Espiritualidade favorece tratamento de dependentes químicos
Tema é tratado na 17ª Semana de Prevenção ao Uso de Drogas, organizada pela Faculdade de Medicina



Tratamento de dependentes químicos se dá sob quatro pilares de mudança de estilo de vida: biológico, social, psicológico e espiritual; este último foi o foco da 17ª Semana de Prevenção ao Uso de Drogas, organizada pela Liga Acadêmica de Toxicologia do curso de Medicina da Unoeste. Escolheu-se mostrar como a espiritualidade ajuda no enfrentamento às drogas porque profissionais ligados à saúde mental apontam que pacientes mais espiritualizados conseguem julgar melhor o que é positivo ou negativo na vida, assim, afastam-se do vício e enxergam a dependência química como doença e, portanto, que merece ser tratada.
A idealizadora do evento, Dra. Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa, médica toxicologista e professora da Unoeste, foi uma das palestrantes na noite de ontem (4), no Teatro César Cava, campus I da universidade, onde contou que a relação entre medicina e espiritualidade remonta a 500 a 300 a.C. e continua nos dias atuais. Apontou, ainda, que estudos associam religiosidade a menos consumo de drogas e índices melhores de recuperação de dependentes. “O homem é um ser complexo – psíquico, físico, social e espiritual. Então, vê-lo simplesmente como um corpo é perder muito no tratamento, o ser tem que ser visto de uma forma grandiosa”.
Essencialmente formada por graduandos de cursos da saúde na Unoeste, a plateia da Semana de Prevenção também ouviu fala do frei Mariano Freitas, diretor administrativo da comunidade terapêutica Lar São Miguel Arcanjo (Pirapozinho), pertencente à Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus. “Desde o início da associação, o frei Francisco Belotti teve essa preocupação de levar a espiritualidade juntamente com uma equipe técnica para dar todo o suporte ao tratamento da dependência química”. Com base nos casos que acompanha, ele, que é aluno do 9º termo de Farmácia na Unoeste, nota a evolução das pessoas e considera que “a espiritualidade dá sentido à vida e é a base da humanização e do desenvolvimento desse recuperando”.
Uma egressa da Faculdade de Medicina (Famepp) da Unoeste foi a terceira e última palestrante – a psiquiatra Rafaela Carla Zanardi Caloni pôde falar sobre o funcionamento de comunidades terapêuticas, especificamente das que é coordenadora técnica: Lar São Miguel Arcanjo e Lar Santa Teresinha do Menino Jesus (em Presidente Prudente, no distrito de Montalvão). “O funcionamento de uma comunidade terapêutica é baseado fundamentalmente no querer do paciente e o ambiente reproduz a realidade exterior para facilitar a reinserção” do atendido na sociedade, fazendo com que os pacientes consigam mudar a si mesmos antes de tudo. Para chegar a este objetivo há uma equipe multiprofissional: setor de espiritualidade, psiquiatra, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional e profissionais de enfermagem e educação física.
A mesa diretiva da 17ª Semana de Prevenção ao Uso de Drogas da Unoeste, responsável por abrir o evento e recepcionar o público, foi formada pelos palestrantes Rita Higa e frei Mariano e também por Nilva Galli, coordenadora da Famepp, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da universidade, e o médico Roberto Lotfi Júnior, conselheiro responsável pela delegacia de Prudente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste