Estudo analisa presença de anticorpos em doadores de sangue
Trabalho do mestrado em Ciência Animal traz informações sobre doença altamente prevalente em países industrializados e em desenvolvimento


A aluna do Programa de Mestrado em Ciência Animal e professora do curso de Enfermagem da Unoeste, Elaine Cristina Negri Santos, apresentou nesta quinta-feira (22), na sala 311, bloco B2, campus II, a dissertação intitulada “Prevalência de anticorpos anti-Toxocara spp. e fatores associados à toxocaríase em doadores de sangue de Presidente Prudente, São Paulo”. Integraram a banca os professores doutores da Unoeste Rosa Barilli Nogueira e Vamilton Álvares Santarém, além da Dra. Guita Rubinsky Elefant, pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo da USP.
“A toxocaríase, também conhecida como Síndrome da Larva Migrans Visceral (SLMV), é causada pelo parasita pertencente ao gênero Toxocara nas espécies Toxocara canis e a Toxocara catti, que tem como hospedeiro permanente cães e gatos. Essa doença é altamente prevalente em países industrializados e em desenvolvimento, só que a sua importância muitas vezes é subestimada, por isso, desenvolvi um estudo, inicialmente inédito, com objetivo de analisar a presença deste anticorpo em pessoas saudáveis”, contou Elaine.
Ela explicou que a pesquisa foi aplicada no Núcleo de Hemoterapia de Presidente Prudente, onde 252 doadores de sangue realizaram o teste sorológico Elisa, hemograma e o exame parasitológico de fezes. “Constatamos a prevalência do anti-Toxocara spp. em 8,7% das pessoas e observamos que o principal fator de risco foi o contato desses indivíduos com o solo”.
Elaine observou que, entre os poucos trabalhos publicados, existem indícios de que se um receptor recebe a transfusão de sangue de um doador que tenha esse anticorpo, ele pode ter uma reação transfusional imediata através de tremores e calafrios. “O índice obtido vai ao encontro dos estudos divulgados em países como Austrália e Argentina. De início, a minha pesquisa foi a única do Brasil, mas depois em Salvador (BA) ela foi desenvolvida e revelou uma prevalência na contaminação de 46,3%. Por isso, temos que desenvolver programas educativos para alertar a população sobre o risco de infecção humana por agentes de Larva Migrans Visceral”.
A pesquisadora Dra. Guita salientou que a toxocaríase é uma doença pouco conhecida e cada estudo é uma maneira de divulgar informações a seu respeito. “É de grande importância esclarecer médicos, veterinários e a comunidade, pois ela é uma doença cosmopolita, ou seja, tem em todos os lugares e muitas vezes os especialistas não conseguem identificá-la, por falta de embasamento”.
Publicação internacional – O professor doutor do mestrado em Ciência Animal, Vamilton Álvares Santarém, contribuiu com a publicação do livro Soil Contamination (Contaminação do Solo), através do capítulo Soil-Transmitted Helminthic Zoonoses in Humans and Associated Risk Factors (Helmintozoonoses Transmitidas por Solo aos Seres Humanos e Fatores de Risco Associados), que teve como co-autora a pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo da USP, Dra. Guita Rubinsky Elefant.
“Participamos através da abordagem sobre as doenças transmitidas através do solo por helmintos, ou seja, parasitas como Larva Migrans Cutânea conhecida como bicho geográfico e Larva Migrans Visceral (LMC). Este trabalho tem grande importância, pois tem uma publicação online, que permite o download gratuito do livro e dos capítulos. Além disso, esta divulgação difunde o nome da Unoeste para diversos lugares”, destacou Santarém.
Guita observou que participar deste estudo foi muito interessante. “Como é um livro de acesso livre, a divulgação será grande e acredito que haverá muitas consultas. Oferecer informações que contribuem para o bem-estar da comunidade é sempre relevante”.
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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste