Extensão exerce papel da formação do profissional cidadão
O grande compromisso volta-se para a transformação social, numa articulação com o ensino e a pesquisa



Na conferência de abertura do 11º Encontro Anual de Extensão (Enaext), que integra o 18º Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe) da Unoeste, a doutora Rita Melissa Lepre discorreu sobre a extensão universitária na construção da identidade profissional. Sua fala é no sentido de que essa prática universitária exerce o papel fundamental para a formação do profissional cidadão, humanitário e comprometido com as causas sociais e ambientais. No entanto, enfatizou que não pode ser uma prática isolada, mas plenamente articulada com o ensino e a pesquisa. Visão casada com o pronunciamento de abertura do Enaext, proferido pela pró-reitora de Extensão e Ação Comunitária (Proext), Dra. Angelita Ibanhes de Almeida Oliveira Lima.
O questionamento central de ambas foi o mesmo: para que estudar se não for para melhorar de vida e melhorar a vida em sociedade? A pró-reitora formulou agradecimentos aos vários envolvidos nas organizações do Enaext e do Enepe, citando nominalmente os pró-reitores Acadêmico e de Pesquisa e Pós-graduação, respectivamente doutores José Eduardo Creste e Zizi Trevizan. Pautou seu pronunciamento na extensão universitária empenhada na construção da identidade profissional, ética e cidadã. Utilizou a Carta de Terra para evidenciar alguns conceitos para o ensino e para a vida, dizendo que a mudança do ser humano depende de sua competência crítica em apreender o movimento social.
A doutora Angelita também fala em adaptação às diferentes situações de ensino e aprendizagem, apontando a extensão universitária como o enriquecimento do percurso histórico-social de formação de relações humanas saudáveis e produtivas. Sobre o Enaext, como espelho da produção extensionista na Unoeste, cita as realizações nesta quinta-feira (24): 1º Seminário de Extensão, 6º Fórum de Meio Ambiente, 8º Fórum de Humanização do SUS, 8º Fórum de Saúde do Trabalhador e Educação na Saúde, 2º Prêmio Científico Unoeste, 2º Prêmio Unoeste Solidária e o lançamento do Projeto Arca de Noé, numa parceria da Proext, Hospital Veterinário, curso de Medicina Veterinária e Pastoral Proteção dos Animais São Francisco de Assis (ecumênica).
Articulação – Psicóloga pela Unesp em Assis, mestre e doutora em Educação pela Unesp em Marília e professora vinculada ao Departamento de Educação da Unesp em Bauru, Rita Melissa Lepre diz que a extensão universitária vem se qualificando como área acadêmica, deixando o caráter assistencialista e convergindo para um trabalho coletivo e emancipatório. “Ao se desfazer do caráter assistencialista, rompendo a visão secundária dessa atividade, passando a ter metodologia própria, ganhando o status de articuladora entre o ensino e a pesquisa, intervindo na solução de situação-problema colocada por setores da sociedade, a extensão leva a universidade a assumir seu papel de instituição social”, explica.
A conferencista diz que historicamente as instituições de ensino superior têm apresentado um foco mais técnico, relegando ao segundo plano as dimensões humana e política. Sugere que o foco volte-se às três dimensões, na condição de que a extensão interligue a universidade às demandas sociais e, ao mesmo tempo, possibilite a formação de profissionais cidadãos, credenciando-se junto à sociedade como espaço privilegiado de construção do conhecimento para superação das desigualdades sociais existentes. Rita reafirma o conceito de integralidade posto por outros conferencistas do Enepe, ao pontuar que deve haver indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão para formar o profissional cidadão comprometido com o transformar.
Numa referência ao Plano Nacional de Extensão Universitária, instituído em 2000/2001, conta que ao longo da última década a extensão universitária tem se colocado como espaço de aprendizagem reconhecido institucionalmente na universidade e, com isso, apresenta os seguintes resultados: um salto qualitativo, a busca de construção permanente da indissociabilidade, a percepção da necessidade da interdisciplinaridade para qualquer ação e o foco na relevância social e nos impactos. “Tudo isso para assegurar uma relação produtiva e bidirecional entre universidade e sociedade”, comenta. Ela apresentou relatos de experiências da Unesp, ao ponto de produzir o Guia da Extensão Universitário, sendo que um exemplar foi entregue à pró-reitora Angelita, além de outras produções literárias sobre o assunto.
A equipe da Proext se fez presente na abertura do Enaext, incluindo os coordenadores e assessores: Cidinha Martines, Afife Salim Sarquis Fazzano, Décio Gomes de Oliveira, Graziella Plaça Orosco de Souza, Rosângela Cristóvão de Almeida, Darci Galbiati, Fábio Nogueira, Juliene Orosco, Rachel Chacur, juntamente com o doutor Jair Rodrigues Garcia Júnior, do Núcleo Administrativo do Enepe. O cerimonial foi conduzido pelo doutor Antônio Fluminhan Júnior. A abertura ocorreu pela manhã de hoje (24) no auditório Azaleia, campus II, totalmente tomado por professores e estudantes.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste