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Mudas pré-brotadas podem revolucionar as lavouras de cana

Tecnologia de multiplicação acelera produção, usa menor quantidade de mudas e promove uniformidade de plantio


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Foto: João Paulo Barbosa Mudas pré-brotadas podem revolucionar as lavouras de cana
Landell ministra aula na Unoeste, na pós lato sensu
Foto: João Paulo Barbosa Mudas pré-brotadas podem revolucionar as lavouras de cana
Parte dos estudantes na aula do Dr. Landell
Foto: João Paulo Barbosa Mudas pré-brotadas podem revolucionar as lavouras de cana
Doutores Carlos Tiritan e Marcos Landell


Depois de dez anos de piora na produtividade, por conta de replantar a cultura comercial e sem a adoção de novas variedades, se avista uma revolução na lavoura canavieira do Brasil. Está sendo inserido no mercado o sistema de mudas pré-brotadas, uma tecnologia de multiplicação que ganhou a sigla MPB e que permite antecipar em até quatro anos a utilização de uma nova variedade. Em relação ao plantio convencional, que consome de 18 a 20 toneladas de mudas, são necessárias apenas duas toneladas por hectare. Além da aceleração da produção e da menor quantidade, outro ganho considerável é o da uniformidade do canavial.

Mesmo acostumado com a premissa de que a ciência sobrevive da dúvida e isso torna o pesquisador um tanto cético, o Dr. Marcos Guimarães de Andrade Landell manifesta otimismo sobre o sistema desenvolvido no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), instituição da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Pelo segundo ano consecutivo na Unoeste, para ministrar aulas na pós-graduação lato sensu Gestão de Qualidade e Produção de Cana-de-açúcar, Landell falou sobre o sistema que resulta de intensos trabalhos voltados ao melhoramento vegetal.

O replantio da cultura comercial é feito com o colmo jogado no sulco. Como a germinação depende de uma série de fatores, prevalece a imprecisão da produção. O MPB possibilita organizar espacialmente o canavial, resultando em produtividade. Bastam duas plantas por metro para que se produza até 40% a mais de colmos finais, possibilitando acelerar a multiplicação. “Uma verdadeira revolução da canavicultura não só brasileira, mas mundial”, preconiza o pesquisador. Para exemplificar, diz que convencionalmente são quatro anos para formar 250 hectares de canavial, enquanto que, com o novo sistema de mudas, bastam 17 meses.  

“Na última década caiu muito a produtividade da cana, coincidindo com o plantio e cultivo mecânico, utilizando a cultura comercial e não mudas. Vai-se praticamente uma década sem adoção de novas variedades, num processo de expansão desenfreado e sem planejamento. A proposta do MPB é de planta indexada, desprovida de doença. São mudas de altíssima qualidade”, pontua Landell e comenta que o novo sistema é democrático, por possibilitar ao pequeno e médio produtor produzir sua própria muda,  podendo utilizar um caminhão pequeno para transportar 56 mil mudas e plantar 4 hectares, enquanto seriam necessários quatro caminhões grandes, com 80 toneladas de cana, para plantar a mesma área.

Mais de 200 produtores e donos de viveiros estão inseridos numa rede experimental, os quais receberam instruções em cursos ofertados pelo IAC. Existem produtores empenhados em melhorar seus canaviais, com projetos que variam de 60 a 500 hectares a serem cultivados a partir do MPB. O setor vive boas expectativas por conta de novas variedades, entre as quais as de cana energia que atenderá à nova indústria de transformação na produção de álcool de segunda geração e também a co-geração de energia elétrica pela qualidade da biomassa de fibras. Os pesquisadores trabalham essa nova cana desde 2008 e devem concluir os experimentos finais dentro de três ou quatro anos.

O mercado do etanol e açúcar tem grande participação no crescimento do agronegócio brasileiro e os programas de melhoramento do genótipo da cana são cada vez mais necessários, para atender novas demandas. Quando da implantação do ProÁlcool, há 40 anos, havia 1 milhão de hectares de canaviais, inicialmente plantados em solos de alta fertilidade, antes ocupados pelo café. Com o passar dos anos, mesmo em solos mais fracos e em áreas mais secas, a expansão atingiu 9 milhões de hectares, ocupando áreas consideradas marginais pelo agricultor. “Teve proprietário rural que trocou fazenda por terreno na cidade, pois não conseguia produzir nada. A cana mudou esse panorama”, comenta.

Outro fator importante apontado pelo pesquisador é sobre o grande mercado de energia no Brasil que tem uma Itaipu (98,6 milhões de megawatts-hora em 2013) adormecida em seus canaviais. São muitas e múltiplas as oportunidades de trabalho no setor sucroalcooleiro, mas a grande maioria requer preparo profissional. “A perspectiva é fantástica. Por isso me disponho a participar desses cursos, como esse da Unoeste”, diz Landell que no último fim de semana foi recebido pelo coordenador do curso que está na quinta turma, Dr. Carlos Sérgio Tiritan, o qual divide a coordenação com a professora mestre Ângela Madalena Machizelli Godinho.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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