Egressos atuam em projeto para mudar agricultura em Angola
Busca de soluções agrícolas mais eficazes e adaptadas ao perfil de cada produtor são para promover suficiência alimentar

Dois engenheiros agrônomos egressos da Unoeste integram uma empresa pioneira em Angola, que busca fazer uma “transformação agrícola” no país. A “Carrinho Agri” quer trazer soluções mais eficazes e adaptadas ao perfil de cada produtor, para promover suficiência alimentar e contribuir com a erradicação da pobreza e da fome.
Edmar da Silva Martins é egresso da turma de 2016 e Iago Fernandes de 2019, com mestrado concluído em 2022. Relações com empresas brasileiras abriram as portas para o recrutamento de profissionais ao exterior.
Nestes quase dois em Angola, eles têm trabalhado com as culturas de milho, soja, feijão, arroz, algodão, trigo, grão de bico, girassol, palma e pimenta; e na criação de aves, suínos e caprinos.
Experiência única
Para Edmar, é uma experiência única fazer parte do projeto que tem como principal objetivo a suficiência alimentar do país; ter contato com diferentes povos e culturas; entender as particularidades regionais; e inovar com os recursos disponíveis.
“Sentimos uma satisfação enorme em saber que estamos participando de um projeto que pode mudar todo o cenário de um país e até de um continente, em que o principal objetivo é o acesso da população aos alimentos básicos”, pontua Edmar.
Ele comenta que a Carrinho Agri tem um grande impacto na agricultura e no fornecimento de alimentos ao país, sendo uma das forças motoras de desenvolvimento, por meio de insumos, tecnologia, capacitação e assistências.
Edmar se sente motivado pela visão e pela missão da empresa, que são, respectivamente, ser líder na transformação da África através do agronegócio; e a criação de produtores em um modelo socialmente e ambientalmente responsável.
Desafios significativos
Já Iago comenta que a nova experiência profissional e cultural exigiu um período de adaptação. “Foi necessário compreender a cultura local, os desafios específicos da agricultura no país e as nuances do desenvolvimento socioeconômico”, explica.
Somente após essa imersão - que ele considera ser contínua -, entendeu ser possível alinhar seus objetivos pessoais e profissionais com a realidade e as necessidades locais.
“Soa meio utópico, mas, através da análise das condições locais, buscamos desenvolver soluções agrícolas mais eficazes e adaptadas a cada perfil de produtor, para colocar fim à submissão de receber subprodutos de outros países do continente”, explica.
Os subprodutos são vistos como condição limitadora do desenvolvimento. “São mais de 100 mil vidas envolvidas direta ou indiretamente com o nosso trabalho e o resultado esperado é o aumento da produtividade”, comenta.
Tudo isso está inserido em um cenário que não permite Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e outras tecnologias que norteiam a agricultura nas Américas - e que podem promover melhoria na qualidade de vida dos agricultores e de toda a cadeia produtiva.
“Isso [o trabalho] inclui desde os prestadores de serviços nas lavouras até as etapas de venda, beneficiamento e comercialização dos produtos”, diz Iago, para destacar que o grupo Carrinho Agri possui um sistema de produção vertical integrado. Fato que garante a compra e transformação dos grãos e fibras produzidos.
Boa formação
“Considero que minha trajetória profissional e essa oportunidade em Angola foram significativamente influenciadas pela formação que recebi na Unoeste”, afirma Iago.
Influência que passa pela inspiração no desenvolvimento de carreira, decorrente da formação que o corpo docente proporcionou através do conhecimento e estímulo ao desenvolvimento de competências e habilidades.
“Mesmo distante, o contato com a universidade permanece relevante. Recorro frequentemente a especialistas, estudantes e professores”, conta Iago para falar da relação especial com o professor Dr, Fábio Rafael Echer.
“No que tange a cotonicultura [cultivo de algodão], o professor Echer tem sido um importante apoio para encontrar soluções assertivas para os desafios que surgem no dia a dia das atividades”, diz.
Preparo para o mercado
O diretor da Faculdade de Ciências Agrárias da Unoste, o professor Dr. Carlos Sérgio Tiritan, fala da enorme satisfação em saber sobre a atuação do Edmar e do Iago - que deixa clara que os egressos estão preparados para o mercado brasileiro e mundial.
“A importância reflete na formação dos alunos e gera expectativa sobre a abertura de oportunidades para eles no mercado de trabalho. O nosso aluno atual pode ver, nos nossos egressos, o futuro deles profissionalmente”, compara.
“Ver dois egressos atuando em um projeto tão grandioso como esse da Carrinho Agri, em Angola, é motivo de muito orgulho para o corpo docente da graduação e da pós-graduação em Agronomia”, afirma Dr. Fábio.
O professor conta que ambos participaram de grupos de pesquisa: o Iago, do Grupo de Estudos do Algodão (GEA); e o Edmar, do Grupo de Pesquisa Agropecuária do Oeste Paulista (Gpagro).
“Ver a evolução deles enquanto profissionais reforça a necessidade de continuarmos adotando esse modelo, que é complementar à graduação e prepara o profissional para atuar nos mais variados segmentos”, destaca.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste