Experimento avalia aplicação de boro no cultivo da canola
Suprir escassez do nutriente no solo arenoso apresenta melhor eficácia numa de duas variedades utilizadas



A canola se apresenta como cultura interessante para o Brasil, incluindo o oeste paulista, o que tem motivado pesquisas científicas realizadas na Unoeste. O mais recente experimento com essa planta, com resultado que se tornou público, é sobre a avaliação da aplicação de boro. Estudo motivado pela carência desse nutriente em solo arenoso como é o de Presidente Prudente e região. Entre os cultivares Hyola 401 e Hyola 76, nesse último houve maior eficácia em todos os parâmetros avaliados.
A pesquisa foi desenvolvida pelo engenheiro agrônomo Wellington Xavier Guerra, orientada pelo Dr. Carlos Sérgio Tiritan e com a coorientação do Dr. Antonio Fluminhan Júnior. Os dados foram utilizados na produção da dissertação “Adubação de boro na cultura da canola em latossolo vermelho arenoso na região oeste paulista”, com a defesa pública durante a tarde da última sexta-feira (13) e avaliação pelos doutores Carlos Henrique dos Santos e Rogério Peres Soratto, convidado junto à Unesp em Botucatu.
Guerra abriu a apresentação dizendo que a canola deriva de cultivar de colza, de origem canadense. A canola apresenta grande potencial para ser utilizada como alimentação humana e animal, com relevância na produção de óleo. O país líder é a China, seguido da União Europeia e do Canadá. A produção mundial é de 25 milhões de toneladas/ano. Em 2011, o Brasil produziu 60 mil toneladas; 74% no Rio Grande do Sul. Se houver produção em alta escala, poderá ocorrer o aproveitamento em biocombustíveis.
Os produtores brasileiros indicam o cultivo da canola, mas há pouca informação técnico-científica. Fato motivador da pesquisa, associado à possibilidade da canola ser alternativa na entressafra de produções como as de soja e cana, a chamada safrinha, por ser um cultivo de ciclo curto. A justificativa para a pesquisa esteve voltada ao fato de que o boro está relacionado a uma série de processos fisiológicos das plantas, mas encontrado em baixa quantidade em solo arenoso. Assim, entre maio e outubro do ano passado, ocorreu o experimento com aplicações de diferentes doses do nutriente.
No delineamento experimental foi adotado o esquema fatorial 2x4, com dois cultivares e quatro repetições. As concentrações de boro em forma de ácido bórico foram aplicadas nas proporções de meio kg, 1 kg e 2 kg por hectare, com o cultivo desenvolvido em 32 vasos de 14 litros, feito na Casa de Vegetação. As sementes foram obtidas na Embrapa de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O solo foi coletado na fazenda experimental que a Unoeste mantém no município de Presidente Bernardes (SP). As colheitas ocorreram com 124 e 131 dias pós-germinação, respectivamente da 401 e da 76.
As avaliações foram sobre os seguintes parâmetros: altura da planta, diâmetro do caule, número de ramificações, massa seca da parte aérea, massa seca da raiz, peso de grãos/planta e massa de 1 mil grãos, teste de germinação das sementes, determinação do rendimento do óleo e acúmulo de nutrientes da massa seca da parte aérea e da raiz. Nas avaliações entre os cultivares a Hyola 76 teve melhor desempenho em todos os parâmetros biométricos, conforme o autor da pesquisa que foi aprovado para receber o título de mestre em Agronomia, outorgado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste