Pesquisadora do Incor ministra aula na pós em enfermagem
Tratamentos e avanços na área da cardiologia foram alguns pontos abordados


Convidada especial para ministrar aula na especialização de Enfermagem em UTI da Unoeste, a pesquisadora do Instituto do Coração (Incor) e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Kátia Regina da Silva esteve em Presidente Prudente (SP), no último sábado (7), para falar sobre arritmias cardíacas e os tratamentos. Área em constante avanço, a enfermeira e pós-doutora teve como foco assuntos como os dispositivos cardíacos, chamados nessa modalidade de estimulação cardíaca artificial.
Ela explica que quando o coração não tem o ritmo adequado, pode-se usar a medicação ou a estimulação elétrica. “Tem situações que a medicação não é adequada, como as bradiarritmias, por exemplo, pois é um distúrbio elétrico do coração, então o melhor tratamento é o marca-passo”, salienta. Bradiarritmia foi o assunto da primeira parte da aula, onde ela abordou também o marca-passo, tanto o uso temporário, para uma situação aguda, quanto para o uso prolongado.
Na outra parte da aula, a pesquisadora falou sobre taquiarritmias, com foco nas arritmias letais, aquelas que podem levar a uma parada cardiorrespiratória. Segundo ela, nesses casos a terapia elétrica é o melhor tratamento. Este pode ser com desfibrilação externa ou com o implante do Cardioversor-Desfibrilador Implantável (CDI). “Esse aparelho tem a capacidade de reconhecer e tratar automaticamente arritmias cardíacas, e ambos os aparelhos estão disponíveis para o paciente pela rede SUS [Sistema Único de Saúde]”, frisa. Afirma ainda que as indicações do Brasil são respaldadas em pesquisas internacionais. “Seguimos tudo o que é feito lá fora, e a rede SUS, bem como a saúde suplementar e convênios, cobrem o tratamento”, reforça.
A coordenadora da graduação em Enfermagem na Unoeste, Maria Nilda Camargo de Barros Barreto, agradeceu a vinda da pesquisadora, e disse que a intenção também é estreitar o relacionamento com a profissional, para promover intercâmbio de informações. “Pretendemos firmar parceria para levar nossos alunos no ambiente de atuação dela, bem como trazê-la mais vezes para a nossa universidade, com o propósito de compartilhar conhecimentos, pois ela tem muito a oferecer para nossos estudantes”.
Avanço – De acordo com a Dra. Kátia, a área da cardiologia é a que incorpora mais tecnologia. “Esses aparelhos funcionam como verdadeiros computadores, que monitoram constantemente o ritmo do paciente e tratam essas alterações de acordo com a necessidade”. Segundo ela, hoje, no Incor, já são disponibilizados produtos que enviam mensagens por e-mail à equipe que trata do paciente quando ele tem uma arritmia; que monitoram a alteração de congestão pulmonar, ou seja, quando o paciente começa a ficar com excesso de líquido nos pulmões, onde o aparelho envia um alerta sonoro ao paciente. “Tudo para ter a orientação específica do que deve fazer ou para procurar por um médico. Chamamos isso de monitoramento remoto. Os aparelhos permitem essas interfaces tecnológicas, onde a equipe pode receber avisos do que está acontecendo”.
Ela assegura que o monitoramento remoto tem diversas vantagens, como, por exemplo, para o paciente que viajou e não pode ir a uma consulta, sendo que com o aparelho a equipe pode capturar as informações a distância. Da mesma forma, também ajuda o paciente que tem limitação de fazer o acompanhamento. “Essas tecnologias são oferecidas no Incor, mas ainda precisam ser regulamentadas para a utilização pelo SUS”, finaliza.
Enfermagem em UTI – Com duração de 18 meses, o coordenador dessa pós lato sensu, Robson Lopes Pinto, conta que o curso oferece formação que alia a teoria à prática, sendo que o aluno tem a vivência de tudo que aprende em sala de aula, tendo como campo a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional (HR), que conta com 21 leitos totalmente equipados. “Temos professores da Unoeste e convidados de outras instituições, o que proporciona uma mescla de experiências profissionais de outros centros, fazendo com que o curso fique ainda mais rico em informações”, pontua. Mais informações sobre inscrição na página desta especialização.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste