Mostra Extensionista valoriza o protagonismo dos alunos

A 2ª Mostra de Projetos de Extensão do Curso de Fisioterapia celebra os projetos de extensão realizados pelos alunos durante o semestre. A iniciativa busca fortalecer o vínculo entre o conhecimento acadêmico e as demandas reais da comunidade, aproximando os estudantes do contexto social e humano da profissão.

O evento reuniu dezenas de trabalhos do curso que demonstraram como a ciência e o cuidado caminham juntos na construção de uma atuação mais empática, técnica e transformadora.

“Cuidar de quem cuida”: acolher quem dedica a vida ao outro

Entre os projetos apresentados, destacou-se o “Cuidar de quem cuida”, desenvolvido pelos alunos do 6º termo noturno da disciplina de Propedêutica e Semiologia Funcional 3, sob orientação da professora doutora Aline Duarte Ferreira. 

O grupo, formado por Jennifer Torquato da Silva, Lucas Stiaque do Nascimento Bjornlund Larsen e Eduarda Moreira Cruz, direcionou suas ações para os cuidadores informais de pacientes atendidos na clínica de Fisioterapia da Unoeste.

A proposta do trabalho foi oferecer atenção e escuta a essas pessoas que, muitas vezes, dedicam-se integralmente ao cuidado de familiares e acabam negligenciando a própria saúde física e emocional.

“Nosso projeto foi um convite ao olhar humano e integral. A professora Aline nos ensinou, através da propedêutica e semiologia, a enxergar o paciente em todas as suas dimensões — física, mental, social e espiritual. Entendemos que cuidar também é ouvir, acolher e reconhecer o outro como ser humano completo”, contou Jennifer.

Durante o processo, os acadêmicos realizaram avaliações físicas e funcionais complexas, aplicando testes específicos para compreender as necessidades dos cuidadores atendidos. Foram dois dias intensos de avaliações, com cerca de nove páginas de registros e testes clínicos, entre exames neuromusculares, funcionais e de caminhada.

“Tivemos uma paciente que não possuía nenhuma patologia específica, mas apresentava dores irradiadas devido à sobrecarga física e emocional após o acidente do marido, que se tornou cadeirante. Nosso maior desafio foi planejar uma intervenção para alguém que, apesar de ser funcional, precisava de suporte físico e emocional”, explicou a aluna.

A estudante destaca ainda o caráter emocional e humano do projeto.

“Quando encerramos a apresentação, mostramos um vídeo com o registro do trabalho. Foi emocionante, porque não entregamos apenas um projeto, entregamos um gesto de amor. A fisioterapia é movimento, é vida, é esperança. Cada passo é importante — e isso foi o que quisemos transmitir”, completou.

Foto: João Paulo Barbosa

Aprendizado que ultrapassa as salas de aula

A professora Aline Duarte Ferreira ressaltou a importância da Mostra Extensionista na formação dos alunos, destacando o protagonismo estudantil e o compromisso com a comunidade.

“É o momento em que eles apresentam os projetos de extensão realizados ao longo do semestre, em formato de banner, exercitando a comunicação científica e a segurança para expor o próprio trabalho”, afirmou.

Segundo ela, essa experiência promove crescimento pessoal e técnico. “Os alunos recebem feedbacks dos avaliadores e percebem o quanto evoluíram durante a graduação”, completou.

Vivência hospitalar amplia o olhar sobre o papel do fisioterapeuta

Outro destaque da Mostra foi o projeto “Promoção da continuidade do cuidado fisioterapêutico além do atendimento presencial”, elaborado pelos alunos Gabriel Henrique Silva Ribas, Guilherme Garrido, Rafael Takeshi e João Vitor Fiore, sob orientação da professora Maiara Almeida Aldá.

Os estudantes, do 2º termo de Fisioterapia, tiveram a oportunidade de participar de atividades no Hospital Regional (HR), conhecendo de perto a rotina hospitalar e a atuação do fisioterapeuta em diferentes setores.

“Foi uma experiência inovadora. Tivemos contato com a UTI Coronariana e observamos muitos pacientes com sinais de infarto. A partir dessa vivência, desenvolvemos um trabalho voltado à prevenção e à continuidade do cuidado fisioterapêutico, com foco em promover qualidade de vida mesmo após a alta hospitalar”, explicou Gabriel Ribas.

Já formado em Educação Física, Gabriel destacou o impacto pessoal dessa nova jornada acadêmica.

“A fisioterapia é uma área que salva vidas. Trabalhar dentro do hospital amplia nossa visão e nos faz compreender a importância da atuação em equipe e da atenção integral ao paciente. Mesmo no início do curso, já percebo uma transformação profunda — tanto profissional quanto pessoal”, declarou.

Extensão universitária como ferramenta de transformação

A Mostra Extensionista da Unoeste é um espaço que une conhecimento, prática e compromisso social. Desde os primeiros termos, os alunos participam de atividades que os colocam em contato direto com a comunidade, proporcionando experiências reais e desafiadoras.

A professora Maiara ressaltou que a Mostra Extensionista tem como propósito principal estimular o protagonismo e a prática dos alunos.

“É o momento em que o estudante apresenta algo que ele realmente desenvolveu, desde o planejamento até a execução. Ele mostra à comunidade o que aprendeu e percebe que o conhecimento que constrói em sala tem um impacto real fora da universidade”, afirmou.

Ela destacou ainda que a mostra prepara os acadêmicos para congressos e incentiva o retorno social do aprendizado.

“Desde o início do curso, eles vivenciam a experiência de expor um trabalho em formato de banner, como nos eventos científicos. Além disso, cada projeto é uma forma de devolver à comunidade o que aprenderam, seja por meio de atendimentos, orientações ou ações voltadas aos cuidadores e pacientes”, completou.