Ação do programa de saúde impacta 3,5 mil alunos no Guarujá
Iniciativa reuniu Unoeste e secretarias municipais para discutir segurança digital, cultura de paz e saúde mental

Nesta quarta-feira (10), uma mobilização voltada à promoção da saúde envolveu 11 escolas do município de Guarujá, alcançando cerca de 3.500 estudantes do Ensino Fundamental I e II.
A ação foi realizada por alunos do 2º termo do curso de Medicina da Unoeste Guarujá, por meio do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (Papp), em parceria com as Secretarias Municipais de Educação e Saúde, no âmbito do Programa Saúde na Escola (PSE).
O tema trabalhado, “Como Evitar Riscos da Internet: Prevenção da Violência, Promoção da Cultura de Paz e Saúde Mental”, foi proposto pela Secretaria de Educação, em sintonia com os desafios contemporâneos que impactam crianças e adolescentes.
Ao longo das atividades, as escolas se tornaram espaço de diálogo, escuta e conscientização sobre os riscos do ambiente digital e a importância de um uso mais responsável da internet.
Formação médica com responsabilidade social
A professora de Saúde Coletiva e coordenadora do Papp da Unoeste Guarujá, Yasmin Duarte, ressaltou que a ação foi muito além de uma atividade acadêmica. Para ela, a vivência prática é parte essencial da formação médica, pois aproxima os estudantes da comunidade e dos desafios reais da atenção básica.
“A Unoeste é uma instituição comprometida com a formação médica de qualidade e com a responsabilidade social. Incentivar os alunos a vivenciarem cenários reais de saúde fortalece o vínculo entre universidade e comunidade”, destacou.
Segundo Yasmin, essa integração contribui de forma significativa para preparar futuros médicos com um olhar mais sensível e ampliado sobre a saúde coletiva, capazes de atuar de forma humanizada e consciente.
Experiência enriquecedora para os alunos
Entre os estudantes que participaram da iniciativa está Isadora Louise dos Santos, que contou ter vivido uma experiência transformadora ao conversar com crianças e adolescentes sobre cyberbullying e segurança digital. Para ela, cada momento foi uma oportunidade de despertar a consciência dos alunos sobre os riscos da internet.
“Foi uma experiência muito positiva. Senti que estávamos contribuindo para que eles se tornassem mais conscientes e cuidadosos no ambiente virtual. Se entre os 470 alunos pelo menos 100 absorveram o que falamos, já conseguimos fazer a diferença”, afirmou.
Isadora destacou ainda que a atividade mostrou a diversidade de conhecimento entre as crianças. “Algumas já tinham noção clara sobre os perigos on-line, enquanto outras ainda se mostravam mais vulneráveis pela ingenuidade”. Essa percepção, segundo ela, reforçou a necessidade de não apenas informar, mas também estimular a reflexão crítica, a autoestima e a segurança emocional.
A adaptação do conteúdo à realidade de cada faixa etária também foi um ponto positivo. “Com os mais novos usamos o Roblox, enquanto com os mais velhos trouxemos exemplos do TikTok e Instagram. Isso deixou a palestra dinâmica e despertou muito interesse, porque eles se identificaram com os exemplos”, contou.
Para a estudante, discutir temas como esses dentro da escola é essencial, especialmente porque muitas famílias têm dúvidas sobre como orientar os filhos. “Eu mesma, como tia de um menino da mesma idade, percebi novas formas de abordar o assunto em casa. A escola é um espaço fundamental para orientar, proteger e preparar as crianças e adolescentes para um uso mais seguro da internet”, completou.
Escola como espaço de diálogo
Já João Gabriel de Quadros Manrique, que esteve na Escola Professora Ivonete da Silva Câmara, ressaltou a importância da experiência para sua formação médica e pessoal. Ele destacou que o contato direto com as crianças permitiu compreender melhor os desafios sociais que fazem parte da realidade dessa população.
“Foi muito importante para a minha formação. O contato direto mostrou que é essencial usar uma linguagem simples, próxima da realidade deles, para que a mensagem seja compreendida”, explicou.
Segundo João Gabriel, as crianças também tiveram muito a ensinar, ao compartilhar situações que já presenciaram ou viveram no ambiente digital. O uso de dinâmicas, histórias e jogos facilitou o aprendizado, deixando a troca mais leve e participativa. “Os estudantes nos receberam com muita alegria, sempre engajados com comentários e perguntas. Saúde mental e segurança digital são temas urgentes, e falar sobre isso na escola é uma forma de prevenção e promoção de cidadania”, concluiu.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste