Diálogo evidencia dimensões da pesquisa na área da educação
Na ponta de sua amplitude e no topo de sua importância deve estar o benefício proporcionado para a sociedade

Dimensões formativas, políticas e sociais de pesquisa em educação foram colocadas em evidência na aula magna do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação, pelo qual a Unoeste oferta mestrado e doutorado. Definido pela organização como diálogo, o encontro foi conduzido pela cientista Dra. Raimunda Abou Gebran, profissional de notável saber em formação e ação docente, construção do conhecimento, metodologia do ensino e ensino de geografia. A organização envolveu os cursos de Pedagogia: presencial e a distância. O evento aconteceu na manhã desta quinta-feira (24) no auditório Cerejeira, no campus 2.
Com notável carreira construída na Unesp e na Unoeste, a pesquisadora abriu a apresentação traçando a sua linha do tempo, desde que chegou do Líbano com quatro anos de idade e foi para a escola sem falar e nem entender a língua portuguesa. O sentimento era de estar na prisão e levou um bom tempo para conseguir interagir com as pessoas. Com a cabeça em duas culturas, considerando que a libanesa era mantida em sua casa, passou por situações interessantes e algumas muito complicadas. Viveu os momentos difíceis da ditadura no Brasil. Sua escolha de formação universitária foi geografia, em um tempo que pesquisa estudantil era na enciclopédia Barsa.
Novos olhares, escutas e inquietações
Durante a graduação, a única vivência em pesquisa científica foi como tarefeira, ou seja: coletar dados e alguma outra atividade técnica para a produção de um professor. “A gente não tinha ideia da iniciação científica”, disse para contar que a pesquisa em sua vida surgiu depois de passar em concurso para dar aulas e foi orientada a fazer pós-graduação. Então foi para a Unicamp, sem conhecer a cidade de Campinas, a universidade e até então sem saber direito o que seria o mestrado. Soube fazendo. Gostou da pesquisa e com o sonho de ser pesquisadora fez o doutorado. Adquiriu o hábito de ser “rato de biblioteca” e desde então obteve o entendimento de que pesquisa é uma questão muito complexa.
Por ter começado a lecionar muito jovem, aposentou cedo na Unesp e então ingressou na comunidade científica da Unoeste, conforme disse. A Unoeste foi onde consolidou sua trajetória em pesquisa; sempre com novos olhares, novas escutas e novas inquietações. Com esse viés de anos de ricas vivências, a Dra. Raimunda apresentou durante o diálogo a importância da pesquisa como atitude de investigação capaz de produzir um conhecimento novo a respeito de uma área ou de um fenômeno, sistematizando-o em relação ao que já sabe a respeito da área ou do fenômeno. Além do que, disse ser necessário usar os cinco sentidos para pensar a pesquisa.
Manifestação de satisfação e carinho
A Dra. Raimunda deixou claro que a construção do conhecimento científico é uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido, sendo que a apropriação intelectual ocorre com conceitos, princípios e leis. “É preciso pensar para onde o conhecimento irá nos levar, de que modo ele modifica as nossas concepções atuais e qual impacto que terá em nosso contexto social mais próximo e na sociedade como um todo”, pontuou para afirmar não ser possível pensar em pesquisa sem associá-la com a sociedade. Assim, conduziu a sua fala voltada para reflexões sobre as dimensões formativas, políticas e sociais na produção científica.
O diálogo foi aberto pela coordenadora do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação, Dra. Camélia Santina Murgo, que na presença de todos e, especialmente, de seus colegas professores pesquisadores destacou a satisfação e o carinho em receber a Dra. Raimunda, por seus muitos anos de Unoeste. Também esteve presente a coordenadora dos cursos de Pedagogia e professora no mesmo programa, a Dra. Danielle Aparecida do Nascimento dos Santos. Durante o evento, o professor do curso de Artes Josué Pantaleão da Silva produziu três quadros.
Reflexão, aprendizado e inspiração
Um quadro foi dado como presente de agradecimento à Dra. Raimunda. Os outros dois foram sorteados, respectivamente, entre os alunos presentes e os inscritos para assistirem on-line; incluindo os da Pedagogia e que durante a graduação têm a oportunidade de vivenciar a pesquisa, inclusive por estarem inseridos na Unoeste que, enquanto universidade, contempla o tripé ensino, pesquisa e extensão. Vários participantes de um grupo limitado em 100 vagas estiveram no auditório.
“Foi um momento de grande reflexão, de aprendizado e de inspiração para os nossos estudantes de Pedagogia. É preciso incentivar o olhar científico sobre a prática pedagógica desde a formação inicial, e nossos estudantes de licenciatura precisam dessa aproximação com o mundo da pesquisa. Além disso, a fala da Dra. Raimunda certamente inspirou o início dos estudos dos nossos mestrandos e doutorandos da turma de 2022”, disse a Dra. Danielle e agradeceu a parceria do programa de pós-graduação em Educação.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste