Jornada de Arquitetura destaca a valorização do patrimônio

Focada em discussões acerca do tema “Patrimônio pra que[m]? – Legitimidade e ensino na progressão cultural”, a 8ª Jornada Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo da Unoeste teve sua programação iniciada na última segunda-feira (26) e se estenderá até essa sexta (30). De forma totalmente on-line, com o objetivo de seguir os protocolos de biossegurança institucional, a jornada tem proporcionado discussões com diversos profissionais do país através de palestras, mesas-redondas e oficinas.

Na noite de quarta-feira (28), a palestra "Educação patrimonial e cultura", proferida pelo Dr. Silvio Oksman, em conjunto com a professora do curso de Arquitetura da Unoeste Fabrícia Fernandes, abordou aspectos da representação histórica da cultura nas construções, nas situações políticas do país e do mundo, na perda da memória da sociedade em relação aos espaços e na afetividade que cada cidade detém sobre sua estrutura.

Para o Dr. Silvio, que já atuou em ações de preservação de bens culturais, como o plano de conservação da estrutura do Masp (Museu de Arte de São Paulo), entre outras atividades, discutir aspectos das ações de preservação de patrimônio é fundamental.  “A educação patrimonial está relacionada à possibilidade de entendermos as diversas leituras da história, do nosso território e da forma como ela é contada. E a história sempre tem várias versões que permitem um processo democrático”, fala. 

Ele acrescenta que o Estado não consegue cuidar de tudo sozinho e ações movidas pela sociedade são de grande importância para a preservação. “Se a gente for esperar tudo do Estado, provavelmente perderemos muita coisa, pois ele não dará conta de cuidar de tudo. Cabe à sociedade cuidar do que ela acredita fazer parte, do que ela acredita pertencer”, destaca.

De acordo com a aluna do 10º termo Juliana Barreto, o evento é uma realização do Centro Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo (Cacau) em parceria com a coordenação do curso, pela qual responde a professora Marcela do Carmo Vieira, com a colaboração da também docente Leila Maria Esturaro. “A jornada não se limita a ser um evento de dimensão apenas acadêmica, ela extrapola o ambiente universitário e instiga os alunos a manter um movimento que quase nunca é linear, mas que deve ser constante, que é o da busca, da investigação, do diálogo e das conexões, seja na universidade ou na cidade. Temos um grande objetivo em comum: a construção nunca de muros, mas sempre de pontes”, explica.

Foto: Cedida

Programação

O evento continua nesta quinta-feira (29) com a palestra “O projeto enquanto ferramenta patrimonial", que será ministrada pelos arquitetos Marcelo Ferraz e Cristiana Pasquini. Para Marcelo, o projeto arquitetônico que deve atender as demandas atuais pode revalorizar o passado. “Minha fala será no sentido de agregar valor, revelando aspectos que estavam ‘desaparecidos’ ou subjacentes. Tudo isso em perfeita sintonia com os novos usos e funções que se queira dar a este patrimônio”, destaca.

Acompanhe toda a programação no canal do Cacau no Youtube.