Aluno de Veterinária obtém bolsa para estudos na Espanha

Sete universidades espanholas com oferta de Medicina Veterinária, que mantêm interlocução com o programa Ciência sem Fronteiras (CsF), abriram 28 vagas para brasileiros no ano letivo que começa em setembro. Pouco mais da metade foram preenchidas. Entre os aprovados no processo de seleção está o estudante da Unoeste, Matheus Rocha Ribeiro. Após receber o termo de compromisso do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), obteve o aceite da Universidad de Murcia, onde estudará por 12 meses.

Apenas dois brasileiros desta área ficarão em Múrcia, a cidade litorânea que tem 440 mil habitantes – o dobro da população prudentina – distante 405 km da capital Madri, que abriga mais de 3 milhões de pessoas. Múrcia, enquanto cidade turística, tem como principal atração o maior lago de água salgada da Europa, o chamado Mar Menor, junto ao Mar Mediterrâneo. Possui duas instituições de ensino superior e a que receberá Ribeiro é uma das mais antigas do mundo, fundada em 1272. Atende 38 mil estudantes em dois campi, neste ano com a oferta de 900 vagas para brasileiros.

O outro brasileiro da veterinária que também ficará um ano em Múrcia é Tainã de Souza, que estuda no campus da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) em Uruguaiana (RS). Pela rede social se falam todos os estudantes dessa área. Assim, Ribeiro e Souza decidiram que viajarão no mesmo voo de São Paulo para Madri, depois seguirão de ônibus a Múrcia onde se alojarão num mesmo espaço que irão locar. A viagem está prevista para 3 ou 4 de setembro, já que as aulas terão início no dia 16 do mesmo mês.

Não é a primeira vez que Ribeiro se inscreve e recebe aprovação do CsF. Era para ter ido à Espanha no segundo semestre do ano passado, mas a gravidez não esperada de sua namorada Amanda retardou os planos. Nasceu a Ana Clara que agora está com cinco meses. O entendimento do casal é de que um período de estudos no exterior fará diferença na carreira profissional e será benéfico à família, o que serviu de estímulo à segunda tentativa. A diferença entre a anterior e a atual, é que agora foi necessário o exame de proficiência em língua espanhola.

Os quatro anos de curso no Centro Estadual de Línguas, na escola Monsenhor Sarrion, e no CNA possibilitaram a aprovação no exame Diplomas de Espanhol como Língua Estrangeira (Dele), feito em São Carlos (SP). Da nota máxima 3, Ribeiro fez 2,9. “Devido à nossa filhinha, não estava tão entusiasmado como da outra vez. Preparei toda documentação e fiz o exame para depois não ficar com arrependimento de não ter tentado. Acabou dando certo. Acho que tinha que ser. Em dezembro receberei a visita da esposa e filha”, conta.

Quando aprovado pela primeira vez, sua pretensão era a de se aprofundar no controle de parasitologia para trabalhar com pequenos animais. Agora no 5º termo, se encantou com iniciação científica, ao conhecer um projeto conduzido pela professora doutora Rosa Maria Barilli Nogueira, e mudou seu objetivo. Sentiu-se vocacionado para a pesquisa, planeja carreira acadêmica e sonha com pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado) no exterior, com bolsa de agência de fomento. Na graduação também é bolsista, pelo Prouni. Pretende avançar nos estudos na área de medicamentos ou mesmo de parasitologia.

Ribeiro conta que mantém entendimentos com o diretor de seu curso Dr. Luiz Carlos Vianna para aproveitar o máximo de disciplinas no exterior que eliminem algumas das que tem pela frente na Unoeste. Alimenta as melhores expectativas pela Universidade de Múrcia e comenta que os demais brasileiros, além dele e de seu colega do Rio Grande do Sul, estudarão em Valência, Saragoça, Santiago de Compostela, Madri, Córdoba e Estremadura.