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Práticas integrativas e tecnologia são debatidas no Enepe

Tema norteou as discussões no 19º Fórum de Saúde e Humanização do SUS e 19º Fórum de Saúde do trabalhador


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Foto: João Paulo Barbosa Práticas integrativas e tecnologia são debatidas no Enepe
Alunos e profissionais da área da saúde ocuparam o Teatro César Cava, no campus 1, durante os fóruns de saúde

Nos dias de hoje, a integração entre saúde, tecnologia e humanização tornou-se um dos principais desafios no campo da saúde pública. Pensando nisso, a Unoeste, dentro da programação do Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe) 2024, realizou a 19ª edição do Fórum de Saúde e Humanização do SUS e o 19º Fórum de Saúde do Trabalhador. Os eventos, que aconteceram na tarde desta quarta-feira (23), no Teatro César Cava, reuniram importantes especialistas da área para abordar um tema cada vez mais relevante: “As práticas integrativas em saúde: tecnologia humana em foco”.

O evento teve a participação da professora Dra. Gislei Siqueira Knierim, pesquisadora da Fiocruz, e do especialista João Raphael Souza Catalan, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Presidente Prudente. A mediação ficou por conta do professor Dr. Décio Gomes de Oliveira, docente da Unoeste e delegado do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) que, em conjunto com os convidados, proporcionaram uma reflexão profunda sobre como o cuidado com o trabalhador e o usuário do SUS podem ser aprimorados em um contexto de avanços tecnológicos, sem perder de vista a importância da humanização e das práticas integrativas.

Tecnologia e saúde do trabalhador: desafios e oportunidades

Na abertura do evento, o Dr. Décio Gomes de Oliveira destacou a importância de trazer o debate sobre a saúde do trabalhador para o ambiente universitário, especialmente para cursos da área da saúde. Ele ressaltou também que o tema é vital para a formação de profissionais que, em breve, atuarão em diferentes frentes do sistema de saúde brasileiro.

“Estamos discutindo aqui a necessidade de nossos alunos, futuros profissionais da saúde, repensarem o papel da saúde do trabalhador. Eles precisam ter consciência de que todos os trabalhadores também são usuários do SUS e que o cuidado com esse público envolve tanto a prevenção de acidentes, quanto a promoção de ambientes de trabalho saudáveis. Além disso, é essencial que o cuidado com o trabalhador da saúde seja priorizado. O que cuida, também precisa ser cuidado”, afirmou Décio.

João Raphael abordou em sua fala a questão das condições de trabalho no Brasil e como as inovações tecnológicas ao mesmo tempo que promovem a eficiência, podem gerar novas formas de adoecimento. Para ele, os dados são alarmantes sobre os custos econômicos dos acidentes de trabalho, revelando que em 2019, o Brasil gastou cerca de 15 bilhões de reais com acidentes e mortes no ambiente laboral.

“A tecnologia tem sido um facilitador em muitas frentes, mas também pode ser um fator de risco. Muitas vezes, vemos que os trabalhadores sofrem tanto fisicamente quanto mentalmente devido ao uso inadequado ou excessivo de tecnologia em ambientes de trabalho. Precisamos conscientizar os futuros profissionais da saúde sobre a importância da prevenção de doenças e acidentes no ambiente laboral e do papel das tecnologias nesse contexto”, explicou.

João ressaltou ainda que é crucial que as universidades insiram em seus currículos o estudo sobre a saúde do trabalhador. “Os profissionais que estamos formando aqui na Unoeste vão lidar com os trabalhadores que utilizam o SUS diariamente. É fundamental que tenham um olhar cuidadoso e crítico para prevenir problemas que possam surgir no trabalho, especialmente no que diz respeito ao uso de tecnologias”, concluiu.

Humanização no SUS: o papel das práticas integrativas

Um dos pontos mais discutidos durante o fórum foi a humanização no atendimento do SUS – Sistema Único de Saúde, especialmente diante dos avanços tecnológicos e do uso crescente de ferramentas como a inteligência artificial. A Dra. Gislei trouxe uma reflexão importante sobre como a tecnologia pode ser uma aliada no cuidado com a saúde, mas que não deve substituir a essência do contato humano.

Foto: João Paulo Barbosa Dr. Décio Gomes de Oliveira: “A nossa missão é promover a saúde e, para isso, as práticas integrativas são uma ferramenta poderosa”
Dr. Décio Gomes de Oliveira: “A nossa missão é promover a saúde e, para isso, as práticas integrativas são uma ferramenta poderosa”

“A tecnologia tem um papel instrumentalizador. Ela nos ajuda a organizar informações e a acelerar processos, mas o que não podemos perder de vista é a necessidade de manter o cuidado humanizado. Trabalhar com o corpo, as emoções e as relações interpessoais ainda é fundamental para uma prática clínica de qualidade. A tecnologia sozinha não substitui essa conexão que o profissional de saúde deve ter com o paciente”, destacou a professora.

Dra. Gislei também reforçou a importância das práticas integrativas em saúde, que têm sido cada vez mais incorporadas no SUS. Para ela, essas práticas são essenciais para equilibrar os aspectos físicos e emocionais dos pacientes, além de promover o bem-estar geral. “As práticas integrativas como a acupuntura, fitoterapia e terapias manuais, entre outras, são ferramentas que não apenas auxiliam na cura, mas também ajudam na prevenção de doenças e no cuidado integral do ser humano. Elas podem e devem ser aplicadas tanto para o trabalhador, quanto para o paciente”, comentou.

Um olhar para o futuro: desafios na formação dos profissionais de saúde

Tanto o Dr. Décio, quanto João e Gislei, concordaram que os debates promovidos pelo Enepe são essenciais para preparar os estudantes de saúde para um mercado de trabalho cada vez mais desafiador. A introdução de novas tecnologias aliada à humanização e às práticas integrativas, é um tema que deve estar no centro das discussões acadêmicas.

“Os temas discutidos no Enepe ao longo dos anos têm sido de extrema relevância para repensarmos a formação dos nossos alunos. Estamos preparando profissionais para o futuro, onde a tecnologia será ainda mais presente, mas o cuidado humanizado não pode ser deixado de lado. A universidade é um espaço de debate e troca e momentos como esses são fundamentais para que os futuros profissionais entendam que o seu papel vai além do atendimento individual – é cuidar do coletivo, do ser humano como um todo”, destacou Dr. Décio.

A Dra. Gislei encerrou sua participação reforçando a importância de encontros presenciais e discussões aprofundadas. “Vivemos em um mundo cada vez mais digital e distante. Ter momentos presenciais como este, onde podemos trocar experiências, reflexões e afetos, é essencial para a construção de profissionais de saúde capazes de lidar com os desafios contemporâneos”, finalizou.

Fóruns de Saúde

O 19º Fórum de Saúde e Humanização do SUS e o 19º Fórum de Saúde do Trabalhador, realizados durante o Enepe 2024 da Unoeste, proporcionaram uma rica troca de conhecimentos sobre a importância de equilibrar tecnologia e humanização na área da saúde. O evento reafirmou a necessidade de formar profissionais conscientes das transformações tecnológicas, mas comprometidos com o cuidado integral e humano.

Por fim, o Dr. Décio levantou uma questão crítica sobre a formação dos novos profissionais de saúde, ressaltando que muitas vezes o ensino tradicional foca exclusivamente na doença e não na saúde. “Precisamos formar profissionais que pensam na promoção da saúde, não apenas no tratamento da doença. O paciente não é definido pela sua condição de doente, ele está doente. A nossa missão é promover a saúde e, para isso, as práticas integrativas são uma ferramenta poderosa”, concluiu

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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