Torta de filtro pode ser utilizada em até 30% numa adubação
Subproduto da cana-de-açúcar é rico em matéria orgânica e utilização ocorre misturada em fertilizante mineral



Pesquisa desenvolvida pelo químico Donizete Antônio Marcelino apresenta a possiblidade de utilização de até 30% de torta de filtro numa adubação agrícola, o que pode reduzir custos ao proprietário rural. Rico em matéria orgânica, o subproduto da cana-de-açúcar é encontrado em abundância na indústria sucroalcooleira.
O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Solo e no Laboratório de Cultura e Tecidos Vegetais da Unoeste, com o subproduto obtido junto à Usina Alvorada, em Santo Anastácio (SP). As várias análises resultam na recomendação que a mistura mais adequada indica que a matéria orgânica em relação ao fertilizante mineral seja de 25% a 30%.
O percentual do produto orgânico, conforme o autor da pesquisa, depende do solo e da lavoura a ser cultivada. Seu entendimento é que o melhor rendimento está associado ao manejo, sendo mais recomendável para a cultura mecanizada. “Para o pequeno agricultor fica mais difícil, mas pode ser viável”, comenta.
Na pequena ou na grande propriedade, do ponto de vista econômico, o interessante é que esteja próxima da usina. É que o transporte pode encarecer. A torta de filtro é um resíduo composto da mistura do bagaço moído e lodo da decantação, formando matéria orgânica que tem fósforo e cálcio e maior quantidade que outros nutrientes.
As análises partiram de 2,5%, dobrando para 5%, depois 10%, 20% e 30%. Foram 30 dias de incubação, após a matéria orgânica ter sido secada em 80% e misturada ao adubo comercial superfosfato triplo. A mistura apresentou expressiva redução dos teores de alumínio do solo, minimizando a acidez.
O pesquisador recomenda a utilização da torta de filtro em solos com deficiência de nutrientes, como processo de enriquecimento orgânico e de controle da acidez. Ao finalizar a apresentação de sua dissertação, Marcelino agradeceu às pessoas que contribuíram com o desenvolvimento da pesquisa.
Foram citados os professores do Programa de Mestrado em Agronomia e seu coordenador Dr. Fábio Fernando de Araújo, o Dr. José Simoneti Faloni, o orientador doutor Carlos Sérgio Tiritan e os componentes da banca de avaliação, doutores Edemar Moro, da própria instituição, e Diego Henriques dos Santos, da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp).
Durante as arguições na manhã desta quinta-feira (6), foram questionados alguns pontos da dissertação e apresentadas algumas sugestões, voltadas à melhoria e possível publicação do resultado como artigo científico. Professor de escolas públicas, Donizete Antônio Marcelino obteve aprovação para receber o título de mestre em Agronomia, junto ao programa mantido pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste