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Pelas mãos, exemplos de transformação são revelados

Acadêmicos, professores e comunidade rompem as barreiras do mundo do silêncio para apresentar uma comunicação integradora


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Foto: Débora André Pelas mãos, exemplos de transformação são revelados
Interpretação da música Aquarela de Toquinho
Foto: Débora André Pelas mãos, exemplos de transformação são revelados
Acadêmico Robert Fonseca e a poesia Transformação
Foto: Débora André Pelas mãos, exemplos de transformação são revelados
Acadêmico Kelwen Fialho e a intérprete Laís dos Santos Di Benedetto


“Nossas mãos são fantásticas, elas podem se transformar em qualquer coisa, podem ser um pássaro, uma árvore, uma borboleta, depende de nós, da nossa imaginação”. Esse é o relato do acadêmico surdo de Pedagogia, Robert Lucas Galvão da Fonseca, após a apresentação da poesia “Transformação” na Língua Brasileira de Sinais (Libras) no I Sarau Literário Universitário da Unoeste, realizado nesse sábado (15), no teatro Cesar Cava, campus I.

O evento marca o encerramento do curso de extensão em Libras de 180 horas, realizado pela Faculdade de Ciências, Letras e Educação (Faclepp). O sarau é uma oportunidade dos alunos colocarem em prática o que aprenderam durante o curso, que contou ainda com a presença dos estudantes surdos da Escola Professor Hugo Miele. A programação incluiu apresentações de telejornalismo, teatro, música, dança e poesias.

De acordo com a professora responsável pela disciplina e pelo curso de Libras, Valéria Isaura de Souza, participaram do evento, alunos dos cursos da Faclepp, Medicina e Fonoaudiologia, além de acadêmicos da Unesp, Uniesp, professores da rede estadual e pessoas da comunidade. “Vários desses alunos, que finalizaram o curso de 180 horas, já estão trabalhando como professores interlocutores na rede estadual ou como intérpretes em eventos”.

A docente ressalta que o contato dos alunos surdos do ensino médio com a universidade, abre as portas do mundo acadêmico, onde poucos ainda hoje conseguem chegar. “A Unoeste é uma universidade totalmente adaptada, tem intérpretes, é flexível, e oferece acessibilidade ao ensino superior de qualidade”, destaca Valéria.

Para a docente do curso de Fonoaudiologia, Meire Judai, que acompanhou as apresentações das acadêmicas dessa graduação, é através do conhecimento de Libras, linguagem materna dos surdos, que esse profissional que trabalha com a comunicação humana, vai mergulhar no mundo diferente do que ele conhece.

De acordo com ela, a linguagem se desenvolve, em grande parte, pela audição, que é o modelo padrão utilizado. Se existe a perda da audição ou se o indivíduo já nasce com dificuldades auditivas, o seu desenvolvimento é diferente, por isso, é importante que se descubra bem precocemente para poder trabalhar a parte da oralidade. A Libras entra como um fator importante, principalmente, na aprendizagem do surdo.

“Nós vivemos num mundo de ouvintes, precisamos entrar no mundo do surdo, que é um mundo do silêncio. Pra quem é ouvinte, também é difícil, portanto, fazer essa troca é importante, porque todos os caminhos atuais levam para a Língua de Sinais. Dentro das escolas públicas, a abordagem utilizada é o bilinguismo, que engloba a oralidade e a Língua de Sinais, o que facilita a linguagem entre os dois mundos”, fala Meire.

Kelwen Barbosa Fialho, acadêmico do 3º termo de Letras, teve o primeiro contato com Libras aos 12 anos de idade. Junto com irmão, que é surdo, ele aprendeu Libras na Igreja Batista de Presidente Epitácio (SP). Desde então, ambos buscam aprimoramento em acampamentos e encontros de surdos. Fialho também participa de projetos em que possa aprender novas técnicas de interpretação.

O curso de Libras de 180 horas foi a forma que o acadêmico encontrou de conhecer a comunidade surda de Presidente Prudente. “Com o curso aprendi sinais diferentes, porque em minha cidade aprendemos Libras com características do regionalismo paranaense e aqui em Prudente, predominam os sinais do Estado de São Paulo. Eu tenho planos de seguir a carreira de comissário de bordo, e Libras vai ser muito útil nessa profissão”, destaca o acadêmico.

Já Isabela Marinho Menezes, acadêmica do curso de Matemática da Unesp, buscou essa capacitação para atender alunos surdos que fazem parte do projeto de extensão na Unesp, que prepara estudantes da escola pública para as Olimpíadas de Astronomia e Astronáutica, de Matemática e de Física. “Foi importante a troca de experiências com acadêmicos da Unoeste, além de ser inserida na comunidade surda local. Você aprende a importância da inclusão de pessoas que entendem Libras para ajudar na comunicação com os surdos em sala de aula, para que possam aprender todas as disciplinas de forma igual”.

Para uma das organizadoras e aluna do curso, Gisele Andrade, é primordial a presença do interlocutor intérprete de Libras nas escolas para passar toda a matéria para esse aluno, para que realmente ele esteja inserido na sala de aula e na sociedade.

Gisele disse que muitos dos alunos que fizeram o curso não sabiam nada, e hoje eles conseguem interpretar num nível muito bom. Além de dedicação, a secretária fala que alguns revelaram um dom, talento notável, como acontece em todas as profissões. “É importante também sensibilizar a comunidade sobre a necessidade da comunicação com o surdo, de um entrosamento maior. Podemos ajudar essas pessoas, por meio da capacitação, nos especializando e não deixando os surdos à margem da sociedade, eles merecem ter uma vida normal e digna”, finaliza.

Serviço – Para quem deseja aprender o básico, pode se inscrever no curso de 60 horas, até o dia 28 de junho, na secretaria da Faclepp. Mais informações pelo telefone (18) 3229-1098.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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