Transferir conhecimento é fundamental para gerar riqueza
Presidente da Fapesp afirma que produção acadêmica só tem sentido se for transferida para a sociedade



Ao apontar a universidade como instituição que tem posição central na sociedade, o diretor-presidente do Conselho Técnico Administrativo da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), doutor José Arana Varela, afirmou que transferir conhecimento é fundamental para gerar riqueza. Para ele, a produção acadêmica só tem sentido se for transferida à sociedade. Assim, conduziu a aula magna do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Agronomia, realizada na tarde desta terça-feira (4) no auditório Primavera, no campus II da Unoeste.
O doutor Varela disse que a missão da universidade no século 21 extrapola o ensino, a pesquisa e a extensão, diante da necessidade de se articular com vários setores para que sua produção de conhecimento seja utilizada em benefício da sociedade, seja tecnológico ou puramente acadêmico. Pontuou que o conhecimento deve promover negócios, ajudar a curar os doentes, promover a distribuição de renda e contribuir com as políticas públicas.
Também pontuou que a realização de pesquisas deve servir para manter relações mais próximas com as indústrias, premiar a atividade criadora dos pesquisadores, promover o desenvolvimento econômico, gerar mais recursos para pesquisa, criar inovações que resultem em produtos e processos que beneficiem a sociedade e facilitar o momento das descobertas da pesquisa acadêmica, do laboratório até o mercado, visando o benefício público.
Comentou que tanto a ciência utilitária como a não utilitária têm enorme valor, na medida em que faz o homem mais sábio. “São fundamentais os pensamentos da filosofia, arqueologia, literatura... que não são ciência utilitária”, disse. Na abordagem sobre inovação, considerou que a inovação radical provoca grandes mudanças e a incremental resulta em pequenas mudanças, como instrumentos de transformação econômica e social. “Existe uma forte relação entre pesquisa, inovação e desenvolvimento”, disse.
Na concepção do doutor Varela, o Brasil tem boas universidades e produção científica considerável, mas poucos registros de patentes. Porém, para avançar em ciência, tecnologia e inovação é preciso educação básica de qualidade. “O Brasil poderia ser a bola da vez, mas está patinando porque nunca prestou a devida atenção à educação básica. É preciso investir e inovar para sustentar o crescimento, formar massa crítica para atender as demandas nacionais, diminuir as diferenças regionais e possuir competitividade no bloco central. Enfim, é preciso boa qualificação em todos os níveis educacionais e reformulação completa do ensino da ciência no país”, defendeu.
Sobre bolsas e auxílios prestados pela Fapesp houve uma exposição geral, incluindo o balanço econômico de 2011 que foi de R$ 703 milhões e somente bolsas foram concedidas mais de 11 mil. Apresentou alguns programas como o Bioenergia e falou sobre o zoneamento agroindustrial para o setor sucroalcooleiro no Estado de São Paulo, onde se produz em média 84 toneladas por hectare de cana-de-açúcar, sendo que por meio de experimentos foi possível atingir 148, testes em laboratório permitem estimar 212 e a pretensão ideal é chegar a 381, através de pesquisas.
Na abertura oficial do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia, em nome da reitora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima o pró-reitor acadêmico doutor José Eduardo Creste destacou a importância do doutor Varela na Unoeste e disse que a pesquisa é parte das metas e dos desafios da universidade. A pró-reitora de pesquisa e pós-graduação doutora Zizi Trevizan classificou o encontro com Varela como um momento ímpar de autorreflexão dos pesquisadores da Unoeste.
Para o coordenador do programa, doutor Fábio Fernando de Araújo, a aula magna serviu para redimensionar os rumos junto à Fapesp como parceira da pesquisa, sendo que nos últimos 12 anos a Unoeste obteve aprovação de 163 propostas, com R$ 1,3 milhão de auxílio a professores e alunos pesquisadores. São dados apresentados pelo diretor-presidente que estimulou a busca de mais recursos, numa alusão ao potencial da Unoeste cuja estrutura conheceu antes de proferir a aula. Na companhia do doutor Araújo esteve nos dois campi e na Reitoria foi recebido pela reitora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima juntamente com a pró-reitora administrativa Maria Regina de Oliveira Lima, o pró-reitor acadêmico doutor Creste, os assistentes Guilherme de Oliveira Lima Carapeba e Amanda de Oliveira Lima, o coordenador do Hospital Veterinário, Brunno de Oliveira Lima Anéas e a coordenadora da Clínica de Nutrição, Fabíola de Oliveira Lima Anéas.
A aula magna foi assistida por coordenadores e professores de vários cursos, alunos de cursos de graduação e do mestrado e do doutorado em Agronomia. A Agência Paulista de Tecnologia (Apta) – polo da Alta Sorocabana, se fez representar por Sonia Marangoni Dias e Amarilis Ros e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) por Roberto Shirazaki. A realização do evento recebeu o apoio logístico da Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext), através da assessora de eventos acadêmicos Juliene Maldonado Orosco.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste