Implantação de fitoterápicos em Itapeva tem apoio da Unoeste

No know–how no segmento da medicina integrativa com a utilização de plantas medicinais leva a Unoeste a ser escolhida para dar suporte científico e tecnológico à implantação do Arranjo Produtivo Local (APL) de Itapeva, na região centro oeste do Estado de São Paulo. Um dos 12 municípios brasileiros contemplados com aporte financeiro da Política Nacional de Plantas Medicinais, pelo Ministério da Saúde e no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os entendimentos se consolidam com uma série de ações formalizadas nesta quinta-feira (9), a partir de reunião com o envolvimento de todos os parceiros e a tomada de decisões de medidas práticas em três etapas. Nos dias 23 e 24 deste mês uma equipe da Unoeste estará em Itapeva para levantar a planta da área de cultivo e de instalação do matrizeiro e da estufa para secagem. Medidas que serão realizadas junto à Cooplanta, a cooperativa de produtores da agricultura familiar, assentados pelo governo federal.

Numa primeira etapa, das três previstas com ações da universidade, serão feitas análise de solo e da água e a capacitação técnica dos agricultores e estagiários em agronomia. Num segundo momento haverá a oferta de curso de capacitação para a produção agroecológica em escala e desidratação das plantas. A terceira etapa consistirá na capacitação de técnicos na área de saúde para manipulação dos fitoterápicos a serem disponibilizados em farmácias populares.

Para o coordenador nacional do Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS), Glauco de Krause Villas-Boas, é fundamental o envolvimento da Unoeste para apoiar e desenvolver o projeto de medicamento de origem vegetal a partir da agroecologia, com capacidade em proporcionar o amparo necessário no campo científico, como resultado do conhecimento construído através de anos de pesquisa. O NGBS é um órgão do Ministério da Saúde que coordena todos os biomas no Brasil.

No Rio de Janeiro, utilizando a tecnologia Skype, Villas-Boas esteve conectado ao Núcleo de Educação a Distância (Nead) na reunião durante a tarde desta quinta-feira com representantes da Unoeste e de Itapeva. Participaram pela universidade a pró-reitora de Extensão e Ação Comunitária, Angelita Ibanhes de Almeida Oliveira Lima, Décio Gomes de Oliveira, Cidinha Martines, Afife Salim Sarquis Fazzano e Graziella Praça Orosco de Souza, que exercem atividades de coordenadorias e assessoria.

De Itapeva participaram o sociólogo interlocutor do projeto Ednylson Maria Franzosi, que trabalha para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o representante do NGBS/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Instituto de tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), Thiago Monteiro Mendes, a farmacêutica responsável pelo projeto junto a Secretaria Municipal de Saúde, Francine Campolin Moraes, a presidente e a secretária da Cooplanta, respectivamente Patrícia Apolinário e Hellen Aparecida Delfino.

Para Angelita Lima, o fato de a Unoeste ser escolhida e convidada por importantes parceiros para fazer parte do projeto é algo muito significativo. Explica que essa ação resultará num projeto piloto de políticas públicas na área de saúde, com a utilização de fitoterápicos, que posteriormente deverá se expandir não só para diferentes regiões do Estado de São Paulo, mas também pelo Brasil afora. Conta que professores dos cursos de Agronomia e Farmácia irão capacitar técnicos que trabalham junto às comunidades de trabalhadores da agricultura familiar, comprometidos com a produção agroecológica.

Inserida neste projeto que consiste num acontecimento nacional, a Unoeste irá ampliar o desenvolvimento de pesquisas no segmento do cultivo de plantas medicinais e na produção de medicamentos fitoterápicos. É o que diz a pró-reitora e anuncia a criação de um jardim botânico na Unoeste, com todas as espécies do bioma brasileiro. “É uma determinação da reitora dona Ana [Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima], quando da assinatura do convênio para esse projeto no município de Itapeva”, revela.