Saúde: saiba os cuidados com uso de plantas medicinais
Farmacêutica explica como a utilização incorreta de remédios naturais pode causar riscos a saúde

Quem nunca tomou um chá para dor de estômago ou mal estar? Um chazinho, por mais simples que pareça, pode causar desde dor de cabeça até danos em órgãos vitais. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população utiliza remédios naturais para tratar doenças.
A professora doutora do Curso de Farmácia da Unoeste, Ana Júlia Pereira Santinho, especializada em Farmácia Magistral, explica que o uso de remédios naturais não pode ser considerado um tratamento. “Se a posologia, ou seja, a quantidade e o tempo de uso não forem manipulados corretamente, a saúde pode correr sérios riscos”.
Ana Júlia afirma que a Vigilância Sanitária exige que os estabelecimentos que trabalham com este tipo de medicamento, sejam fiscalizados por um profissional qualificado. “Para se ter uma idéia, em apenas 10 anos foram registrados 7 mil casos de intoxicação pelo uso indevido de plantas medicinais”, ressalta.
A docente diz que as plantas mais usadas são: boldo, camomila, erva cidreira, erva doce e chá verde. “Poucas pessoas sabem que a forma de preparar o chá, o solo, o uso de agrotóxicos e a época da colheita também interferem na qualidade das plantas medicinais”.
Outro aspecto importante é a comercialização destes produtos. Alunos do Curso de Farmácia da Unoeste analisaram algumas plantas vendidas em feiras da cidade, e o resultado foi surpreendente. “Em alguns casos, cerca de 40% do produto vendido era composto por material estranho, cinzas, galhos e umidade”, frisa Ana Júlia.
Ela lembra que o chá deve ser preparado através da infusão, quando se joga água fervida sobre as ervas. “Porém, a maioria das pessoas faz o processo inverso, chamado de decocção. Nele, o princípio ativo pode ser perdido”, explica. Outro problema é o uso em demasia, mas, de acordo com a docente, para evitar riscos não se deve substituir a água ou a ingestão de outros líquidos pelos chás. “Indica-se, ainda, variar as ervas utilizadas e evitar preparar infusões muito concentradas”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste