Doença periodontal está relacionada à complicação obstétrica
Professora Rosalinda Venturim explica que é preciso ficar alerta com a saúde gengival de mulheres grávidas

A docente do Curso de Odontologia da Unoeste, Rosalinda Tanuri Zaninotto Venturim, especialista e mestre na área de Periodontia, revela que diversas pesquisas têm mostrado possíveis relações de risco entre a doença periodontal e complicações gestacionais.
Entre os perigos na gravidez estão, principalmente, parto prematuro, recém-nascidos de baixo peso e também pré-eclâmpsia, que pode ser traduzida por síndrome hipertensiva de frequente ocorrência na gravidez. Recentemente essa elevação da pressão arterial passou a ser estudada como uma nova complicação obstétrica sofrida por gestantes portadoras da doença periodontal.
De acordo com o Consenso do National High Blood Pressure Education Program (Programa de Educação Nacional de Hipertensão Arterial), gestantes que desenvolvem pré-eclâmpsia têm maior risco de morte e se por ventura ocorrer parto prematuro em decorrência de condições mórbidas maternas, essas mulheres terão maior incidência de doença cardiovascular, além de prejuízos causados nas crianças, como alterações visuais, motoras, cognitivas, entre outras.
Algumas pesquisas publicadas relatam que a possível conexão entre inflamação, pré-eclâmpsia e prematuridade, é a interação genético-ambiental e tanto o gene materno quanto o paterno estão diretamente envolvidos. Outros conceitos apontam que complicações gestacionais acontecem por questões multifatoriais e a doença periodontal pode ter aspecto importante em mulheres com determinado tipo de resposta imunológica.
A Academia Americana de Periodontia relata que todas as mulheres grávidas, ou que pretendem engravidar, devem se submeter a exame bucal. Medidas preventivas precisam ser efetuadas, tais como exame clínico para identificação da presença ou não de doença periodontal, instrução de higiene oral e controle periódico do biofilme dental (placa bacteriana).
“Infelizmente, ainda hoje, existem crenças de que o tratamento odontológico realizado durante a gestação prejudica o desenvolvimento do bebê, contribuindo para dificultar o cuidado com a saúde bucal da gestante e refletindo no desenvolvimento e nascimento da criança”, destaca Venturim.
Ela acrescenta que “pode-se constatar que, na prática, ainda há muito que fazer para alcançarmos os países desenvolvidos que criaram programas específicos para a saúde bucal de mulheres grávidas com intenção de minimizar os efeitos exacerbadores da gestação sobre sua condição periodontal. Para isso é preciso que todas as equipes de saúde abracem essa causa”, finaliza a docente.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste