Fisiologista compartilha suas vivências em pesquisas nos EUA
Encontro promovido pelo Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia envolve professores e alunos

A fisiologista brasileira Cristiane Pilon acumula vivências em pesquisas nos Estados Unidos desde o estágio da graduação em Agronomia, reforçada pelo doutorado, pós-doutorado e agora em atuação na University of Georgia, no campus de Tifton. Veio ao Brasil participar do 14º Encontro sobre a Cultura do Amendoim realizado em Jaboticabal, e atendeu convite de seu colega pesquisador Fábio Rafael Echer para compartilhar suas vivências junto a alunos e professores dos programas de pós-graduação stricto sensu em Agronomia e Ciência Animal, em encontro realizado na manhã desta terça-feira (22).
Selecionada entre mais de 20 candidatos para atuar na função de professora assistente em fisiologia de grandes culturas, com dedicação exclusiva à pesquisa (75%) e extensão (25%), Cristiane estuda processos fisiológicos e metabólicos das plantas de amendoim para identificar como elas respondem às condições de estresse hídrico no estado da Georgia, que enfrenta períodos de seca, na região sudeste norte-americana, e que, dentre as 50 unidades federativas dos Estados Unidos, é a detentora de maior extensão territorial e maior produtora de amendoim: cerca de 50% da safra nacional.
Dedicação e determinação possibilitaram à jovem piracicabana a condição de trabalhar junto a uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de entender os processos fisiológicos das plantas, melhorar a tolerância ao estresse hídrico e permitir aos produtores alcançar alta produtividade. Há outro fator importante: como a seca deixa a produção mais suscetível à aflatoxina, a solução do problema da escassez hídrica pode contribuir, mesmo que não resolva, para reduzir impactos provocados por essa substância tóxica, produzida por alguns tipos de fungos, que apresenta maior incidência no armazenamento do amendoim.
No sentido de instruir estudantes de mestrado e doutorado, assim como pesquisadores vinculados à Unoeste nas áreas de agronomia e ciência animal, Cristiane apresentou sua trajetória internacional, iniciada com o estágio em 2008 na University of Arkansas, ano em que concluiu a graduação na Unesp em Botucatu; a mesma instituição pública de seu mestrado em produção vegetal, com foco na deficiência hídrica da cultura da batata. As boas relações com pesquisadores brasileiros e as deixadas nos Estados Unidos abriram as portas para o doutorado e pós-doutorado na mesma universidade em que tinha estagiado.
A exposição feita pela pesquisadora e às respostas aos questionamentos feitos pelos interlocutores foram no sentido de orientação de como abrir caminhos para se inserir no contexto da comunidade científica internacional. A mensagem que deixou foi centrada em quatro palavras: decisão, persistência, relacionamento e comprometimento. Aconselhou o estudo da língua inglesa para a produção científica e pela universalidade em comunicação. Orientou a importância das relações pessoais presenciais, usando a tecnologia em momentos de necessidade, deixando o celular de lado quando estiver em sala de aula.
Para a aluna do Mestrado em Ciência Animal, a nutricionista Marcela Fagiani foi importante receber orientações e dicas para saber como buscar oportunidades. Ainda que não seja algo bem definido, avalia a possibilidade do doutorado no exterior e a preocupação com os custos e com o aprendizado de outra língua. O vice-coordenador da pós em agronomia Echer disse ter sido um encontro para inspirar os alunos a enxergarem oportunidades da busca de novas vivências que possam fazer diferença às suas vidas e as de outras pessoas. Também esteve presente o coordenador Dr. Carlos Sérgio Tiritan.
À tarde Cristiane falou para alunos da graduação em Agronomia, com foco na pesquisa que desenvolve atualmente. O encontro matinal ocorreu numa das salas do prédio que abriga a Pós Unoeste e o vespertino foi no auditório Azaleia, pouco depois da visita ao pró-reitor de pesquisa e pós-graduação Dr. Adilson Eduardo Guelfi. No dia anterior, teve encontro com o pró-reitor acadêmico Dr. José Eduardo Creste, que também leciona no curso de Agronomia.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste