Pesquisadores inseridos em projeto global vão à Inglaterra
Agrônomos com doutorado em botânica fazem pós-doutorado em projeto de preservação da biodiversidade mundial


Desde 2007 inseridos no Millennium Seed Bank Project, o projeto global de armazenamento de sementes com a finalidade de preservar a biodiversidade mundial, os pesquisadores Nelson Barbosa Machado Neto e Ceci Castilho Custódio avançam em seus experimentos científicos. Durante oito meses, a contar deste começo de maio, se instalam no Reino Unido para novos estudos em conservação e maturação de sementes de orquídeas junto ao Kew Royal Botanic Gardens, o Jardim Real Botânico da Inglaterra.
Amparado com bolsas pelo programa Ciência sem Fronteiras, mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o casal de professores vinculados à graduação e pós-graduação stricto sensu em Agronomia da Unoeste desenvolverão os estudos de pós-doutorado no Discover Wakehurst, em Ardingly, cidade de 3 mil habitantes, a 53 quilômetros de Londres. Por questão de estrutura, a opção foi morar em Crawley, com população superior a 100 mil. São cidades vizinhas, com as concentrações urbanas separadas por apenas 14 quilômetros.
Casados, têm dois filhos: menino e menina, gêmeos, de seis anos. Uma das razões de optarem por Crawley foi a viagem em família, onde há maior facilidade na locação de um imóvel. Neto e Ceci atuam na avaliação e qualidade de sementes de orquídeas, em experimentos que envolvem outros professores e alunos. A relação com o projeto internacional surgiu de várias ações, sendo a primeira delas em 1999 numa exposição de orquídeas em Piracanjuba, no interior de Goiás, onde Neto conheceu o norte-americano Goerge Carr e surgiu o convite para apresentação de pôster em 2004 nos Estados Unidos, quando ocorreu o primeiro contato com os pesquisadores do Kew Gardens.
Os laços científicos foram se estreitando, resultando em pesquisas e publicações com Philip Seaton, Hugh Pritchard e Timothy Marks, todos envolvidos no projeto Orchid Seed Stores for Sustainable Use (OSSSU), o Armazenamento de Sementes de Orquídeas para Uso Sustentável. Nos dois primeiros anos, a Unoeste foi a única instituição brasileira inserida. Depois, teve o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Agora, nessa nova jornada os experimentos de Neto e Ceci envolvem a aquisição de sementes e o cultivo das plantas para então produzirem as análises.
Neto é agrônomo pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e mestre em genética e melhoramento pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ceci fez a graduação em mestrado em fitotécnica (produção e tecnologia de sementes) na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba. Ambos fizeram doutorado em ciências biológicas pela Unesp em Rio Claro. Desde o começo dos anos 1990, ambos estão vinculados à Unoeste.
São os dois primeiros professores da instituição a obter bolsas do CNPq, pelo Ciências sem Fronteira, para o pós-doutorado no exterior. Ficam na Inglaterra de agora até janeiro de 2014, quando retomarão suas atividades na Unoeste. Inscreveram-se no programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em setembro do ano passado e em dezembro receberam o aceite para desenvolverem as pesquisas no Reino Unido. Na área da graduação, seis estudantes fazem a chamada bolsa sanduíche em diferentes países e outros nove estão recomendados pelo mesmo programa do governo federal, aguardando apenas o aceite pelas instituições de destino.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste