Mutirão do e-lixo bate recorde: atinge cerca de 90 toneladas
É possível observar o avanço na conscientização da população que possibilita fazer do evento o maior do Brasil



Neste ano foram pelo menos 10 toneladas a mais que no ano passado. A estimativa dos organizadores do 7º Mutirão do Lixo Eletrônico é de que a arrecadação passou das 80 toneladas do ano anterior e ficou em cerca de 90. A conscientização da população contribui para o aumento da destinação correta do e-lixo e possibilita manter a mobilização que faz do evento o maior do gênero no Brasil.
Para o diretor da Faculdade de Informática de Presidente Prudente (Fipp), da Unoeste, Moacir Del Trejo, o volume coletado mostra que as pessoas aguardam o mutirão por saber que estão ajudando a proteger o meio ambiente. “O destino final tem sido nosso maior compromisso, entregando todo o material a uma empresa certificada para proceder a descaracterização”, diz o gestor, para quem esse compromisso tem sido o grande apelo.
“As pessoas estão separando o que não funciona e guardando para fazer doação no mutirão, entendendo que o lixo eletrônico não pode ser descartado em qualquer lugar”, comenta Del Trejo. “Faz tempo que eu guardava o material, sem ter para onde destinar. Então, aguardava o mutirão, pois sei que a destinação será correta”, conta o técnico em química, Thiago dos Santos Ramos.
Pelo segundo ano consecutivo, quem recebe as toneladas de e-lixo é a Vertas, de Mauá, na Grande São Paulo. Recicladora que trabalha exclusivamente com empresas, mas que se sentiu motivada a atender o mutirão em Presidente Prudente pelo grande volume arrecadado e por entender estar realizando uma prática social. “Aqui já foi criada uma cultura. A partir da consciência individual criou-se a consciência coletiva”, avalia.
O diretor comercial da Vertas, José Cristóvam, trouxe seis enormes caçambas a Prudente no sábado (7), no Parque do Povo, e todas ficaram lotadas, além de meia dúzia de caminhões basculantes com o que foi arrecadado no conjunto habitacional Ana Jacinta e outros bairros da zona oeste; e também nos quatro bairros rurais da zona norte da cidade.
O entendimento de Cristóvam é de que Prudente tem o maior evento do gênero no país. Conta que em outros eventos não deu uma caçamba, citando as cidades de Santos, Guarujá e Itapetininga. Para ele, a união da universidade - com sua estrutura de ensino, pesquisa e extensão - ao poder público proporciona o grande ganho em conscientizar o cidadão.
Outro fato indicador que a Unoeste e a Prefeitura estão contribuindo com a educação é o da utilização do papa-pilhas, uma lata personalizada para acondicionar pilhas usadas. Muita gente utilizou o vasilhame e a quantidade de pilhas foi tanta que lotou dois tambores de 200 litros e um terceiro somente com celular. Novos papa-pilhas foram entregues para as pessoas.
No maior posto da arrecadação, no Parque do Povo, o fluxo foi contínuo o dia todo. Com o amparo da Secretaria Municipal de Assuntos Viários (Semav), a logística possibilitou atendimento rápido, ainda que o material coletado tenha sido separado por grupos, com a finalidade de melhorar o resultado do balanço de massa, o que significa facilitar a volta para o ciclo do produto como matéria-prima.
O mutirão amplia a ação social, com a separação de alguns produtos em bom estado e em funcionamento que são doados pela Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext) para entidades assistenciais. Exemplo é aparelho televisor, que pode ser destinado à família carente. A pró-reitora Angelita Lima esteve no mutirão e elogiou os envolvidos pelo aprimoramento na organização.
O prefeito Milton Carlos de Mello ‘Tupã’ compareceu e mais uma vez enalteceu a parceria com a Unoeste, por intermédio da Secretaria Municipal de Tecnologia da Informação e da Fipp que enviou alunos como voluntários para fazer as arrecadações. O secretário Rogério Alessi diz que a cada ano tem sido realmente melhor. Também estiveram presentes alguns vereadores e o presidente da Câmara, Valmir da Silva Pinto.
A descentralização recebeu elogios, como o de Janaina Mainara da Silva, que trabalha com tecnologia na área da educação, valendo-se de sua formação profissional na Fipp. “Quando era estudante atuei como voluntária em dois mutirões, mas neste ano é a primeira vez que faço doação; exatamente por ter sido instalado um posto no meu bairro, que é o Ana Jacinta”, comenta.
Utilizadas para acomodar o e-lixo no transporte em automóveis, caixas de papelão também receberam destinação correta. Em caminhões da Prudenco, a empresa de economia mista responsável pela limpeza urbana e coleta de lixo, as caixas foram levadas à Cooprudente, cooperativa de trabalhadores com recicláveis.
Premiação – Após às 16h do sábado (7), quando do fechamento da arrecadação iniciada às 8h, houve o sorteio de prêmios, no Parque do Povo. Foram contemplados com bicicletas Oscar Mugnatsu, André Luiz Silva Miranda, Leide Maria, Nelson Acosta, Maria Luiza Gava, Marcos Romualdo, José Jair Pereira, Aparecida Pereira de Souza, Dolores Macena e Lara Soares Silva.
Os demais prêmios foram para Micel da Silva (videogame), Davina Cardoso de Souza (tablet) e Fábio Mizuki (netbook). Comunicados por telefone nesta segunda-feira (8), os ganhadores receberão seus prêmios no gabinete da prefeitura amanhã, terça-feira (9), em cerimônia organizada por Rogério Alessi para às 11h. As entregas serão feitas pelo prefeito e sua equipe, além de representantes da Unoeste por meio da Fipp e Proext.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste