Em Prudente cada morador produz 1,3 kg de lixo por dia
Produção de resíduos sólidos está entre preocupações debatidas na Jornada da Engenharia Ambiental



A emissão de resíduo sólido per capta em Presidente Prudente é de 1,3 quilo, o que representa um volume superior a 200 mil quilos por dia. Com os passos iniciais da reciclagem, a maior parte ainda causa impactos negativos no meio ambiente. Se isso é alarmante, torna-se inimaginável os prejuízos causados no Brasil, já que praticamente os demais 5.564 municípios brasileiros apresentam situação idêntica. São dados que reafirmam a importância do engenheiro ambiental no tratamento e gestão de resíduos sólidos.
Assuntos como este estiveram na pauta desta terça-feira (8), o segundo dia da Jornada da Engenharia Ambiental 2012. Num minicurso durante a manhã, a engenheira química doutora Maria Cristina Rizk, da Unesp, falou sobre tratamento e gestão de resíduos sólidos. Disse que há 200 anos a busca de solução para destinação final do lixo estava muito centrada na proteção aos recursos hídricos, mas que nos últimos 60 anos ganhou dimensão, acompanhada pelo crescimento da demanda.
“Portanto, essa preocupação mais ampla é ainda recente. Houve um despertar maior por todas as fontes de contaminação. É constante a busca de alternativas adequadas para fontes de emissão de poluição”, diz a engenheira. Explicou para os estudantes da Unoeste que nem sempre é possível desenvolver um processo ideal, com reciclagem 100%. Para situações assim, indicou o processo real. Isto é, fazer o possível sem desistir do projeto ideal.
Contribuiu com o minicurso o gerente distrital da Sabesp em Presidente Prudente, Décio Dias Cesco. Ele falou sobre a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), organização não governamental que promove a melhoria da qualidade de vida através de contribuições de seus associados. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, um marco histórico na gestão ambiental do Brasil, também esteve entre os temas tratados.
À tarde, a engenheira ambiental Cláudia Varnier, do Instituto Geológico de São Paulo, falou sobre a contaminação com nitrato nos recursos hídricos em Prudente. Apresentou a substância como um contaminante muito problemático, tanto no solo quanto nas águas superficiais e subterrâneas. São três os motivos: a mobilidade, as várias fontes e as reações de conversão de nitrogênio – que são rápidas e com forte tendência à oxigenação, especialmente em aquíferos livres.
Ela explica que por ser muito móvel, o nitrato atinge grandes áreas e alcança o lençol freático. As várias fontes estão associadas às atividades humanas, como as agrícolas, com a utilização de fertilizantes nitrogenado, e a decomposição de resíduos sólidos, sendo grandes fontes de nitrogênio os lixões, aterros sanitários, fugas de redes de esgotos, fossas sépticas, cemitérios, lagoas de tratamento de esgotos e criações de animais. Além de traçar o panorama, Cláudia Vernier apresentou buscas por soluções.
Para a aluna do 5º termo de Engenharia Ambiental, Bruna Rafaele dos Santos, esta é a melhor jornada que já acompanhou. “Dessa vez capricharam bastante. Trouxeram, em maior número, engenheiros ambientais em atividade, o que nos permitiu enxergar melhor o mercado de trabalho”, afirma.
O evento – A Jornada da Engenharia Ambiental começou na segunda-feira (7) e prossegue até quinta (10), no campus II da Unoeste, no auditório do Núcleo de Educação a Distância (Nead). Serão realizados mais dois minicursos e quatro palestras.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste