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Inseticida botânico pode ser a solução para algumas lavouras

Estudo científico inédito da Unoeste usa extrato etanólico de erva daninha para controlar principal praga do milho


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Foto: João Paulo Barbosa Inseticida botânico pode ser a solução para algumas lavouras
Erva-de-rato é uma planta tóxica cujo extrato mata a lagarta-do-cartucho

Produção científica brasileira sinaliza expressiva contribuição sustentável e de baixo custo, para combater a praga nº 1 da lavoura do milho: a lagarta-do-cartucho, que atinge outros tipos de culturas como o algodão e a soja. Experimento com a produção de extrato etanólico da erva-de-rato, planta daninha com variação de nome em diferentes regiões do país, define concentração de meio por cento como solução química de alta mortalidade (98%) e com a utilização de menor quantidade do insumo.
 
Existe uma demanda mundial por inseticidas botânicos, visando o controle alternativo natural em relação aos produtos químicos das pragas que atacam as lavouras, com mais pesquisas na Europa do que na América do Norte, conforme comenta a doutora Vânia Maria Ramos, docente pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Agronomia da Unoeste, que orientou o estudo do engenheiro agrônomo, Renato Marcos de Leão, de Faxinal (PR), na produção inovadora do biopesticida.
 
Foto: João Paulo Barbosa Leão foi orientado pela Dra. Vânia e avaliados pelos doutores Machado Neto e Bueno
Leão foi orientado pela Dra. Vânia e avaliados pelos doutores Machado Neto e Bueno
Para o embasamento teórico do estudo, a revisão literária ocorreu em publicações científicas internacionais e o resultado do experimento inédito no Brasil surpreendeu pela baixa concentração e expressiva resolução. “O ideal é concentração baixa e isso foi possível obter com 0,5%, o que torna o produto mais barato e com a produção mais rápida, usando pouca planta”, comentou a pesquisadora e acrescentou que outra vantagem é a de, provavelmente, não fazer mal para pessoas, animais e o planeta.
 
Com as plantas coletadas, secas e moídas, a partir do pó foi produzido o extrato etanólico bruto para ser adicionado ao alimento das lagartas em ensaios com concentrações diferentes, dentre as quais, a de 0,5% ficou definida para o experimento a campo, com previsões de ocorrerem nas regiões paulistas de Presidente Prudente e Botucatu, além de Londrina (PR), envolvendo outros pesquisadores como os do campus da Unesp de Botucatu. O extrato poderia ser produzido com água, mas no estudo de Leão, utilizou-se álcool por ser um reagente melhor do que a água para arrastar componentes da planta.
 
De acordo com a Dr. Vânia, com a pesquisa em semicampo ou telado (viveiro), confirmando-se o resultado laboratorial, os procedimentos seguintes para a fabricação industrial e a sua colocação no mercado serão os testes medicinais em relação aos humanos para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possa liberar ou não a fabricação. Tal procedimento, após finalizados os estudos agronômicos, deverá ser feito pela empresa que se interessar na busca da patente junto ao Ministério da Agricultura.
 
A estimativa de tempo para início da fabricação do inseticida biológico varia de cinco a seis anos, “o que em termos de pesquisa é curtíssimo e o Brasil tem possibilidades de sair na frente em relação a essa demanda mundial no segmento de inseticida botânico”, avaliou a pesquisadora sobre o estudo de Leão que, em função do resultado encontrado e da metodologia inovadora, está sendo encaminhado para publicação científica internacional. Atualmente, o continente Africano é o mais prejudicado com os danos e prejuízos causados pela lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) que poderá ser combatida com o extrato etanólico da erva-de-rato (Asclepias curassavica L.).
 
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), até o começo deste ano, somente dez dos 54 países africanos ainda não tinham sido atingidos pela praga. A estimativa é de que o lagarta-do-cartucho possa destruir entre 8 e 21 milhões de toneladas de milho por ano, com prejuízos entre US$ 2,5 bilhões de e US$ 6,5 bilhões aos produtores africanos que têm buscado a ajuda do Brasil em tecnologias de manejo da praga, através de iniciativa da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) junto a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
 
Mestrado – Em recente defesa pública de sua dissertação junto ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste, Leão foi aprovado para receber o título de mestre em Agronomia, avaliado pelos doutores. Nelson Barbosa Machado Neto (Unoeste) e Adeney de Freitas Bueno, da Embrapa Soja, de Londrina (PR). O segundo passo do estudo está previsto para ser iniciado no segundo semestre deste ano, com a possibilidade de que Leão venha a ingressar no doutorado. Egresso do curso de graduação em Agronomia na Unoeste, Leão passou em concurso para trabalho temporário no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e está atuando em nove municípios paranaenses.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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