Pesquisa sobre anestesia é publicada em revista asiática
Estudo de autoria do professor Dr. Edmundo Souza Neto trata de redução no uso de derivados do ópio em cirurgia específica

Professor pesquisador internacional da Unoeste, o médico anestesiologista Dr. Edmundo Pereira de Souza Neto conquistou a publicação de um artigo na Acta Anaesthesiologica Taiwanica, a primeira revista asiática no campo de anestesia, terapia intensiva e dor. Também escrito por outros autores, pode ser lido na íntegra, em inglês, nesta página. Em português, levaria o título de “Consumo de opioides após bloqueio do escalpo com levobupivacaína em cirurgia para cranioestenose”.
De acordo com Souza Neto, “o objetivo do estudo é de avaliar o consumo perioperatório [do período pré-operatório até o pós] de um opioide utilizado em procedimentos anestésicos em crianças com cranioestenose que vão se beneficiar de uma remodelagem craniana, feita após bloqueio dos nervos do escalpo [couro cabeludo] com uso da substância levobupivacaína”. A cranioestenose é, conforme explica o doutor, uma anomalia decorrente da fusão prematura das suturas craniais e deve ser tratada cirurgicamente, com obtenção de melhores resultados se o procedimento for realizado ao longo do primeiro ano de vida.
Os opioides são derivados do ópio aplicados em procedimentos anestésicos para aliviar dores de moderadas a intensas, como explica o médico. Na edição atual da revista Acta, o professor da Unoeste demonstra que bloquear o couro cabeludo com a levobupivacaína mantém uma melhor estabilidade hemodinâmica durante a incisão na pele e reduz em 29% o uso do remifentanil, um opioide semissintético. “Diminui a probabilidade dos efeitos secundários dos opioides, dentre os quais podemos citar principalmente depressão respiratória, náuseas e vômitos. Portanto, o bloqueio do escalpo é uma técnica anestésica interessante, que pode ser utilizada em cirurgias de remodelagem craniana”, declara Souza Neto.
O periódico trimestral Acta Anaesthesiologica Taiwanica é uma grande referência na área da anestesiologia e tem mais de 50 anos de credibilidade no meio científico. “O fato de termos artigos publicados não somente em revistas europeias, mas também asiáticas, realça a participação científica internacional da Unoeste”, salienta Souza Neto, que está sediado na França, onde realiza a maior parte das pesquisas. Dois recentes estudos dele serão apresentados neste segundo semestre de 2014, no Congresso da Sociedade Francesa de Anestesia e Reanimação, de 18 a 20 de setembro, em Paris (França), e no Encontro Anual da Sociedade Americana de Anestesiologistas, de 11 a 15 de outubro, em Nova Orleans (EUA).
Saiba mais – Souza Neto informa que a cranioestenose, também chamada de craniossinostose ou de estenose craniofacial, está associada a mutações genéticas e pode aparecer de forma isolada ou integrando uma dentre as mais de 50 síndromes ligadas à doença. “O crânio se desenvolve a partir da interposição óssea ao longo das linhas de sutura. Quando uma se fecha prematuramente, o crânio não cresce na direção perpendicular e esta sutura é afetada, o que resulta em deformidades cranianas, sendo que o tipo da deformidade dependerá de qual sutura foi fechada prematuramente”. O paciente precisa ser submetido a cirurgia, pois há “risco de hipertensão intracraniana e sofrimento cerebral, que podem levar a regressão do desenvolvimento neuropsicomotor, possibilidade de alterações oftalmológicas que podem chegar à perda de visão, além das razões de ordem estética”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste