem se protege hoje, além de prevenir o câncer, evita outros problemas como o envelhecimento precoce da pele, sardas e outras manchas”, diz a médica.
Para garantir um verão saudável, a dermatologista recomenda o uso de todo o tipo de proteção, como óculos, bonés, chapéus e roupas. O filtro solar, de acordo com ela, deve ser aplicado todos os dias, não apenas durante os banhos de sol. E, ao contrário do que se possa imaginar, esse produto é indispensável até mesmo em dias nublados, pois as nuvens não bloqueiam completamente os raios solares que causam danos à pele.
Todos os anos a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove a Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. A ação ocorre em 24 estados brasileiros e tem como objetivo diagnosticar e tratar o câncer de pele gratuitamente em regime de mutirão. Presidente Prudente, por meio do Ambulatório de Dermatologia do HU, é um dos postos oficiais dessa campanha. Na região, ela é organizada não apenas com o propósito de atender, mas também de conscientizar a população sobre a importância da prevenção, com palestras e informações fornecidas durante as consultas.
A dermatologista Marilda de Abreu, que participa da campanha, comenta sua importância para a região de Prudente, onde o índice de câncer de pele é alto:
“O nosso serviço atende a população de toda a região, o que compreende cerca de 45 municípios. Grande parte das consultas está relacionada a lesões pré-cancerosas, que se tratadas não chegam a desenvolver o câncer propriamente dito. Por conta desses dados, temos como conduta fornecer orientações sobre prevenção a todos os pacientes. Isso já virou parte do nosso cotidiano”, ressalta a médica.
Ela salienta que a próxima edição da campanha será em 24 de novembro, e que a meta é atender o maior número possível de casos. No ano passado, das 720 pessoas atendidas, 78 tiveram o diagnóstico confirmado da doença e cerca de 100 apresentaram lesões pré-cancerosas. De acordo com a dermatologista, além do diagnóstico, a campanha propicia o tratamento e o acompanhamento dos casos positivos no HU.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste