Simulação de incêndio em pub envolve quase 800 pessoas

O incêndio em um pub transformou a festa em uma verdadeira tragédia. Mais de 80 vítimas, amigos e familiares desesperados, além dos curiosos, e as equipes de socorro atuando o mais rápido possível para tentar minimizar as consequências de um desastre. Esse foi o enredo da 7ª Simulação de Catástrofe, realizada na manhã desse domingo (13), no Seu Bastião Pub, pela Liga do Trauma da Faculdade de Medicina da Unoeste. Cerca de 800 pessoas estiveram envolvidas.

Parecia até cena de filme, mas fatalidades como essa ocorrem na vida real, como na boate Kiss, de Santa Maria (RS), que matou 242 pessoas e deixou 636 feridas. No Pub prudentino, o “start” (início) foi exatamente às 9h, momento em que testemunhas começaram a disparar ligações ao resgate. Em dez minutos a primeira equipe de socorro chegou e começou os primeiros procedimentos.

Em acidentes como este, os socorristas fazem a triagem e separam as vítimas graves, moderadas e leves, classificando-as, respectivamente, em vermelho, amarelo e verde, além de preto para óbitos. A professora da Unoeste, a enfermeira Ana Paula Brambilo, esteve com a equipe de primeiros socorros da universidade, residentes da Residência de Urgência e Trauma, além de acadêmicos da Liga de Emergência da Enfermagem e da Liga do Trauma da Medicina. Segundo ela, a simulação contribui para treinar várias habilidades que um socorrista precisa ter em situações de tragédia.

“Treinamos o atendimento de vítima grave, de imobilizar e de atender em local diferente de um hospital. É importante também para o tempo resposta, pois a gente fica aguardando o start e cronometra o tempo que demoramos até chegarmos à ocorrência. E existem outras questões envolvidas, como controle emocional, direcionamento de equipe, se relacionar com outros socorristas, porque são todos em prol da urgência, a causa é a mesma. Então, a simulação nos prepara técnica e emocionalmente para uma situação real”, ressalta Ana Paula.

Foto: Mariana Tavares

O médico socorrista da Cart, Marcelo Augusto Martin, profissional que também fez a triagem dentro do pub, reforça a importância do treinamento envolvendo as várias instituições para ter um sinergismo no atendimento. “Já tivemos algumas catástrofes nos últimos meses, e esses treinamentos que vêm de anos mostraram eficiência na prática nesses incidentes. A Liga do Trauma já tem experiência na organização desse evento e mais uma vez foi muito próximo da realidade. A gente torce para nunca acontecer, mas precisamos estar preparados e treinados”, frisa. 

As alunas de Medicina Aline Diorio, Isabela Spessoto e Ana Furrier, dos 4º, 7º e 8º termos, atuaram como vítimas que foram a óbito e manifestaram a satisfação em participar da ação. “Por mais que seja uma simulação, fazemos com muita seriedade, então fica muito real. Lá dentro não víamos nada por conta da fumaça e todos desesperados como se fosse de fato uma tragédia. Foi importante para o nosso treinamento como acadêmicos e para a vida, além de sentir o que uma vítima passa em situação como essa”, pontuaram, ressaltando também a eficiência dos organizadores.

A simulação teve o envolvimento do Corpo de Bombeiros; polícias Civil, Militar e Rodoviária; Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau); Defesa Civil, Prefeitura de Presidente Prudente; Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart); Tiro de Guerra; Departamento de Estradas e Rodagens; dentre outros. As vítimas foram encaminhadas ao Hospital Regional, Santa Casa, UPA Zona Norte e UPA Ana Jacinta.