Estudo estabelece protocolos sobre palmito da cana-de-açúcar
Análise científica é feita com relação ao processamento em fabricação de conserva em pasta para consumo humano

Pesquisa realizada junto ao mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Unoeste desenvolve protocolos de processamento e fabricação de conserva em pasta do palmito da cana-de-açúcar. Condição que abre várias possibilidades de uso gastronômico, sendo um alimento com bons valores nutricionais e de agradável sabor, de acordo com o autor do estudo Ulisses Dias de Souza, cozinheiro chef internacional e especialista em negócios de alimentação.
A conserva em pasta do produto contempla ainda outras duas questões importantíssimas: a ambiental e a social. O palmito é extraído da ponteira da cana-de-açúcar que representa geração de resíduo, caso não seja utilizada como biomassa, juntamente com a palha e o bagaço, na produção de energia. A ponteira possui polifenóis, cujas substâncias químicas que inibem a fermentação do caldo da cana para produção de açúcar e álcool.
No âmbito social, o palmito da cana-de-açúcar se adequa perfeitamente, pela qualidade nutricional, na questão de segurança alimentar aconselhada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Também atende à legislação brasileira que segue a orientação global de alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade e de modo permanente. Outro aspecto é o de que a conserva em pasta pode ser feita pelo agricultor familiar.
O processo é fácil, o que permite a fabricação artesanal. Uma situação viável em 60 municípios do oeste paulista, com cerca de 600 mil hectares de cultivo de cana (Unica – União da Indústria de Cana-de-açúcar, 2015) e dentre os quais estão os 32 municípios da região do Pontal do Paranapanema com 12,3 mil propriedades rurais, sendo em sua maioria pequenas e ocupadas por trabalhadores da agricultura em família. Somente assentados estaduais e federais são mais de 100, abrigando cerca de 7 mil famílias.
Conforme Souza, o palmito de cana-de-açúcar é pequeno e pesa de oito a dez gramas. Porém, quantidade de ponteiras por hectare é grande, estimada em 480 kg. Utilizando o produto fornecido pela indústria sucroalcooleira Umoe Bioenergy, em Sandovalina (SP), o experimento foi realizado com três amostragens e cinco repetições para avaliação dos seguintes parâmetros: potencial hidrogênico (pH), acidez, umidade, cinzas, proteínas, lipídios, carboidratos e valor energético.
Souza contou que o primeiro experimento científico sobre o palmito da cana-de-açúcar foi feito por Anísio Azzini há 25 anos, considerando possível o consumo humano, mas que daí em diante nenhum outro estudo foi encontrado na literatura sobre o assunto. Então, retomou o tema com foco nos elementos proteicos, com o qual produziu receita de torta do palmito e com a mesma massa fez empadas apresentadas como mostra na banca de defesa pública de sua dissertação, ocorrida na tarde desta segunda-feira (30).

Uribe falou de prazer em voltar à universidade e de sua admiração pela beleza e limpeza do campus II. Elogiou o estudo de Dias que foi aprovado para receber o título de mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, tendo contado ainda com a corientação da Dr. Alba Regina Azevedo Arana.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste