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Mulheres são 61% dos alunos e 51% dos docentes na Unoeste

Para especialistas, índice reflete mudanças sociais e culturais da sociedade, que trouxeram mais reconhecimento às potencialidades delas; alunas comentam desafios e conquistas


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Foto: Ector Gervasoni Mulheres são 61% dos alunos e 51% dos docentes na Unoeste
Média de mulheres entre estudantes da Unoeste é maior que a nacional

A luta das mulheres por direitos iguais e por participação ativa na sociedade, com vários marcos pela história, já fez com que elas se tornassem agentes de grande importância dentro do ambiente educacional – inclusive no ensino superior. Dados do mais recente Censo da Educação Superior apontam que elas representam 59,1% das cerca de 10 milhões de matrículas nesse nível de ensino no país – tendência que também é registrada aqui na Unoeste

Um levantamento feito pelo Departamento Trabalhista e pelo Sucesso do Aluno aponta que:

- Alunos: 61% são do sexo feminino e 39% do sexo masculino

- Docentes: 51% dos professores de Jaú, Presidente Prudente e Guarujá são mulheres. Esse índice é superior à média nacional, na qual o Censo aponta 47,6% de mulheres no total de postos de trabalho docentes.

Explicar esses números envolve uma análise ampla: não só as mulheres conquistaram mais espaço dentro do ambiente acadêmico, como também conseguiram mais visibilidade de todas as suas potencialidades. Esse ponto é levantado pela professora doutora Camélia Murgo, coordenadora do curso de Psicologia em Jaú e membro do programa de Pós-graduação em Educação da Unoeste.

“Entre os fatores explicativos, estão as mudanças sociais e culturais, que trazem maior reconhecimento das potencialidades da mulher e sensibilizam as pessoas quanto a importância da igualdade de gênero, a expansão da oferta de vagas em universidades e a implementação de políticas de inclusão”, explica. 

Camélia também destaca que o público feminino tem investido em conhecer mais os interesses profissionais e em planejar sua carreira, o que permite a ampliação da atuação em áreas antes dominadas por homens.

“Importante ainda considerar que vivemos um momento no qual as pessoas buscam, para além de condições de subsistência, realização e felicidade no trabalho. Isso não tem sido diferente com as mulheres, que percorrem trajetórias de sucesso na vida acadêmica e inspirando outras pessoas”, comenta. 

O Censo da Educação Superior 2023, pesquisa estatística divulgada pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aponta que entre 2013 e 2023, o percentual de mulheres matriculadas na educação superior aumentou 138,6% – de 4,2 milhões para cerca de 10 milhões. 

Foto: Cedida Julia Ferrer, estudante de Pedagogia, já conseguiu duas bolsas de pesquisa
Julia Ferrer, estudante de Pedagogia, já conseguiu duas bolsas de pesquisa

No caso das licenciaturas, elas são 73,9% dos matriculados em todo o país. Julia Beatriz Martins Ferrer, aluna do 8º termo do curso de Pedagogia da Unoeste em Presidente Prudente, se enquadra nesta estatística. Na sala dela, há apenas um homem matriculado. A busca pela área foi decidida aos 14 anos, ao reparar no ambiente escolar em que vivia. 

“Estudava em uma escola de ensino integral. Por me sentir acolhida naquele ambiente, decidi que também iria trabalhar na educação”, relembra. 

Mas ela sabe que ainda existem desafios para elas na sociedade. “Muitas mulheres precisam conciliar trabalho com estudos, além de cuidar da família, o que pode se tornar uma jornada muito exaustiva”, comenta. 

Com desafios ou não, Julia vem fazendo a sua parte para colaborar com a construção de conhecimento: em 2024, foi bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti). Agora, se dedica a finalizar os trabalhos que renderam-lhe uma bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (Pibic) para atuar em uma pesquisa sobre bullying. 

“O foco foi conhecer o bullying escolar e propor medidas de prevenção e intervenção no ensino fundamental. Fizemos uma pesquisa com professores de uma escola pública em Álvares Machado e, a partir das respostas relatadas, fizemos um caderno de orientação contra o bullying para a comunidade escolar”, destaca a estudante, que já apresentou o projeto na Jornada de Educação e no Congresso Internacional de Educação da Unoeste. Ele será apresentado também no Encontro Nacional de Ensino, Pesuqisa e Extensão (Enepe)

Enquanto Julia está em um ambiente majoritariamente formado pelo público feminino, a Ludmila Sambinelli Cesario, do 7º termo de Ciência da Computação, vê um cenário diferente. Na graduação dela, são mais homens do que mulheres. 

“Como o curso é integral e faz parte da área de tecnologia, as mulheres ainda são minoria. Mesmo assim, temos presença feminina dentro da faculdade, tanto entre alunas quanto professoras, e no período noturno, a participação das mulheres é maior. Desde cedo, muitas meninas não encontram referências femininas na área e acabam recebendo menos incentivo, o que pode levá-las a se subestimar. Por isso, a presença de professoras e exemplos femininos na tecnologia é tão importante”, diz. 

Ludmila esteve entre os 55 selecionados do HackaTruck MakerSpace, projeto que permitiu o contato com a linguagem de programação Swift, usada por dispositivos Apple. Aproveitou o período de férias deste ano para estudar e se aperfeiçoar, ampliando sua preparação para o mercado de trabalho. 

“Existem desafios para as mulheres no ensino superior de forma geral. Muitas vezes, eles estão ligados a estereótipos, à falta de representatividade em algumas áreas e até à sobrecarga de conciliar estudos com outras responsabilidades. Apesar disso, vejo que esse cenário está mudando. Cada vez mais mulheres estão ocupando espaços, se tornando referência e mostrando que a presença feminina é fundamental para a diversidade e para o fortalecimento da universidade como um todo”, afirma. 

A escolha pelo curso de Ciência da Computação veio da relação dela com cultura e criatividade. Encontrou na tecnologia um elo perfeito entre esses elementos e o impacto social. “A tecnologia não se limita apenas a quem estuda ou trabalha na área, ela alcança a todos. Ela transforma o mundo como um todo”. 

No caso da Ludmila, o que ajuda muito a enfrentar os desafios do ensino superior é ter uma referência dentro de casa. 

“A minha maior inspiração é a minha mãe. Ela sempre foi muito batalhadora e determinada. Começou a trabalhar aos 15 anos como guarda mirim na prefeitura, onde ela trabalhava de dia e estudava a noite. Com esforço e dedicação, construiu uma carreira sólida, chegando ao cargo de diretora de finanças da Prefeitura, onde está há anos. Tudo o que ela conquistou foi por mérito e perseverança, sem nunca deixar de apoiar a família. Sempre me incentivou nos estudos e me ensinou que, como mulher, eu poderia alcançar qualquer lugar desde que tivesse determinação e buscasse o conhecimento”.

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Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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