Surdez infantil:Terapia lúdica ajuda na autonomia
No HU, brincadeiras simulam o cotidiano e preparam deficientes auditivos para serem mais independentes

O Instituto de Audiologia do HU (Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo) disponibiliza para seus pacientes infantis portadores de deficiências auditivas, uma terapia baseada na simulação de atividades cotidianas, apresentadas na forma de brincadeiras. “Criamos um ambiente conhecido das crianças e simulamos situações do dia-a-dia. O objetivo principal é estimular a descoberta do mundo à sua volta e a independência das outras pessoas”, explica a fonoaudióloga Fernanda Martins dos Santos.
A terapia lúdica, que parte de um contexto que se assemelha às atividades presentes na vida de qualquer família, tem rendido bons resultados.Através das brincadeiras, as crianças aprendem a trabalhar a atenção e são estimuladas a detectar os sons que ouvem. O trabalho é realizado com crianças de zero a cinco anos de idade, que acabaram de adotar a prótese auditiva. A equipe do Instituto de Audiologia estimula a participação da família nas sessões de terapia, e ainda promove o acompanhamento por otorrinolaringologistas e psicólogos.
“Não basta fornecer o aparelho, é preciso preparar a família e a própria criança para as mudanças que vêm pela frente. Pais e irmãos são fundamentais no processo de adaptação, são os agentes modificadores de tudo. Tudo o que eles observam aqui vão adotar em casa”, justifica a fonoaudióloga.
Segundo ela, a participação dos pais – especialmente das mães – é muito importante. “Cabe ao fonoaudiólogo esclarecer todas as dúvidas, dar o apoio necessário e trazê-los para o mundo da criança. Sem o amor dos pais nada acontece”, alerta. Fernanda.
A pedagoga Elaine Barbosa da Silva é um exemplo de mãe participa ativamente do tratamento: “Compareço às sessões de terapia da minha filha, ouço as informações da fonoaudióloga e transmito para o resto da família e para as funcionárias da creche onde ela fica. Todos acabam ajudando no desenvolvimento dela”, ressalta.
Diagnóstico precoce. Elaine percebeu que sua filha apresentava alguma deficiência auditiva quando a criança tinha pouco mais de um ano de idade. No diagnóstico realizado no Instituto de Audiologia do HU, ficou comprovado que o bebê apresentava um grau deficiência auditiva nos dois ouvidos.
“Logo minha filha recebeu as próteses auditivas e iniciou a terapia. O progresso foi nítido, ela começou a se soltar mais e a reagir aos sons e às brincadeiras. Hoje ela ouve música, dança, dá risada, grita”, comemora a mãe.
Segundo especialistas, a evolução do tratamento das crianças está diretamente relacionada com a rapidez no diagnóstico da deficiência auditiva: quanto mais cedo for a descoberta, maiores serão os progressos que os pequenos pacientes alcançarão.
“Aqui no Instituto priorizamos o diagnóstico precoce, que é fundamental para o sucesso do tratamento. Se a criança for encaminhada logo para um atendimento especializado, as chances de crescimento são maiores. Crianças em fase de desenvolvimento costumam responder mais aos estímulos da terapia, o que é muito bom”, finaliza a fonoaudióloga.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste