Fisiologista comenta o fim do horário de verão
Professor doutor Jair Garcia Júnior, do Curso de Educação Física da Unoeste, fala sobre as mudanças no ritmo (ou relógio) biológico

Neste final de semana os relógios foram alterados com o fim do horário de verão – atrasados em uma hora. Uma mudança que traz consequências no ritmo (ou relógio) biológico e que causa desconforto durante alguns dias.
De acordo com o professor doutor Jair Rodrigues Garcia Júnior, fisiologista do Curso de Educação Física da Unoeste, a mudança de uma hora faz com que as pessoas atrasem o horário de dormir, de acordar, de fazer as refeições e de todas as demais atividades do dia. “Sendo nossas funções fisiológicas organizadas temporalmente, há necessidade de adaptá-las aos novos horários”, explica o docente.
Ritmos biológicos é a denominação que se dá à distribuição temporal e repetição periódica as quais as funções fisiológicas obedecem normalmente. “Dessa forma, temos um ciclo de sono e vigília que nos faz sentir sono e despertar em horários pouco variáveis, assim como um ciclo de funcionamento dos processos de digestão e absorção no estômago e intestino, e nos faz sentir fome e ativar as contrações e liberação de hormônios e secreções no trato gastrintestinal em determinados horários, mesmo antes de iniciarmos as refeições”, comenta Garcia Júnior.
De acordo com ele, os diversos ritmos biológicos são resultado das necessidades de adaptação à organização temporal de eventos ambientais e necessidades energéticas ao longo do dia e da noite. “A alternância do dia e noite (claro e escuro), turnos de trabalho, horários em que fazemos as refeições e em que praticamos as atividades físicas são alguns destes determinantes, que recebem a denominação de sincronizadores ou arrastadores. Eles determinam nosso ‘marcapasso central’ dos ritmos, cujo centro está localizado no hipotálamo”.
As mudanças de horários e rotinas impõem adaptações temporárias ou duradouras dos ritmos biológicos, de acordo com o reajuste da ordem temporal interna (o marcapasso central), para que possam ser mantidos o equilíbrio e a normalidade das funções corporais e a própria saúde.
Conforme informações do fisiologista, a situação de atrasar em uma hora os horários de sono, de despertar, de alimentar e de realizar diversas outras atividades, devido à mudança de final do horário de verão, impõe um período de quatro a sete dias para o reajuste e regulação de nossos ritmos biológicos. “Nestes dias que sucedem a mudança de final de horário de verão, é inevitável algum desconforto devido à sensação de sono ao longo do dia e até de algum mal-estar, devido às alterações de algumas funções fisiológicas. A magnitude das sensações tem uma variação individual, sendo recomendável que a pessoa mantenha sua rotina ajustada aos horários do relógio, já imediatamente após a alteração, para melhor e mais rápida adaptação dos ritmos biológicos”.
Garcia Júnior destaca que o melhor é continuar a seguir os horários do relógio, dormindo no mesmo horário (23 horas, por exemplo), mesmo que sinta sono um pouco antes. Da mesma forma, seguir os horários de levantar da cama e realizar outras atividades, incluindo os estudos e a prática de atividades físicas.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste