Estudo 50+ apresenta 30,7% sobre prevalência de toxocaríase
Índice alto e que foi constatado dentro do universo de 290 participantes da pesquisa, atendidos no sistema público de saúde
A avaliação sobre a proporção de casos que testa positivo (soroprevalência) e os fatores de risco associado à infecção causada por vermes (toxocaríase) em população com 50 anos de idade ou mais apresenta alta prevalência: 30,7%.
Estudo nesse sentido foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, mantido pela Unoeste, e teve os resultados apresentados em banca de defesa pública de dissertação, na tarde de terça-feira (18).
A toxocaríase é causada por larvas de nematoides (vermes) que têm como hospedeiros cães e gatos – Toxocara canis e Toxocara cati – e apresenta diferentes sintomas em humanos, tais como febre, pneumonia e manifestações pulmonares e neurológicas.
A autora do estudo, a médica geriatra Gabriela Geraldi da Silva Rapchan, disse que a motivação surgiu da imunossenescência e da expertise do seu orientador Dr. Vamilton Alvares Santarém, em pesquisas sobre toxocaríase.
A imunossenescência refere-se ao declínio gradual da imunidade com o avançar da idade, tornando o corpo mais vulnerável a infecções, doenças crônicas e câncer. Processo que acontece com pessoas em faixa etária de atendimento geriátrico.
290 pacientes participantes
Durante o desenvolvimento do estudo, de fevereiro a dezembro do ano passado, foram avaliados 290 pacientes do sistema público de saúde, sendo 156 mulheres (53,8%) e 134 homens (46,2%), sendo 64,5% com renda de um salário mínimo.
Os procedimentos metodológicos compreenderam o convite à participação, assinatura do termo de livre consentimento, aplicação de questionário socioeconômico, avaliação cognitiva e coleta de sangue para exames.
Parte dos procedimentos laboratoriais foi enviado ao Instituto de Medicina Tropical, da Faculdade de Medina da Universidade de São Paulo (IMT-FMUSP). Com todos os dados levantados, os procedimentos metodológicos incluíram as análises.
Os resultados, além de apontar a alta prevalência na população estudada; considerou como relevante a imunossenescência; e sugeriu higienização e desvermização de cães e gatos para a redução dos riscos de toxocaríase.
Conforme o orientador, com a imunossenescência é possível que as pessoas fiquem mais susceptíveis às infecções. “Como pode ter a reativação das larvas de toxacara, a gente não sabe até que ponto elas podem causar problemas neurológicos”, diz.
Ampliação da amostragem
“A gente fez esse estudo, embora não tenha tido alguma associação com processos de demência, talvez possa ampliar a amostragem ou fazer outro tipo de estudo e conseguir algum resultado mais robusto”, estima.
Afirma que o estudo de Gabriela tem impacto científico e social. Comenta que na condição de geriatra está mais atenta em relação aos pacientes que atende, fazendo divulgação dessa doença que é negligenciada e tem impacto relevante em termos de saúde pública.
A dissertação foi avaliada pelo Dr. Rogério Giuffrida, da Unoeste; e pelo Dr. Alexander Welker Biondo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que abriu a arguição (on-line) elogiando o fato de já haver publicação científica do estudo.
A médica Gabriela foi aprovada para receber o título de Mestre em Ciências da Saúde, com a dissertação “Soroprevalência e fatores de risco para toxocaríase em pessoas com 50 anos ou mais na região oeste do estado de São Paulo”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste