Estudo com planta transgênica tem foco em culturas agrícolas

A importância do nitrogênio para o crescimento das plantas e sua alta mobilidade no solo, ao ponto de nem sempre ser absorvido em condições satisfatórias, motivou estudo voltado para melhor manejo da adubação nitrogenada, combinado com melhoramento genético. A escolha recaiu sobre o tabaco como planta modelo; assim considerada por uma séria de características, incluindo o genoma relativamente pequeno, o que facilita a manipulação molecular. Porém, o foco voltou-se para culturas agrícolas alimentícias, tais como milho e soja. Foi feita a avaliação se a transgenia resultaria em maior eficiência no uso do nitrogênio.

A pesquisa foi produzida pela engenheira agrônoma Eliane Batista Viudes, com a orientação da Dra. Ana Cláudia Pacheco Santos, junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da Unoeste. O estudo científico utilizou plantas de tabaco, com alto acúmulo de prolina devido à inserção do gene mutante VaP5CSF129A sobre controle do promotor constitutivo CaMV 35S, foram utilizadas como modelo para verificar o efeito da superexpressão do transgene na absorção e utilização do nitrogênio.

O experimento ocorreu em laboratório e casa de vegetação. Os tratamentos consistiram em cinco doses diferentes de nitrato de amônio, variando de 25 a 400 kg por hectare. A condução foi em arranjo inteiramente casualizado, no esquema fatorial 2x5, formado por dois genótipos – um transgênico e outro controle não transformado – e cinco doses de adubação nitrogenada, totalizando dez tratamentos com quatro repetições. As plantas foram avaliadas quanto à altura, número de folhas, massa seca, razão raiz/parte aérea, teor de clorofila, teor de nitrogênio, teor foliar de proteína total, relação carbono/nitrogênio e eficiência nutricional quanto ao nitrogênio.

A planta transgênica apresentou maior absorção de nitrogênio. Porém, não se converteu em maior eficiência de uso do nitrogênio. O que não descarta a possibilidade de usar essa mesma gênese, inserindo outros promotores de expressão, em outros experimentos; conforme a orientadora que recebeu como colegas de banca examinadora da dissertação, apresentada à defesa pública na manhã desta quinta-feira (24), as doutoras Adriana Lima Moro e Mônica Sartori de Camargo, na condição de membro externo convidada da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (Apta).

Ao abrir a fase de arguições, Mônica classificou o trabalho como claro e objetivo. Destacou a importância dentro da área de produção vegetal. Parabenizou orientanda e orientadora pela contribuição do estudo para o segmento das ciências agrárias. Eliane foi aprovada para receber o título de mestre em Agronomia e estimulada a ingressar no doutorado, dando sequência à sua formação superior toda construída na mesma instituição, na condição de egressa da graduação em engenharia agronômica pela Unoeste.