Emissões de micro-ondas elevam extração de açúcar da cana
Pesquisa constata possibilidade de elevação do ganho em R$ 840 mil na moagem de cada milhão de tonelada


O desenvolvimento de pesquisa sobre a emissão de micro-ondas na moagem de cana resulta na constatação da elevação de ganho na extração de açúcar. O percentual é de 2,16% por tonelada. É baixo, mas no montante é significativo. Em dinheiro representa 84 centavos por tonelada. Porém, na produção de 1 milhão de tonelada a usina eleva seu ganho em R$ 840 mil, e assim progressivamente. Se forem 3 milhões de toneladas, a vantagem salta para R$ 2,4 milhões.
Para o orientador da pesquisa científica desenvolvida no Programa de Mestrado em Agronomia da Unoeste, doutor Tadeu Alcides Marques, na somatória os valores são astronômicos. Cabe à empresa, que se interessar, viabilizar os estudos de implantação de equipamentos, sendo que a aplicação de emissões de micro-ondas ocorre durante a passagem da cana na moenda. E a tecnologia já existe na China, aplicada em outros produtos.
“Lá, eles usam micro-ondas para secagem de madeira e farinha. Eles produzem o leite longa vida envasados em garrafas de vidro, com o processo de esterilização em micro-ondas”, contou o orientador, e disse que essa informação foi obtida durante o transcurso da pesquisa feita pelo técnico em processos químicos industriais Marcos Vinícius Sedano que atua no setor sucroalcooleiro e leciona em cursos de nível superior. Os experimentos foram feitos durante três meses, de julho a setembro do ano passado.
Em síntese, as micro-ondas agitam as moléculas da água, rompem a parede celular da cana e extravasam o líquido arrastando o açúcar. É o que explicou o pesquisador, que em diferentes experimentos encontrou o melhor resultado com a aplicação de micro-ondas em 208,74 watts e no tempo de 39,2 segundos. Utilizou micro-ondas convencional e trabalhou com 500 gramas de cana em 28 amostragens de repetições. Ao desenvolver comparativo entre as moagens com emissões de micro-ondas e sem, demonstrou que a vantagem do emprego da nova tecnologia é de 2,16% por tonelada de cana processada.
O coordenador do programa, doutor Fábio Fernando de Araújo, na condição de membro da banca avaliadora falou da importância de um trabalho acadêmico tentar solucionar um problema da indústria. Classificou a pesquisa como importante e impactante. Convidada junto a Universidade Estadual de Maringá (UEM), a doutora Maria Heloísa Olsen Neves Scaliante considerou que a pesquisa derivou de necessidade real da indústria, com foco direto na usina.
Sadano recebeu elogios pela dissertação desenvolvida em cima da pesquisa e sobre o trabalho foram feitos alguns apontamentos visando à possibilidade de publicação em revista científica. Houve aprovação para que receba o título de mestre em Agronomia junto a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação. A defesa pública ocorreu na tarde desta quinta-feira (17). Sedano é morador de Dracena, trabalha como supervisor de controle de qualidade na Usina Alta Paulista, em Junqueirópolis, e leciona na Unoeste.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste